"Conhecemos o terrorismo midiático russo, agora a OTAN deve começar a falar de paz". Entrevista com Leonardo Tricarico

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15 Julho 2024

As declarações de Moscou estão "dentro de uma retórica bélica dirigida ao grande público, visando, acima de tudo, atingir as partes mais frágeis e sem coesão". É assim que o general Leonardo Tricarico, ex-chefe de gabinete do Estado Maior da Aeronáutica, comenta a declaração do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que ameaçou as capitais europeias em resposta à decisão de Washington de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha.

A reportagem é de Danilo Ceccarelli, publicada por La Stampa, 14-07-2024.

“Vejo essa declaração como um ato de terrorismo midiático que os russos já provaram que sabem fazer bem e com frequência, mas tudo se insere em uma situação incandescente e esse talvez seja o verdadeiro elemento de perigo hoje em comparação com a Guerra Fria de 50 anos atrás", explica Tricarico.

Eis a entrevista.

General, será que estamos diante de uma nova versão da lógica dos dois blocos contrapostos?

A diferença está no fato de que hoje essa situação está dentro de uma guerra inflamada, ativa, onde domina uma irresponsabilidade. A Aliança Atlântica, cujo conceito fundador é lutar pela resolução de forma pacífica de qualquer controvérsia que possa envolver a OTAN, está celebrando seu 75º aniversário jogando gasolina na fogueira. Pelo que lemos nos jornais, as palavras paz e negociação nem sequer foram pronunciadas na última cúpula.

A instalação de mísseis de longo alcance na Alemanha pelos EUA é, portanto, um novo passo em direção à escalada realizada pelo próprio Ocidente.

É mais um motivo de tensão em uma atmosfera já superaquecida, onde a faísca pode escapar de qualquer um. Em vez de buscar motivos para uma distensão, estão sendo criados elementos opostos.

Sobre a capacidade da Rússia de atacar o Ocidente, além disso, não existem dúvidas.

Absolutamente. Certamente não havia necessidade desse teatrinho. As potências com armas nucleares têm capacidade de atingir alvos a grandes distâncias. As ogivas nucleares vão a bordo de submarinos, são montadas em mísseis intercontinentais, são lançadas de bombardeiros estratégicos e podem chegar a qualquer lugar do mundo. Portanto, pensar que essa seria uma nova ameaça é meio zombeteiro para os especialistas. 

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