08 Novembro 2024
O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, usou suas redes sociais nesta quinta-feira (7) para criticar a decisão de aumento das taxas básicas de juros, a Selic, imposta pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta (6).
A reportagem é de Milleny Ferreira, publicada por Jornal GGN, 07-11-2024.
Cappelli afirma que o aumento de 10,75% para 11,25% [alta de 0,5%] será o principal fundamento para que a economia brasileira seja freada, causando um impacto direto nas rendas dos brasileiros e na criação de novos empregos.
“A prestação daquilo que você comprou ou daquilo que você está pensando em comprar no Natal vai ficar ainda mais cara. O que eles querem é frear a economia, parar com a criação de empregos. Eles estão cometendo um crime contra o Brasil“, dispara.
Na visão de Cappelli, o argumento de que a alta na Selic está atrelada à dívida pública é falacioso. “Eles argumentam que o problema é que a dívida do Brasil é muito grande. Isso é uma cascata. O Brasil tem, agora, a terceira taxa de juros mais alta do mundo. Mas os países que têm taxa de juros menores que o Brasil, têm uma dívida igual ou menor que a dívida brasileira”, diz.
Ainda em seu vídeo, o presidente da ABDI ressalta que esse aumento serve como pressão para que o presidente Lula (PT) execute mais cortes nos gastos sociais.
“Eles querem que o governo do presidente Lula corte o BPC, corte o salário mínimo, corte a aposentadoria, corte recursos da saúde e da educação, para que eles, os banqueiros e rentistas parasitários, continuem recebendo centenas de bilhões de reais do orçamento público”.
Por fim, Cappelli argumenta que para enfrentar essa alta da Selic, é preciso coragem e ousadia, para que a justiça seja alcançada para os brasileiros.
“Precisamos enfrentá-los e trocar os limites por ousadia para garantir o desenvolvimento do Brasil, a geração de empregos e a justiça para o povo brasileiro”, alega Cappelli.
Ricardo Cappelli, além de jornalista, teve um papel fundamental nas investigações dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023, já que foi nomeado pelo ex-ministro da Justiça e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, como interventor da operação Lesa Pátria.
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