08 Agosto 2025
Uma carta até então desconhecida do Papa Bento XVI (falecido em 2022) fornece novos insights sobre sua renúncia há doze anos: a carta de 2014 só foi publicada agora e contém declarações claras do Papa Emérito sobre os rumores em torno de sua muito discutida renúncia em fevereiro de 2013.
A reportagem é publicada por Katholisch, 07-08-2025.
Na carta, o Papa Emérito rejeita firmemente a especulação de que ele nunca renunciou ou permaneceu no cargo como uma espécie de "antipapa". Tais noções são "absurdas" e contradizem o "claro ensinamento dogmático-canônico" da Igreja. Qualquer pessoa que afirme o contrário "não é um verdadeiro historiador nem um verdadeiro teólogo". O ex-Papa também descreve os alertas sobre um cisma crescente na Igreja como infundados na carta.
A carta foi motivada por uma carta do teólogo italiano Nicola Bux. Um ano após a renúncia do Papa, ele resumiu uma série de questões canônicas, teológicas e práticas e solicitou esclarecimentos a Bento XVI. Bux publicou a correspondência em seu livro Realidade e utopia na Igreja – deliberadamente só após a morte do Papa Francisco. Em sua opinião, "a fase emocional que começou com a renúncia de Bento XVI" já passou.
Durante o mandato de Francisco (2013-2025), a legitimidade de seu pontificado foi repetidamente questionada na Itália, especialmente por grupos conservadores e tradicionalistas. Algumas dessas vozes afirmam que Bento XVI não renunciou voluntariamente em 2013, mas foi pressionado ou impedido de exercer seu cargo.
Segundo essa teoria, o papado não estava verdadeiramente vago – e, portanto, Francisco não era o chefe legítimo da Igreja. Um dos proponentes mais conhecidos dessa teoria da conspiração é o editor italiano Andrea Cionci. Ele apresentou sua teoria em detalhes em 2022, no livro O Código Ratzinger. Bento XVI, cujo nome verdadeiro era Joseph Ratzinger, foi chefe da Igreja Católica de 2005 a 2013. Ele faleceu no Vaticano em 31-12-2022.