Crianças nascidas nos anos 2020 enfrentarão extremos climáticos sem precedentes, alerta estudo

Foto: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento / Creative Commons

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12 Mai 2025

As crianças de hoje enfrentarão um mundo mais hostil do que qualquer geração anterior. Um estudo publicado na revista Nature revela que, se o planeta continuar no atual ritmo de aquecimento (2,7°C até 2100), 83% dos nascidos em 2020 sofrerão ondas de calor sem precedentes ao longo da vida. Em um cenário mais crítico (3,5°C), esse número salta para 92%.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 12-05-2025.

A pesquisa, pioneira ao cruzar dados climáticos e demográficos, mostra que os extremos não se limitam ao calor: secas, enchentes, incêndios e ciclones também marcarão o futuro dessa geração.

Foto: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento / Creative Commons

Crianças de países tropicais e de comunidades socioeconomicamente fragilizadas serão as mais atingidas, mesmo em cenários otimistas. Enquanto os mais ricos têm recursos para se adaptar, os mais pobres enfrentarão casas vulneráveis a enchentes, doenças e fome agravadas pelo clima.

O estudo indica que, se o mundo cumprir o Acordo de Paris (limitando o aquecimento a 1,5°C), 52% das crianças de 2020 escapariam de ondas de calor extremas, poupando 49 milhões de recém-nascidos e 654 milhões de jovens entre 5 e 18 anos. “Os líderes precisam agir agora para aliviar o fardo sobre os jovens”, alertou Wim Thiery, da Vrije Universiteit Brussel (VUB), coautor do estudo.

Parceira do estudo, a organização Save the Children reforça que os dados subestimam a tragédia. O Carbon Brief recorda que um estudo publicado na revista Science em 2021 liderado pelo mesmo grupo de pesquisadores já revelava que, num cenário de aquecimento global de 3°C, uma criança nascida em 2020 experimentará ao longo da vida o dobro de incêndios florestais e ciclones tropicais, três vezes mais enchentes fluviais, quatro vezes mais falhas agrícolas, cinco vezes mais secas, e impressionantes 36 vezes mais ondas de calor em comparação com alguém nascido na era pré-industrial – com os maiores aumentos projetados para as regiões do Oriente Médio e Norte da África.

Scientific American e Folha, entre outros, repercutiram o estudo sobre as consequências das mudanças climáticas para o futuro das infâncias.

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