“Choramos pelo uso ideológico da causa das Malvinas” diz o arcebispo de Buenos Aires

Foto: Wikimedia

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03 Abril 2024

Em uma missa celebrada na catedral de Buenos Aires no "Dia dos veteranos e caídos em Malvinas", o arcebispo Jorge García Cuerva afirmou que "a causa de Malvinas nos une" e reafirmou que as ilhas serão "para sempre argentinas". A cerimônia contou com a presença da chanceler Diana Mondino.

A reportagem é de Washington Uranga, publicada por Página|12, 03-04-2024.

Em uma homilia proferida na catedral metropolitana durante uma missa no "Dia do veterano e dos caídos na guerra de Malvinas", o arcebispo de Buenos Aires, Jorge García Cuerva, fez uma enérgica reafirmação da soberania argentina sobre as ilhas e encerrou sua intervenção com a exclamação "Malvinas, para sempre argentinas!". A cerimônia contou com a presença da chanceler Diana Mondino, ex-combatentes da guerra das Ilhas Malvinas e familiares.

Após uma introdução na qual pediu "sejamos corajosos, não tenhamos medo de chorar" porque Jesus também o fez, o arcebispo perguntou "Argentina, por que choras?". Segundo García Cuerva, "choramos porque nos doem os 649 combatentes falecidos e mais de mil feridos; choramos porque nos dói a guerra, nos dói o esquecimento, nos dói a utilização ideologista da causa Malvinas". E ele aprofundou o tema, destacando que "choramos tantas promessas não cumpridas; choramos fracassos e frustrações; choramos também os mortos da pandemia; choramos de dor; choramos de tristeza e também choramos de raiva porque nos dói a Pátria".

Na mesma linha de pensamento, o arcebispo portenho lembrou que o Papa Francisco, ao falar com um presidente europeu em 2020, afirmou que "é muito triste quando as ideologias se apoderam da interpretação de uma nação, de um país, e desfiguram a pátria".

Em outro momento de sua homilia, o arcebispo García Cuerva afirmou que "para nós voltar a lembrar das Malvinas é fonte de esperança e regozijo, de orgulho, de heroísmo e de soberania". Porque, disse, "dizer Malvinas é dizer identidade nacional, é dizer Pátria, é dizer história, presente e futuro, é dizer fraternidade porque a causa de Malvinas nos une".

Por fim, o arcebispo pediu "que nossas lágrimas e o sangue de nossos heróis fecundem nossa amada Argentina para que, de uma vez por todas, germinem frutos de solidariedade, justiça e paz para todos os seus habitantes".

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