29 Outubro 2013
"Žižek ainda não encontrou um interlocutor teológico que possa desafiá-lo de uma maneira produtiva — e espero que alguém se levante para preencher esse papel, porque é muito raro que um filósofo contemporâneo tenha qualquer interesse na teologia contemporânea", afirma o teólogo.
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“A abordagem de Žižek vai contra a corrente dominante da teologia cristã, em que a doutrina da Trindade tem permitido aos teólogos afirmar que apenas uma das pessoas divinas se submeteu à provação da encarnação — isolando, portanto, o impacto da encarnação na vida divina”, pondera Adam Kotsko na entrevista que concedeu, por e-mail, à IHU On-Line. “A abordagem hegeliana que Žižek adota também difere da cristologia tradicional, que sustenta que Deus ressuscitou Cristo dos mortos pessoal e individualmente. Na interpretação hegeliana, ao contrário, o poder divino de Cristo é ‘ressuscitado’ como a nova forma de comunidade conhecida como o ‘Espírito Santo’”, destaca.
Kotsko afirma que o projeto de Žižek fornece suporte para outras tentativas radicais de repensar a tradição cristã, em especial nas diversas teologias da libertação. “Isso não quer dizer que esses teólogos ‘precisem’ de Žižek, mas sim que a obra de Žižek poderia direcionar os teólogos da linha principal em direção a um trabalho mais criativo e radical do que o que está sendo feito.”
Adam Kotsko teólogo e escritor, é professor assistente de Ciências Humanas no Shimer College, em Chicago. Ele é conhecido como intérprete do pensamento de Giorgio Agamben e Slavoj Žižek. É autor de Žižek and Theology (2008), Politics of Redemption: The Social Logic of Salvation (Cambridge, James Clarke and Co, 2010); Awkwardness (Ropley: Zero Books, 2010) e Why We Love Sociopaths: A Guide to Late Capitalist Television (Ropley: Zero Books, 2012).
Confira a entrevista.
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IHU On-Line – Em geral, quais são as formulações fundamentais de Žižek sobre o campo da teologia?
Adam Kotsko –Žižek¹ interpreta o cristianismo em linhas hegelianas, como uma encenação da morte de Deus. Sua abordagem é semelhante à de Thomas Altizer ², cuja declaração da morte de Deus causou polêmica significativa nos Estados Unidos na década de 1960. A alegação básica é que, quando Deus se encarnou em Cristo, essa foi uma decisão total e irreversível para esvaziar-se em Cristo — e assim, quando Cristo morreu na cruz, Deus morreu verdadeira e irreversivelmente, esvaziando-se no mundo.
IHU On-Line – Qual é a peculiaridade de sua abordagem?
Adam Kotsko – A abordagem de Žižek vai contra a corrente dominante da teologia cristã, em que a doutrina da Trindade tem permitido aos teólogos afirmar que apenas uma das pessoas divinas se submeteu à provação da encarnação — isolando, portanto, o impacto da encarnação na vida divina. Do ponto de vista ortodoxo, é correto dizer que “Deus está morto” em vista da morte de Cristo, mas, em um sentido mais importante, Deus “sobreviveu” mesmo quando Cristo foi sepultado no túmulo.
A abordagem hegeliana que Žižek adota também difere da cristologia tradicional, que sustenta que Deus ressuscitou Cristo dos mortos pessoal e individualmente. Na interpretação hegeliana, ao contrário, o poder divino de Cristo é “ressuscitado” como a nova forma de comunidade conhecida como o “Espírito Santo”. Aqui, no entanto, Žižek difere de Hegel na medida em que ele vê o “Espírito Santo” não como uma forma de vida institucional (como a Igreja Católica), mas sim fundamentalmente como uma nova forma de vida juntos.
IHU On-Line – Em que sentido são as obras de Žižek, especialmente as mais antigas, relevantes para o debate teológico atual?
Adam Kotsko – Eu vejo muitos teólogos divididos entre dois desejos. Por um lado, eles reconhecem que as categorias filosóficas gregas, através das quais os primeiros padres da Igreja interpretaram o evangelho, não eram as mais adequadas e, de certa forma, acabaram distorcendo a mensagem cristã. Por outro lado, porém, eles querem permanecer fiéis às doutrinas ortodoxas que surgiram a partir dessa conceitualidade. Karl Barth³ é uma figura emblemática desse conflito — ele afirma oferecer uma nova base radical para a doutrina cristã e, mesmo assim, sempre acaba essencialmente nas mesmas respostas que a ortodoxia sempre apresentou.
