China diz para Vaticano não interferir em seus assuntos internos

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02 Fevereiro 2015

A China instruiu a Santa Sé para parar de interferir em seus assuntos internos “em nome da religião”, caso ela queira uma melhora nas relações entre os dois países.

A reportagem é de Hannah Roberts, publicada pelo The Tablet, 28-01-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Os dois Estados não mantêm relações diplomáticas desde a década de 1950.

O Papa Francisco manifestou, repetidas vezes, desejar ter relações mais estreitas com a superpotência asiática, dizendo que a visitaria “amanhã mesmo” se pudesse. Em dezembro, o pontífice declinou um encontro com o Dalai Lama para evitar uma possível gafe diplomática.

Após um telegrama de saudação enviado por Francisco enquanto atravessava o espaço aéreo chinês de volta das Filipinas na semana passada, o governo de Pequim apresentou suas condições para os diálogos.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, disse que o Vaticano deveria cortar os laços com Taiwan, país que, na prática, vem sendo independente desde 1950, mas que a China considera como uma região rebelde.

Hua Chunying disse: “Queremos ter um diálogo construtivo com o Vaticano baseado em assuntos relevantes”.

Em particular, o Vaticano deve cortar aquilo que chama de relações diplomáticas com Taiwan e reconhecer a República da China como o único governo representante chinês. Também pedimos que não interfiram mais nos assuntos internos chineses em nome da religião”.

A China insiste que os países não podem ter relações oficiais com a China e com Taiwan, o que faz com que Taiwan tenha laços diplomáticos formais com apenas uma dúzia de países, entre eles o Vaticano.

Em dezembro, o Papa Francisco declinou de um convite para visitar Taiwan a fim de evitar ofensas à China.

As relações entre os dois países – China e o Vaticano – pode estar prestes a entrar numa fase turbulenta, já que a China está pronta para consagrar uma série de novos bispos leais à Igreja aprovada pelo estado em vez da Igreja Católica romana, o que não é feito há três anos. Ao longo dos anos, alguns católicos leais ao Vaticano foram forçados à clandestinidade e outros estão presos ou estão sendo processados pelo Estado.