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Uma solução para crise: mudança de política e controle cambial. Entrevista especial com André Luís Forti Scherer

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09 Dezembro 2008

No artigo “A crise da economia financeirizada”, o professor André Luís Forti Scherer diz que na compreensão de mundo dos Estados Unidos “não havia espaço para crises que não fossem rápidas e passageiras, uma purgação ligeira e saudável dos excessos cometidos”. Mas, como o próprio professor Scherer escreve, “o sonho acabou”. A partir desse artigo, a IHU On-Line conversou, por e-mail com o professor sobre a crise financeira que abala as economias mundiais, inclusive o Brasil. “Tudo indica que teremos ou uma depressão global ou, na melhor hipótese, uma profunda recessão”, nos conta Scherer na entrevista que segue, em que fala sobre as mudanças que a crise pode trazer, a influência da economia chinesa e de como o Brasil deve enfrentá-la. “A solução é relativamente simples: muda-se a política (e o presidente do Banco Central)  e impõe-se um controle cambial, como aquele que proporcionou o sucesso da Malásia no enfrentamento da crise asiática”, sugere.

André Luís Forti Scherer é economista graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também obteve o título de mestre em Economia. É doutor em Economia Internacional, pela Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines, na França e, atualmente, pesquisador da Fundação de Economia e Estatística e professor da PUC-RS. Escreveu Competitividade e inovação na indústria gaúcha (Porto Alegre: FEE; São Leopoldo: Ed. Unisinos, 1998) e O Brasil frente à ditadura do capital financeiro: reflexões e alternativas (Lajeado: Univates, 2005).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – O que muda com a crise do capitalismo financeirizado?

André Luís Forti Scherer – A crise tem uma dimensão bastante profunda. As mudanças poderão ser observadas tanto sob a ótica da economia, que provavelmente deixará de ser regida exclusivamente pela dinâmica do capital financeiro, quanto sob a ótica da ideologia, que opunha Estado ao mercado e preconizava a superioridade do segundo sobre o primeiro.  Os dois movimentos são complementares e apontam para o final dessa etapa capitalista iniciada nos anos 1970 e consolidada nos anos 1980 e 1990. Mas o futuro apenas poderá chegar a partir de algum movimento que aponte para o fim do aprofundamento da atual crise e nós ainda nos encontramos longe dessa hora.

IHU On-Line – Por que a economia chinesa poder ser considerada um termômetro em relação à crise financeira para o Brasil? A economia chinesa tem algo a ensinar ao Brasil?

André Luís Forti Scherer – A crise se dá em etapas e é não-linear. Aos momentos de completo pânico se sucedem outros de relativa calmaria, sempre em um ponto dinâmico mais baixo do que o anterior. Até o momento, tivemos a crise imobiliária se transmutando em crise financeira em agosto de 2007 e sua transformação em crise econômica "aberta" em setembro de 2008. Virá o momento de uma crise do sistema monetário internacional, provavelmente ainda em 2009. O duo EUA-China formou o centro dinâmico do capitalismo no início do século XXI, com a China se tornando um "centro periférico" da globalização produtiva. Esse movimento encadeou, via comércio internacional e aumento dos preços das commodities, as economias da América Latina e da África, outrora sem papel específico dinâmico na globalização produtiva. Ao mesmo tempo, afirmou a China como centro produtivo da economia asiática, permitindo uma saída para as economias atingidas pela crise financeira de 1997. Ora, com o dinamismo estadunidense se esvaindo, a possível resistência da China é crucial para que um pouco de dinamismo subsista na periferia do sistema. Os sinais, entretanto,  são pouco animadores, pois a economia chinesa vem caindo mais rápido do que o esperado, segundo as informações mais recentes.

Quanto à segunda questão, a China mostra um projeto nacional claro, de tornar-se potência industrial e um grande player mundial. Para isso, vem condicionando a entrada de investimento multinacional aos seus interesses desde o início de sua inserção mais aprofundada na economia mundial. Outro aspecto é o fato de controlar autonomamente sua política econômica via o controle de capitais especulativos, o que lhe permite manejar conforme seus interesses internos sua taxa de câmbio. Não é por nada que na última semana uma das grandes discussões nos EUA dizia respeito à possibilidade de uma reversão das recentes valorizações cambiais de parte das autoridades chinesas, com reflexos para a competitividade das indústrias dos países do mundo todo.
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IHU On-Line – O senhor acredita que a economia mundial vai entrar em depressão? Como caracteriza esse momento?

André Luís Forti Scherer – Tudo indica que teremos ou uma depressão global ou, na melhor hipótese, uma profunda recessão.  É importante levarmos em conta que o momento atual difere de 1929, não apenas pela maior e mais pronta intervenção dos governos, como tem sido falado, mas por que a crise é de outra natureza. Trata-se da primeira crise econômica de contágio global, que evidencia um caráter de superprodução mundial. Mas não existe algo que se assemelhe a um governo mundial capaz de intervir com a amplitude necessária. O outro ponto, relacionado ao anterior, é que a capacidade fiscal dos Estados nacionais já se encontra bastante diminuída frente à situação que prevalecia em 1929, quando os Estados não tinham dívidas de grande monta. Agora, Estados já endividados têm de fazer face à dívidas colossais obrigatórias, dada a necessidade de resgate do sistema financeiro e, ainda, proporcionar estímulos ao consumo e investimento em suas economias. Qual o limite dessa estratégia? Essa é a grande questão, pois já foram gastos trilhões de dólares globalmente no resgate ao sistema financeiro, sem que se possa dizer que esse é o número definitivo. Assim, é possível uma depressão mundial, contra todos os prognósticos que dizem o contrário.

IHU On-Line – O Brasil estava mais preparado para essa crise do quem em outros momentos?

André Luís Forti Scherer – Sim e não. Sim, no sentido de que não havia uma pressão forte sobre as contas do balanço de pagamentos, temos reservas em quantidade razoável e uma situação fiscal também razoável. Não, quando verificamos que a conta de capital aberta permite remessas de divisas de partes de residentes e de não-residentes praticamente ilimitadas, o que torna o Brasil passível de uma nova crise cambial especulativa. Àqueles que dizem que as reservas impedem essa possibilidade, basta lembrar que da Rússia já saíram mais de US$ 140 bilhões de dólares em um ano. A própria saída de divisas leva à desvalorização cambial que, por sua vez, deteriora as expectativas quanto ao câmbio. Isso torna racional a saída de divisas e assim por diante. Este é o fenômeno conhecido na literatura econômica como as crises com a "profecia auto-realizável". A solução é relativamente simples: muda-se a política (e o presidente do Banco Central)  e impõe-se um controle cambial, como aquele que proporcionou o sucesso da Malásia no enfrentamento da crise asiática. Quanto antes agirmos nesse sentido, maior a possibilidade de termos um relativo sucesso no enfrentamento dessa crise.

IHU On-Line – Que previsões o senhor faz para a economia brasileira em 2009?

André Luís Forti Scherer – O cenário de grande volatilidade impede as previsões com maior grau de certeza. Penso que teremos problemas com o balanço de pagamentos e não me surpreenderia ver o dólar disparando, ao menos no primeiro semestre. A economia dinamizada pelo consumo, puxada pelo abrandamento do acesso ao crédito, tem seus fundamentos abalados. Precisamos garantir a continuidade dos investimentos e só o setor público pode sustentar essa política. Mas teremos problemas de falta de divisas caso medidas de restrição à saída de capitais não sejam adotadas.

IHU On-Line – E para as grandes economias mundiais, principalmente os EUA? A eleição de Obama pode mudar algo nesse cenário?

André Luís Forti Scherer – As grandes economias enfrentarão um quadro recessivo grave. O Japão continua enredado em seus problemas desde os anos 1990, a Europa tem seu setor financeiro comprometido pela crise e países como Suíça e Inglaterra têm o grave desafio de sustentarem um enorme sistema financeiro com imensas perdas. Os EUA têm desafio ainda maior no que se refere ao sistema financeiro, mas contam com a força da moeda mundial. O limite disso ainda não sabemos, mas é provável uma crise monetária em algum momento dessa crise.

Obama, até o momento, adota a solução de amplificar os movimentos já esboçados pelo atual governo ao final de 2008. Não há muito a fazer; os EUA serão obrigados a se endividarem fortemente para evitarem o agravamento do desemprego. Ainda é cedo para dizer se será suficiente.

IHU On-Line – Um novo "líder" pode surgir dessa crise?

André Luís Forti Scherer - Acredito que um novo "líder" não, mas existe uma tendência a um mundo multipolar, como pode se ver com a crescente importância do G-20. Entretanto, isso tudo é "mais do mesmo" e somente instituições novas e mais democráticas poderão dar conta mais rapidamente do impasse atual. Na realidade, sou pessimista quanto a qualquer possibilidade dos EUA aceitarem a perda de espaço de sua liderança e acho que a Europa também não vê essa ampliação para o G-20 com bons olhos pelo mesmo motivo.

IHU On-Line – Que lições o Brasil precisa tirar dessa crise?

André Luís Forti Scherer – As lições de que um projeto de nação é necessário, de que não podemos nos contentar em sermos um grande exportador de commodities e de que temos de nos iludir menos com o discurso das potências dominantes, como ocorreu no país com o "pensamento único" neoliberal nos anos 1990.

IHU On-Line – O senhor propõe uma nova geopolítica como saída para a crise. Como ela se caracteriza?

André Luís Forti Scherer – Na realidade não proponho, apenas afirmo que a crise duraria menos caso os EUA aceitassem dividir mais o poder mundial. Mas não acredito nessa tendência. Pelo contrário, acho que a crise será longa e custosa e que, nesse cenário, os EUA tendem a se saírem relativamente bem. Porém, o mundo que emergirá da crise será outro, dependerá da luta política e da clareza na colocação  das "grandes questões". Agora que a fantasia neoliberal veio abaixo é importante nos darmos conta de que a discussão das "reformas" já começa a ser feita pelos dirigentes políticos ligados à burguesia financeira mundial, na tentativa de entregarem os anéis e preservarem os dedos. Mas, mesmo essa possibilidade, depende da profundidade da crise, a qual ainda é desconhecida.

 


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