Nesse contexto, penso que a abordagem de Žižek representa uma maneira de sair desse impasse, na medida em que a interpretação hegeliana do cristianismo atende à lógica inerente da encarnação, sem se incomodar com pressupostos filosóficos como a imutabilidade de Deus. Em certo sentido, Hegel, Altizer e Žižek podem representar uma tentativa real de seguir a afirmação de Paulo4 de não conhecer nada a não ser Cristo crucificado.
A partir de outra direção, eu acredito que o projeto de Žižek fornece suporte para outras tentativas radicais de repensar a tradição cristã — particularmente nas diversas teologias da libertação. Isso não quer dizer que esses teólogos “precisem” de Žižek, mas sim que a obra de Žižek poderia direcionar os teólogos em direção a um trabalho mais criativo e radical do que o que está sendo feito.
IHU On-Line – Em que sentido a argumentação de Žižek sobre este assunto é complexa e incomum?
Adam Kotsko – Um desafio para os teólogos que querem ler Žižek é a importância de Lacan5 para o seu projeto. Embora a leitura de Hegel por Žižek seja um tanto peculiar, Hegel é pelo menos familiar para a maioria dos teólogos — Lacan, por outro lado, é um ponto de referência menos frequente e é, em muitos aspectos, mais difícil de abordar, uma vez que usa muitos dos seus próprios jargões e símbolos para desenvolver os seus conceitos. Eu tento dar alguma orientação do pensamento lacaniano no meu livro, de modo que as pessoas possam, ao menos, saber por onde começar.
IHU On-Line – Como podemos compreender a afirmação de Žižek que, para se tornar uma verdadeira dialética materialista, o indivíduo precisa passar pela experiência cristã? Isso não é uma postura paradoxal dele?
Adam Kotsko –Žižek entende a experiência cristã em termos da morte de Deus. Para ele, o cristianismo é a forma mais radical de ateísmo, na medida em que até o próprio Deus se torna um não crente no grito de abandono de Cristo na cruz. Isso difere de outras formas de ateísmo ou ceticismo, porque Žižek acredita que a maioria das pessoas que negam um deus particular ainda acredita em outra coisa que preenche o mesmo papel. Um cientista, por exemplo, geralmente acreditará em algo como as leis da natureza, ou um comunista acreditará nas leis da necessidade histórica. Só a experiência cristã de um Deus que não acredita em si mesmo fornece a garantia de que não seremos capazes de contrabandear um novo ídolo para tomar o lugar do deus antigo.
A experiência cristã é, portanto, a experiência do esvaziamento inegável e irrevogável de todo significado ou propósito transcendente — de todo “significante principal", em termos lacanianos. A partir da perspectiva cristã tradicional, isso pode parecer contraditório ou estranho, mas, a partir da própria perspectiva de Žižek, não parece certo chamar isso de paradoxal.
IHU On-Line – Como podemos entender o fato de que Žižek está interessado no potencial emancipatório oferecido pela teologia cristã?
Adam Kotsko – Žižek acredita que o total esvaziamento do significado transcendente é necessário para abrir a possibilidade da liberdade real. Para ele, morte e ressurreição representam o movimento de se distanciar completamente da ordem presente e de se colocar a trabalhar para construir algo novo.
IHU On-Line – Como Žižek analisa a filosofia continental e o futuro da teologia cristã a partir do legado de Paulo de Tarso? Qual é a significância de Paulo nesta perspectiva?
Adam Kotsko – Para Žižek, as comunidades cristãs de Paulo são um modelo de distanciamento da ordem atual — ou, como Žižek afirma em A Marioneta e o Anão (Lisboa: Relógio D’Água, 2006), “desligar-se” da força da lei. Onde muitos intérpretes acreditam que Paulo é um oponente à lei judaica, Žižek afirma que Paulo está tentando dar aos gentios o acesso à postura distintamente judaica com relação à lei. Nessa perspectiva, a famosa discussão de Paulo sobre a lei incitando a sua própria transgressão em Romanos 7 não está falando sobre a lei judaica, mas sim sobre as atitudes distintamente pagãs com relação à lei. Paulo está tentando dar aos seus seguidores gentios uma maneira de sair do ciclo vicioso que ele descreve ali.
Isso é relevante para os dias de hoje, na medida em que Žižek vê a cultura contemporânea como a incorporação de uma espécie de lei que incita a sua própria transgressão — tudo tem que ser “subversivo” e “irreverente”. As pessoas não se sentem culpadas por terem relações sexuais, mas por não fazer sexo o suficiente. Nesse contexto, a rebelião contra as normas sociais torna-se sem sentido. É preciso uma postura completamente diferente que rompa a dicotomia entre obediência e rebelião, e é isso que Paulo oferece na visão de Žižek.
IHU On-Line – Até que ponto Pascal, Kierkegaard e Chesterton são pensadores importantes na postura teológica do filósofo esloveno?
Adam Kotsko – Essa é uma área em que eu acredito que Žižek tem sido mal interpretado. Muitos leitores veem o seu uso desses pensadores, particularmente Chesterton, como um endosso. Na realidade, porém, o seu objetivo final é mostrar que eles não vão longe o suficiente.
Ele gosta do estilo hegeliano de Chesterton, por exemplo, mas ele vê o catolicismo de Chesterton como uma traição do evangelho que retorna à abordagem pagã da lei e da transgressão. Semelhantemente, embora Pascal 6 e Kierkegaard 7 forneçam intuições muito reais, ele quer ir além deles, porque eles não dão o passo seguinte de aceitar a morte de Deus.
IHU On-Line – Quais são os principais pontos do debate entre Žižek e John Milbank, teólogo inglês, anglicano, (autor de Teologia e Teoria Social: Para além da razão secular. São Paulo: Loyola, 1995) em "A Monstruosidade de Cristo: Paradoxo ou Dialética"?
Adam Kotsko – O encontro entre Žižek e Milbank é o encontro entre a abordagem hegeliana da morte de Deus e a ortodoxia tradicional. O debate foi produtivo na medida em que permitiu a Žižek desenvolver sua crítica à teologia tradicional, especialmente sobre a doutrina da Trindade, e refletir sobre a ética implícita em sua posição, mas ambos os ensaios dos autores foram tão longos e cheios de tantas divagações, que era quase impossível discernir qualquer debate real.
Para mim, o maior benefício desse debate foi que ele permitiu a Žižek traçar uma clara linha na areia. Os seguidores de Milbank, por vezes, viram Žižek como um de seus aliados naturais para o seu projeto de Ortodoxia Radical, mas Žižek declara que a visão de Milbank — que está centrada na fuga dos problemas da modernidade ao reafirmar a autoridade hierárquica e os valores da família tradicional — é como um "fascismo leve". Ele também deixa claro que vê o anglo-catolicismo de Milbank, assim como o catolicismo de Chesterton, como uma volta à postura pagã com relação à lei e à transgressão.
IHU On-Line – Em que medida o debate entre esses dois pensadores aprofunda o diálogo entre fé e razão?
Adam Kotsko – Em minha opinião, o debate foi uma decepção. Žižek e Milbank estão simplesmente muito distantes para que surja uma tensão verdadeiramente produtiva. Muito mais interessante, na minha opinião, é o confronto ocorrido entre Žižek e Terry Eagleton 8 no livro Theology and Marxism in Eagleton and Žižek: A Conspiracy of Hope (New York: Palgrave Macmillan, 2012), de Ola Sigurdson. Um confronto com um teólogo menos tradicional, como Jürgen Moltmann 9 ou Catherine Keller, também teria sido mais interessante. Entre Žižek e Milbank, porém, houve mais do que apenas um encontro perdido. Žižek ainda não encontrou um interlocutor teológico que possa desafiá-lo de uma maneira produtiva — e espero que alguém se levante para preencher esse papel, porque é muito raro que um filósofo contemporâneo tenha qualquer interesse na teologia contemporânea. Eu não acho que sou a pessoa certa para o trabalho, mas espero que, no meu livro, eu tenha ajudado a abrir espaço para que tal encontro ocorra.
Por Márcia Junges/Tradução: Luís Marcos Sander
NOTAS
[¹] Slavoj Zizek (Slavoj Žižek - 1949): filósofo e teórico crítico esloveno. É professor da European Graduate School e pesquisador sênior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana. É também professor visitante em várias universidades estadunidenses, entre as quais estão a Universidade de Columbia, Princeton, a New School for Social Research, de Nova Iorque, e a Universidade de Michigan. (Nota da IHU On-Line)
[²] Thomas Jonathan Jackson Altizer (1927): teólogo estadunidense, atualmente professor da Emory University, em Atlanta. Tornou-se conhecido mundialmente a partir de um artigo publicado pela revista Time com o título Christian Atheism: The "God Is Dead" Movement (Ateísmo cristão: o movimento ‘Deus está Morto’). (Nota da IHU On-Line)
[³] Karl Barth (1886-1968): teólogo cristão protestante, pastor da Igreja Reformada e um dos líderes da teologia dialética e dos pensamentos neo-ortodoxos. Lecionou teologia em Bonn, Alemanha, mas, em 1935, recusou-se a apoiar Adolf Hitler e teve que deixar o país, retornando à Basileia. Tornou-se um dos líderes da Igreja Confessante, grupo oposto ao Movimento Cristão Alemão. Foi o principal redator da Declaração Teológica de Barmen. (Nota da IHU On-Line)
[4] Paulo de Tarso (3-66 d.C.): nascido em Tarso, na Cilícia, hoje Turquia, era originariamente chamado de Saulo. Entretanto, é mais conhecido como São Paulo, o Apóstolo. É considerado por muitos cristãos como o mais importante discípulo de Jesus e, depois de Jesus, a figura mais importante no desenvolvimento do cristianismo nascente. Paulo de Tarso é um apóstolo diferente dos demais. Primeiro porque, ao contrário dos outros, Paulo não conheceu Jesus pessoalmente. Era um homem culto, frequentou uma escola em Jerusalém, fez carreira no Templo (era fariseu), onde foi sacerdote. Educado em duas culturas (grega e judaica), Paulo fez muito pela difusão do cristianismo entre os gentios e é considerado uma das principais fontes da doutrina da Igreja. As suas Epístolas formam uma seção fundamental do Novo Testamento. Afirma-se que foi ele quem verdadeiramente transformou o cristianismo numa nova religião, e não mais numa seita do judaísmo. Sobre Paulo de Tarso, a IHU On-Line 175, de 10-04-2006, dedicou o tema de capa Paulo de Tarso e a contemporaneidade, disponível em http://bit.ly/ihuon175; edição 32 dos Cadernos IHU Em Formação, Paulo de Tarso desafia a Igreja de hoje a um novo sentido de realidade, disponível em http://bit.ly/ihuem32; edição 55 dos Cadernos Teologia Pública, São Paulo contra as mulheres? Afirmação e declínio da mulher cristã no século I, disponível em http://bit.ly/ihuteo55. (Nota da IHU On-Line)
[5] Jacques Lacan (1901-1981): psicanalista francês. Realizou uma releitura do trabalho de Freud, mas acabou por eliminar vários elementos deste autor (descartando os impulsos sexuais e de agressividade, por exemplo). Para Lacan, o inconsciente determina a consciência, mas este é apenas uma estrutura vazia e sem conteúdo. Confira a edição 267 da revista IHU On-Line, de 04-08-2008, intitulada A função do pai, hoje. Uma leitura de Lacan, disponível em http://bit.ly/ihuon267. Sobre Lacan, confira, ainda, as seguintes edições da revista IHU On-Line, produzidas tendo em vista o Colóquio Internacional A ética da psicanálise: Lacan estaria justificado em dizer “não cedas de teu desejo”? [ne cède pas sur ton désir]?, realizado em 14 e 15 de agosto de 2009: edição 298, de 22-06-2009, intitulada Desejo e violência, disponível para download em http://bit.ly/ihuon298, e edição 303, de 10-08-2009, intitulada A ética da psicanálise. Lacan estaria justificado em dizer “não cedas de teu desejo”?, disponível para download em http://bit.ly/ihuon303. (Nota da IHU On-Line)
[6] Blaise Pascal (1623-1662): filósofo, físico e matemático francês que criou uma das afirmações mais repetidas pela humanidade nos séculos posteriores: o coração tem razões que a própria razão desconhece, síntese de sua doutrina filosófica: o raciocínio lógico e a emoção. (Nota da IHU On-Line)
[7]Soren Kierkegaard (1813-1855): filósofo existencialista dinamarquês. Alguns de seus livros foram publicados sob pseudônimos: Víctor Eremita, Johannes de Silentio, Constantín Constantius, Johannes Climacus, Vigilius Haufniensis, Nicolás Notabene, Hilarius Bogbinder, Frater Taciturnus e Anticlimacus. Filosoficamente, faz uma ponte entre a filosofia de Hegel e o que viria a ser posteriormente o existencialismo. Boa parte de sua obra dedica-se à discussão de questões religiosas como a natureza da fé, a instituição da igreja cristã, a ética cristã e a teologia. Autor de O Conceito de Ironia (1841), Temor e Tremor (1843) e O Desespero Humano (1849). A respeito de Kierkegaard, confira a entrevista Paulo e Kierkegaard, realizada com Álvaro Valls, da Unisinos, na edição 175, de 10-04-2006, da IHU On-Line, disponível em http://bit.ly/dyA7sR. A edição 314 da IHU On-Line, de 09-11-2009, tem como tema de capa A atualidade de Soren Kierkeggard, disponível em http://bit.ly/16NUWDp. Leia, também, uma entrevista da edição 339 da IHU On-Line, de 16-08-2010, intitulada Kierkegaard e Dogville: a desumanização do humano, concedida pelo filósofo Fransmar Barreira Costa Lima, disponível em http://bit.ly/9Zvufy. Em 13-05-2013 a IHU On-Line teve como matéria de capa Kierkegaard - 200 anos depois, disponível em http://bit.ly/14jJ3l8. (Nota da IHU On-Line)
Gilbert Keith Chesterton (1874–1936): escritor britânico, crítico e autor de versos, ensaios, novelas e histórias. (Nota da IHU On-Line)
[8] Terry Eagleton (1943): filósofo e crítico literário britânico identificado com o marxismo. Seu livro mais conhecido é Teoria da literatura: uma introdução (1983, rev 1996), em que traça a história do estudo de texto contemporâneo desde os românticos do século 19 até os pós-modernos das últimas décadas. Apesar de permanecer identificado com o marxismo, o autor se mostra simpático a desconstrução e outras teorias contemporâneas. (Nota da IHU On-Line)
[9] Jürgen Moltmann (1926): professor emérito de Teologia da Faculdade Evangélica da Universidade de Tübingen. Um dos mais importantes teólogos vivos da atualidade. Foi um dos inspiradores da Teologia Política nos anos 1960 e influenciou a Teologia da Libertação. É autor de Teologia da Esperança, São Paulo: Herder, 1971 e O Deus Crucificado. A cruz de Cristo, fundamento e crítica da teologia cristã, Deus na Criação. Doutrina Ecológica da Criação. Vozes: Petrópolis, 1993, entre outros. Confira a entrevista de Jürgen Moltmann, um dos maiores teólogos vivos, na IHU On-Line n.º 94, de 29-03-2004. Desse autor a Editora Unisinos publicou o livro A vinda de Deus. Escatologia cristã. São Leopoldo, 2003. O professor Susin apresentou o livro A Vinda de Deus: Escatologia Cristã, de Jürgen Moltmann, no evento Abrindo o Livro do dia 26 de agosto de 2003. Sobre o tema, confira na IHU On-Line número 72, de 25-08-2003, a entrevista do Prof. Dr. Frei Luiz Carlos Susin. A edição 23 dos Cadernos Teologia Pública, de 26-09-2006, tem como título Da possibilidade de morte da Terra à afirmação da vida. A teologia ecológica de Jürgen Moltmann, de autoria de Paulo Sérgio Lopes Gonçalves. Nota da IHU On-Line)
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Žižek e a tentativa radical de repensar a tradição cristã. Entrevista especial com Adam Kotsko - Instituto Humanitas Unisinos - IHU