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O discurso e o poder do extrativismo, ou como a pilhagem é legitimada em nome do “desenvolvimento”. Artigo de Paloma Elvira

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11 Julho 2025

Discursos institucionais, midiáticos e corporativos moldam a percepção dos megaprojetos. Eles são apresentados como projetos nacionais ou como uma oportunidade de desenvolvimento, emprego e transição verde.

O artigo é de Paloma Elvira, geóloga de exploração, publicado por El Salto, 11-07-2025.

Eis o artigo.

Hoje, pesquisei "extrativismo" no dicionário online da Real Academia Espanhola (RAE). O resultado: uma ausência, um vazio, um conceito extirpado, arrancado, ou melhor, nunca introduzido. "A palavra 'extrativismo' não consta no Dicionário", afirma o site. Parece que esse termo ainda não atravessou os muros daquela instituição, cuja origem e missão — consolidar o espanhol como língua imperial — ressoam com essa omissão conceitual. É significativo, dada a estreita relação entre extrativismo e colonialismo, que a palavra permaneça excluída do repertório oficial da língua.

Mas o fato de a RAE (Real Academia Espanhola) não mencionar o extrativismo não significa que ele não exista. Desde a expansão colonial europeia, muitos corpos e territórios experimentaram com particular virulência os efeitos desse modelo de apropriação violenta, desapropriação múltipla e exploração intensiva dos recursos naturais dos territórios colonizados. Longe de ter desaparecido com os processos de descolonização política iniciados no final do século XVIII, a lógica da extração e do saque persistiu e se transformou em novas formas no capitalismo contemporâneo. Como apontam Verónica Gago e Sandro Mezzadra, hoje as atividades extrativas não se limitam à exploração de matérias-primas e recursos naturais: elas se expandem para dinâmicas de extração financeira ligadas, por exemplo, à especulação imobiliária, à turistificação e à mercantilização da vida urbana.

Um estudo recente, coordenado pela Reds (Rede de Solidariedade para a Transformação Social) e pelo Centro de Estudos do Discurso, concentra-se precisamente nesses processos de extrativismo expandido. O relatório, intitulado Legitimizando a Exploração: Discurso e Poder em Projetos Extrativistas, examina o papel dos discursos públicos — da mídia às declarações de partidos políticos, empresas e governos — na legitimação de megaprojetos extrativistas, apesar das violações de direitos humanos e da degradação ambiental que eles acarretam. Longe de serem meros artefatos retóricos, esses discursos têm efeitos materiais e políticos concretos: eles moldam as maneiras pelas quais os megaprojetos são percebidos e regulados e impactam diretamente as condições que tornam possível — ou impossível — a resistência social que se opõe a eles.

O estudo, conduzido por pesquisadores e ativistas familiarizados com os contextos locais, analisa quatro casos: a expansão do aeroporto de El Prat, na Catalunha, a usina hidrelétrica de Hidroituango, na Colômbia, o projeto de infraestrutura turística Surf City, em El Salvador, e a mina de ouro El Pavón, na Nicarágua. Embora difiram em termos geopolíticos e na natureza de suas atividades, os padrões discursivos utilizados para justificar esses megaprojetos se repetem com semelhanças perturbadoras.

A desculpa é “progresso” e a linguagem ambientalista é usada

Em todos os casos, os megaprojetos são apresentados como sinônimos de "progresso" e "desenvolvimento econômico". Imaginários são construídos que descrevem os territórios onde essas infraestruturas são planejadas como espaços vazios, desprovidos de vida, à espera de serem explorados. Os projetos, por sua vez, são personificados: a eles são atribuídas qualidades humanas, uma vontade própria e uma capacidade transformadora.

Um exemplo claro aparece na propaganda digital do Surf City, um megaprojeto turístico promovido pelo governo de Nayib Bukele na costa do Pacífico de El Salvador. Nele, o surfe é apresentado como um elemento estabilizador, como uma "âncora de desenvolvimento", e as ondas de El Salvador como "um diamante que [até a chegada de Bukele] ninguém se preocupou em polir" — uma metáfora que encapsula perfeitamente a lógica colonial de descobrir, explorar e aprimorar o supostamente inerte. A natureza é apresentada como um recurso econômico subutilizado, cuja exploração não é apenas desejável, mas imperativa. Esse discurso não apenas justifica a turistificação do litoral, mas também legitima o regime salvadorenho — apesar da suspensão das garantias constitucionais e democráticas desde a ativação do estado de emergência em 2022 — como um suposto promotor do bem-estar coletivo.

Outro elemento compartilhado por esses relatos é o uso da linguagem ambientalista como estratégia de legitimação. Promessas de sustentabilidade, restauração ou compensação ecológica operam como formas de greenwashing, ou ecoimpostura, buscando neutralizar a oposição social e projetar uma imagem de responsabilidade corporativa. Assim, em uma reviravolta quase surreal, aqueles que promovem megaprojetos criticados por seu impacto ecocida se apresentam como defensores do meio ambiente, chamando todas as suas intervenções de "sustentáveis", por mais destrutivas que sejam.

Este é o caso da associação patronal catalã, ferrenha defensora da expansão do Aeroporto El Prat, que contratou uma comissão de especialistas — liderada pelo presidente da Câmara de Empreiteiros da Construção da Catalunha — para elaborar um relatório técnico sobre a viabilidade ambiental do megaprojeto. Apesar das críticas de agricultores rurais, ambientalistas sociais e plataformas cidadãs que defendem o decrescimento, como a ZerØport — que denunciam, entre outras coisas, o deslocamento de terras agrícolas, a deterioração do ecossistema e a superexploração do turismo na região —, a associação patronal inverte a narrativa e se apresenta como a salvadora da área natural protegida que o megaprojeto ameaça: a Laguna de la Ricarda, uma das áreas alvo da expansão do aeroporto.

