04 Novembro 2024
A reportagem é de Baltasar Bueno, publicada por Religión Digital, 03-11-2024.
Nunca os reis da Espanha foram tão insultados durante o seu reinado como aconteceu em Paiporta a ponto de chorarem. Tiveram que ouvir tudo, com pessoas em cima deles, sem qualquer distância ou proteção. Eles jogaram laranjas e lama neles e ouviram todo tipo de insultos. Tudo isso na presença e ao vivo.
Vídeo | Cientos de personas han increpado a los Reyes, a Pedro Sánchez y a Carlos Mazón durante la visita que han intentado realizar a la localidad de Paiporta. Este ha sido el momento https://t.co/HhFIQvqio4
— EL PAÍS (@el_pais) November 3, 2024
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Os insultos mais graves foram dedicados a Pedro Sánchez, presidente do governo, e a Carlos Mazón, presidente da Generalitat Valenciana. A coisa mais bonita que lhes foi dita: Assassinos, filhos da puta, vão embora, não se preocupem... Pedro Sánchez e Carlos Mazón recuaram da maré que os perseguia, a Guarda Civil, o melhor que pôde, os tirou do caminho da fúria popular. Um grupo indignado, vítima das brigas dos governos central e regional, que competiram no pódio da inépcia.
Os reis resistiram, falaram com o povo, cara a cara, lado a lado, tentaram acalmá-lo, explicar-se. A rainha abraçou pessoas que explicavam em voz alta sua triste situação. A barragem foi tão forte que os dois choraram. Precisamente numa terra já pacífica, Valência, tiveram de suportar uma tal avalanche, por vezes muito agressiva. As forças de segurança vieram cobrar alguns grupos de pessoas afetadas pelos danos, para salvaguardar a integridade dos reis e da sua comitiva.
Pedras, lama, laranjas e outros objetos como garrafas e paus caíram sobre ele. A delegação fugiu da cidade em seus carros oficiais a toda velocidade, escoltada por policiais a cavalo e guardas civis a pé, até que os perderam de vista. A tensão e a indignação popular são grandes, e eles também chegaram uma hora atrasados do que o esperado, o que esquentou ainda mais o clima.
O que aconteceu em Paiporta ficará para a história, o cortejo saiu correndo, a toda velocidade, dos carros oficiais perseguidos por alguns dos manifestantes. A polícia teve que trabalhar duro. Algumas lesões causaram sua intervenção. Aqui e assim terminou a visita a Paiporta. O carro oficial de Pedro Sánchez foi atingido por uma pedra. Diz-se que um deles arranhou a cabeça.
🔴 | El llanto de la Reina de España: «no es por ustedes. Por ustedes no es». pic.twitter.com/ulNX11niEj
— Jose Moreno (@Josemn1_) November 3, 2024
Apesar disso, o rei tem resistido bem ao ataque do povo, chegou até a falar com algumas pessoas, assim como a rainha. De toda a comitiva, só eles encararam o povo, ouvindo-o.
Embora os monarcas tenham sido aconselhados a suspender o resto da visita programada, a vila de Chiva, que também foi gravemente danificada, os reis decidiram continuar com o plano planejado. O presidente da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, pouco depois do ocorrido, publicou uma mensagem nas redes onde falava da integridade e firmeza do rei Felipe VI manifestada em meio aos incidentes ocorridos em Paiporta.
Embora os Reis quisessem ir para a cidade de Chiva, foram desaconselhados. Depois de Paiporta marcharam até o Centro de Emergência La Eliana, onde apareceu Pedro Sánchez. Tiveram uma reunião e às quatro e meia da tarde, Suas majestades deixaram o local em direção ao aeroporto de Valência, de onde regressaram a Madri, num avião diferente do presidente. Os reis estavam manchados de lama no rosto, nas mãos e nas roupas.
"¡A ti no te falta agua... y la gente aquí muriéndose!": así han increpado a los reyes, a Sánchez y a Mazón a su llegada a Paiporta https://t.co/WdBMbvISwd pic.twitter.com/kW4ci59HKt
— elDiario.es (@eldiarioes) November 3, 2024
Nesse momento, Pedro Sánchez fez algumas declarações, muito emocionadas, onde expressou as suas condolências pela tragédia de Dana e condenou a violência. Ele disse que vai salvar a província de Valência. Nenhuma pergunta foi permitida. O carro do presidente foi atacado e o vidro traseiro do veículo foi quebrado.
A atitude firme do rei garantiu que os motins não aumentassem nem se tornassem mais violentos quando ele falava com os mais rebeldes. O último a sair do Centro de Emergência foi Pedro Sánchez, que foi vaiado pelo público ali reunido em meio a insultos e gritos de demissão.
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Os Reis, Pedro Sánchez e Mazón, vaiados em sua visita à Valência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU