TI Kayapó tem quase 20% de sua área tomada pelo fogo

Foto: Foto: Sérgio Vale/Amazônia Real | Flickr

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24 Setembro 2024

Ao todo, 571.750 hectares do Território Indígena já foram consumidos pelo fogo; é o pior índice desde 2012, quando o monitoramento foi iniciado pelo Greenpeace.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 24-09-2024.

Além das constantes ameaças de desmatamento, grilagem, garimpo ilegal e violência baseada na inconstitucional lei do marco temporal, Territórios Indígenas agora enfrentam o fogo de origem criminosa. E a Terra Indígena Kayapó, na Amazônia paraense, é uma das que mais sofre com os incêndios.

Um em cada quatro focos de calor em TIs na Amazônia foi registrado na Terra Kayapó, destaca O Globo. Ao todo, 571.750 hectares do território já foram consumidos pelo fogo, o que equivale a 18% da área total. É o pior índice desde 2012, quando o monitoramento foi iniciado, informam Agência Brasil e Valor. Os números são de um levantamento feito pelo Greenpeace com base em dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA),da UFRJ.

O coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Dantas, disse que já é possível bater o martelo quanto à severidade das queimadas em solo Kayapó, inclusive pelas velocidade e dimensão das chamas. Mas centenas de TIs foram atingidas por incêndios. “O único levantamento que fizemos aqui tem uns 20 dias, está meio desatualizado, mas já dava conta de que mais de 300 Terras Indígenas de todo o país estavam sofrendo com as queimadas”, acrescentou.

Na TI Apyterewa, também no Pará, a Polícia Federal fez diligências no fim de semana para identificar os autores dos incêndios criminosos na região, além de outros crimes, segundo o Metrópoles. As ações criminosas têm sido praticadas com a intenção de impedir ou atrapalhar a retirada do gado apreendido na região, que passa por um processo de desintrusão e onde os invasores resistem.

Já no Mato Grosso, cerca de 40 TIs sofrem com incêndios, relatam Metrópoles e Brasil 247. “Perdemos ferramentas, alimentos, enxada, geladeira, fogão, televisão, cama, roupas, alimentação. Perdemos documentos pessoais. Duas casas foram destruídas. É muito triste ver tudo sendo queimado. Como é um território muito grande, as equipes de brigadas não conseguem chegar em todas as Terras”, relatou o cacique Félix Tsiwepsudu Tseredze, da Aldeia São Marcos, na Terra Indígena São Marcos, na região de Barra do Garças.

Na TI Pimentel Barbosa, crianças Xavantes precisaram subir em ocas com garrafas de água para se proteger do fogo que atingiu a comunidade. A liderança indígena local, Mara Barreto Sinhowawe Xavante, relatou à Agência Brasil a situação do território após um incêndio criminoso. “Foi um incêndio criminoso e esse incêndio foi se estendendo e ficou duas semanas o Cerrado queimando, quilômetros e quilômetros, até chegar dentro da nossa aldeia”, detalha.

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