Os megaprojetos são apresentados como projetos nacionais e símbolos da modernidade

Outro ponto em comum é a apresentação desses megaprojetos como projetos nacionais e símbolos de modernidade e paz. Seus promotores apelam para ideais de crescimento econômico, modernização ou competitividade global e argumentam que a infraestrutura não apenas produz benefícios locais, mas também impulsiona o progresso e o desenvolvimento nacionais. Em todos os casos, esses megaprojetos também são apresentados como veículos de reconciliação social ou instrumentos para facilitar a paz. No entanto, essa narrativa está profundamente em desacordo com a realidade material: deslocamento forçado, militarização de territórios, assassinatos de lideranças sociais, criminalização do protesto e destruição do meio ambiente e de modos de vida.

O caso de Hidroituango — uma usina hidrelétrica construída no cânion do rio Cauca, amplamente denunciada por causar danos humanos e ecológicos irreversíveis — é particularmente revelador. Em 2018, o transbordamento da represa causou mortes, deslocamentos em massa, destruição de ecossistemas e a inundação de valas comuns ligadas ao conflito armado colombiano. Apesar disso, o megaprojeto continua sendo apresentado como uma infraestrutura de interesse nacional, capaz de garantir a autossuficiência energética e contribuir, física e simbolicamente, para a construção da Colômbia pós-conflito. Após essa "tragédia intencional" — como definida pelo Movimento Ríos Vivos —, as autoridades locais enquadraram sua defesa da continuação do projeto como um gesto de compromisso com a verdade: um esforço "para garantir que a verdade não seja enterrada" e para trazer à luz "os responsáveis" pela tragédia. O cinismo dessas metáforas é particularmente doloroso para as comunidades do cânion que resistem há anos, lutando justamente para defender seu território, bem como para buscar a verdade, a reparação e a não repetição do conflito armado.

Da mesma forma, o projeto de mineração El Pavón faz parte de um discurso nacionalista que o apresenta como uma fonte fundamental de riqueza e crescimento econômico para a Nicarágua. Seus proponentes apelam para a história da mineração do país e seu potencial como exportador de ouro, legitimando essa atividade como uma tradição econômica que deve ser recuperada e fortalecida. Em contraste com a mineração artesanal, seus promotores têm promovido a ideia de uma "nova mineração sustentável", que supostamente reduz os danos ecológicos por meio do uso de tecnologias mais eficientes. No entanto, essa retórica tecnocrática e desenvolvimentista não resolve as contradições estruturais da lógica extrativista nem os riscos concretos que ela representa para as comunidades locais, como as de Rancho Grande, que dependem de ecossistemas ameaçados. Isso é denunciado pela organização camponesa de base Guardianes de Yaoska, que se opõe ao projeto de mineração extrativista.

Apresentar projetos como atrativos que prejudicarão as comunidades

Os discursos de corporações, partidos políticos e mídia criam uma arquitetura simbólica que transforma o extrativismo em algo desejável, inevitável ou mesmo patriótico. Governos se apresentam como garantidores do desenvolvimento; empresários, como empreendedores visionários; e as comunidades afetadas, quando conseguem aparecer em cena, são frequentemente retratadas como obstáculos ao progresso, manipuladas ou carentes de conhecimento técnico.

Assim, não apenas se legitimam intervenções territoriais, como também se estabelece uma ordem epistemológica que privilegia certos saberes — econômicos, jurídicos, tecnocientíficos — e silencia outros: os camponeses, indígenas, tradicionais e comunitários. Nesse silêncio ressoa uma ideia de desenvolvimento ancorada na racionalidade ocidental moderna e seus parâmetros de crescimento ilimitado, historicamente construídos sobre a exploração de corpos e territórios. Como argumentam diversas correntes do pensamento crítico latino-americano — desde estudos sobre a colonialidade do poder (Quijano) e o desenvolvimento como dispositivo moderno-colonial (Escobar, Mignolo), até análises sobre extrativismo e resistência ecoterritorial (Svampa, Gutiérrez, Gago) —, trata-se de uma continuidade colonial corporificada na promessa moderna de que mais infraestrutura trará mais bem-estar.

Mas progresso, desenvolvimento e crescimento para quem e a que custo? Na região do Baix Llobregat, especificamente em El Prat, o megaprojeto aeroportuário ameaça o equilíbrio ecológico do Delta do Llobregat e ignora as mobilizações de moradores, ambientalistas e camponeses. Em Hidroituango, o discurso estatal oculta a violência infligida às comunidades deslocadas, ao mesmo tempo em que exalta o papel do país como produtor de "energia limpa" no cenário global. Em Surf City, o governo salvadorenho promove um modelo de turismo que reforça a exclusão das populações locais, gentrifica os territórios costeiros e persegue a dissidência. Na Nicarágua, em nome da sustentabilidade, empresas mineradoras transnacionais estão penetrando no país, cujas atividades extrativas são incompatíveis com as estratégias de subsistência e práticas agroecológicas das comunidades camponesas de Rancho Grande e colocam seriamente em risco os recursos naturais do território.

A ausência do extrativismo no dicionário da RAE não revela apenas uma omissão linguística, mas uma forma de silenciamento político. Porque nomear é reconhecer, e o que não é nomeado não existe aos olhos dos detentores do poder. No entanto, corpos deslocados, rios poluídos e territórios devastados continuam a se manifestar contra o que os discursos hegemônicos tentam silenciar. Diante dessa situação, nomear o que está acontecendo, desmantelar as palavras com as quais nos vendem o espólio, faz parte da tarefa de nós que entendemos a pesquisa como mais uma forma de intervenção política.

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