Por: André | 08 Abril 2015
Representantes da Igreja católica da região expuseram pela primeira vez em uma audiência, que aconteceu em 19 de março passado e que foi convocada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em Washington, suas inquietações sobre a suposta violação dos direitos humanos de populações indígenas e camponesas atingidas pelas indústrias extrativistas no continente.
Fonte: http://bit.ly/1CU9lMV |
A reportagem está publicada no jornal equatoriano La Hora, 07-04-2015. A tradução é de André Langer.
Entre outros, foi mencionado o caso do Equador, do Parque Nacional Yasuní, e do Peru, na Amazônia e em Loreto, com os impactos da exploração petroleira. Na reunião em Washington também se teria denunciado a agressão e a violação dos direitos e dos povos indígenas.
Mauricio Lopez mora no Equador e é o atual secretário-executivo da Rede Eclesial Panamazônica (Repam), avalizada pelo Vaticano em setembro de 2014. “É imperativa a demanda pela melhoria das condições de vida dos mais vulneráveis: povos em isolamento voluntário, povos amazônicos e futuras gerações...”, expôs o delegado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
E afirmou que o desafio é “descomunal e um imperativo ético universal que diz respeito a todos, que inicia com uma mudança radical de coração e de atitude”.
“A Igreja não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça, mais ainda sendo testemunha de tantos danos e destruição, não apenas do ambiente, mas da saúde das pessoas”, disseram representantes da Igreja da América Latina.
Resposta
Diante disso, na segunda-feira, a secretária executiva do movimento Pais, Doris Soliz, insistiu em que a CIDH perdeu “absolutamente legitimidade” porque é um espaço em que “praticamente se recebe tudo o que é contrário aos governos progressistas, sem uma preparação séria, informada e contextualizada das diferentes posições”. Afirmou que todos os setores têm o direito de expor suas inquietações.
Em todo o caso, assinalou que no que tem a ver com o Equador, o Governo também tem todo o direito de explicar sua posição.
“Não somos um Governo extrativista. O Equador tem uma longa e penosa história de extração dos recursos naturais realizada de forma antitécnica e excludente, mas este Governo ordenou essa exploração e, evidentemente, cuidou para não cair no fundamentalismo de dizer: ‘não vamos viver com minérios, com nenhum tipo de extração’...”.
A funcionária também criticou os setores (políticos contrários ao Regime) que, segundo disse, têm um “duplo discurso...”, e fez um apelo para fazer intervenções “corretas, sensatas e sustentáveis que permitam um desenvolvimento do país, como o Governo Federal está fazendo”. As declarações foram feitas ao final de uma reunião com vários colaboradores do presidente Rafael Correa, que chegaram ao Palácio do Governo para saudá-lo pelo seu 52º aniversário.
Yasunidos
O coletivo Yasunidos, criado com a finalidade de fiscalizar os trabalhos feitos nos campos de petróleo no Parque Nacional Yasuní ou arredores, tentou entrar sem sucesso na zona ao menos em três ocasiões, explicou Patricio Chávez, membro da organização.
Em julho do ano passado, fizeram a primeira tentativa, mas conseguiram chegar apenas à desembocadura do rio Tiputini no rio Napo. Ali foram impedidos de prosseguir pela polícia militar e por seguranças da empresa concessionária alegando que não contavam com uma licença para entrar.
Posteriormente, mandaram duas cartas, uma em 2014 e a outra em 2015, solicitando autorização para a entrada. Na última resposta do Ministério do Meio Ambiente, que receberam na semana anterior, consta que eles não têm permissão porque não cumpririam o requisito de entrar para fazer turismo, pesquisa, proteção e educação. Além de que não saberiam o número exato de pessoas que entrariam, motivo pelo qual não poderiam quantificar o prejuízo que poderiam provocar.
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Equador. Igreja preocupada com a exploração do Parque Yasuní - Instituto Humanitas Unisinos - IHU