Pollack: retorno à tradição é um mau remédio contra a perda da fé

O que fazer contra a perda da fé na sociedade? Um retorno à tradição, em todo caso, seria bastante repulsivo para a maioria, afirma o sociólogo Detlef Pollack, especialmente com relação à Missa Antiga.

A informação é publicada por Katolish.de, 22-07-2025. 

O sociólogo da religião Detlef Pollack considera que um retorno a uma maior tradição religiosa é um mau remédio contra a perda de fé na sociedade. “Para a maioria, isso seria bastante repulsivo”, disse Pollack ao jornal Süddeutsche Zeitung (terça-feira), especialmente em relação à Missa Antiga na Igreja Católica.

Segundo ele, há uma tendência geral na sociedade em direção a valores liberais e à autodeterminação, à igualdade de gênero e à aceitação da homossexualidade. “Se a Igreja não acompanhar os tempos, perderia ainda mais pessoas e ganharia apenas algumas poucas”, afirmou o diretor do Centro para Religião e Modernidade da Universidade de Münster.

De acordo com Pollack, a secularização se tornou uma tendência central em escala mundial. “A religião está atualmente passando por uma perda de significado dramática e historicamente sem precedentes”. Processos de secularização também ocorrem em muitos países da América Latina, do Norte da África e da Ásia – até mesmo em países como os Estados Unidos, o Irã ou a Polônia, que antes eram considerados redutos religiosos. “Segundo pesquisas, no Irã apenas 40 a 50% das pessoas ainda se identificam como muçulmanas; 22% se declaram sem religião e 9% até mesmo como ateus”.

Nas sociedades ocidentais modernas, as pessoas valorizam sua capacidade de decisão e rejeitam qualquer tentativa de tutela. “Mesmo em questões existenciais e de fé, insistem em sua autonomia e já não seguem mais orientações autoritárias”, afirmou o sociólogo da religião. A sociedade moderna oferece muitas possibilidades de participação e de autorrealização. “De forma quase imperceptível, a atenção se desloca da pergunta sobre as primeiras e últimas coisas da vida para a pergunta sobre o que se deseja fazer aqui e agora”.

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