Por: Elstor Hanzen | 26 Novembro 2024
À luz da economia feminista, diversos estudos têm apontado que a desigualdade de gênero marca o cenário econômico, em especial no contexto de trabalho brasileiro. Entre os fatores, seja na maior susceptibilidade ao desemprego, seja no elevado percentual da inserção em trabalhos precarizados, nenhum desses fatores pode ser justificado por idade, escolaridade, cargo, região, por exemplo.
Diante disso, metáforas como “teto de vidro” e “piso pegajoso” vêm sendo usadas pela economia feminista para explicar típicas situações de desigualdade a que estão submetidas as mulheres no âmbito laboral em todo o mundo. Sob a ótica feminista, tal configuração deve-se a estereótipos, discriminação por gênero e restrições sociais.
A professora associada do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Brena Paula Magno Fernandez salienta que esses “dois conceitos espelham com fidedignidade a situação vivida hoje pelas mulheres no Brasil”.
A pesquisadora argumenta que “a desigualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham idênticas funções no mercado de trabalho é apenas uma das inúmeras iniquidades de gênero a que estão submetidas as mulheres no âmbito econômico”, no artigo Teto de vidro, piso pegajoso e desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro à luz da economia feminista: por que as iniquidades persistem?
Dentro do Ciclo de estudos — O Brasil em Debate. Repensar a Economia e Suas Perspectivas, a professora e doutora Brena Fernandez da UFSC vai ministrar a webconferência Desigualdades de gênero no mercado de trabalho brasileiro à luz da Economia Feminista no Instituto Humanitas Unisinos — IHU.
O encontro acontece nesta quarta-feira, 27-11-2024, com transmissão ao vivo no site do Instituto Humanitas Unisinos — IHU, no canal do YouTube e no Facebook, às 10h. A programação completa está disponível aqui.
A programação busca debater os limites e desafios da economia contemporânea a partir do cenário brasileiro, apontando ancoragens éticas e ecológicas para as práticas e estudos relacionados às ciências econômicas.
Brena Fernandes tem pós-doutorado em Filosofia da Ação pela Universidade do Porto (2015-2017), pós-doutorado em Filosofia da Ciência pela Universidade de São Paulo (2005-2007), doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000), especialização em Lógica, Filosofia Prática e Filosofia Econômica pela Johann Wolfgang von Goethe Universität/Frankfurt (1995), especialização em Filosofia Econômica pela Fundação Getúlio Vargas (1993) e graduação em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). É professora associada III do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina. Coordena o Núcleo de Pesquisa em Economia Feminista (NEEF-UFSC/CNPq) e integra a Rede Brasileira de Economia Feminista (REBEF). Pesquisa principalmente nos seguintes temas: economia feminista, mulheres na História do Pensamento Econômico, epistemologia e metodologia da economia e racionalidade econômica.
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Teto de vidro e piso pegajoso explicam desigualdade de gênero no mercado de trabalho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU