15 Junho 2015
Foram três as palavras-chave da homilia que o Papa Francisco pronunciou nesta manhã na Capela da Casa Santa Marta: “Caminho, serviço e gratuidade”. O Pontífice, segundo indicou a Rádio Vaticana, insistiu em que um cristão foi chamado a servir e anunciar o Evangelho, sem interesses materiais, derrotando o engano “de que a salvação provém das riquezas”. O Santo Padre articulou sua homilia sobre estes três pontos, comentando a passagem do Evangelho do dia, no qual Jesus envia os discípulos a anunciar a Boa Nova. E recordou que o Senhor os envia a fazer uma caminhada que não é “um passeio”, senão que os envia com “uma mensagem: anunciar o Evangelho, sair para leva a Salvação, o Evangelho da Salvação”.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 11-06-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
O Pontífice argentino explicou que a tarefa que Jesus dá aos discípulos é levar a Boa Nova. Enquanto um discípulo fica em casa e não sai, não dá aos demais o que recebeu no Batismo, não é um verdadeiro discípulo de Jesus, já que lhe falta o caráter missionário, lhe falta sair de si mesmo para levar algo bom aos demais: “O percurso do discípulo de Jesus é ir além para levar esta boa notícia. Mas, há outro percurso do discípulo de Jesus: o percurso interior, o percurso dentro de si, o percurso do discípulo que busca o Senhor todos os dias na oração, na meditação. Também este percurso o discípulo deve fazer, porque, se não busca sempre a Deus, o Evangelho que leva aos demais será um Evangelho débil, diluído, sem força”. “Este duplo percurso – disse o Papa – é o duplo caminho que Jesus quer de seus discípulos”. Depois, está a segunda palavra: “serviço”.
“Um discípulo que não serve aos demais – acrescentou Francisco – não é cristão. O discípulo deve fazer o que Jesus pregou naquelas duas colunas do cristianismo: as Bem-aventuranças e depois o ‘protocolo’ sobre o qual seremos julgados, Mateus, (capítulo) 25”. Estas duas colunas – advertiu o Sant Padre – “são o marco próprio do serviço evangélico”.
“Se um discípulo – explicou Francisco – não caminha para servir, não serve para caminhar. Se sua vida não é para o serviço, não serve para viver como cristão. E ali se encontra a tentação do egoísmo: ‘Sim, eu sou cristão, para mim estou em paz, me confesso, vou à Missa, cumpro os mandamentos’. Mas, o serviço! Aos demais: o serviço a Jesus no enfermo, no encarcerado, no faminto, no desnudo. O que Jesus nos disse que devemos fazer porque Ele está ali!”.
O serviço a Cristo nos outros
A terceira palavra é “gratuidade”. “Gratuitamente receberam, gratuitamente deem”, foi a admoestação de Jesus. “O caminho do serviço é gratuito – sublinhou Francisco – porque recebemos a salvação gratuitamente, como pura graça: nenhum de nós comprou a salvação, nenhum de nós a mereceu. É pura graça do Pai em Jesus Cristo, no sacrifício de Jesus Cristo”. “É triste – continuou- quando se encontram cristãos que se esquecem desta palavra de Jesus: ‘Gratuitamente receberam, gratuitamente deem”. É triste quando se encontram comunidades cristãs, sejam paróquias, congregações religiosas, dioceses, independentemente das comunidades cristãs que sejam, que se esquecem da gratuidade, porque por trás disto e debaixo disto está o engano (de presumir) que a salvação vem das riquezas, do poder humano”.
Três palavras, insistiu o Papa: “caminho como um envio para anunciar. Serviço: a vida do cristão não é para si mesmo, senão para os demais, como foi a vida de Jesus. E terceira: “gratuidade”. Nossa esperança está em Jesus Cristo que assim nos envia uma esperança que não decepciona jamais”.
Mas, também recordou “quando a esperança está na própria comodidade no caminho ou a esperança está no egoísmo de buscar as coisas para si mesmos e não para servir aos demais, ou quando a esperança está nas riquezas ou nas pequenas seguranças mundanas, tudo isto desmorona. O próprio Senhor o faz cair”.
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“Paróquias, congregações e dioceses, não esqueçam a gratuidade” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU