11 Janeiro 2024
"Repudiamos com veemência todo e qualquer ato de intolerância religiosa! Alertamos quem comete esses atos, que tenha consciência de que intolerância religiosa é crime", assevera em nota enviada ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU o Grupo Inter-religioso de Diálogo - GIRD, vinculado à Unisinos.
Ontem, 9 de janeiro de 2024, mais uma vez foi noticiada pela imprensa local em São Leopoldo, RS, uma ocorrência que enche nossos corações de tristeza pela constatação cruel de que a intolerância religiosa continua existindo em nossa sociedade.
O Grupo Inter Religioso de Diálogo - GIRD, ligado à Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos, constituído a partir do programa Gestando o Diálogo Inter-religioso e o Ecumenismo - GDIREC, vem a público para manifestar fraternal solidariedade para com o Babalorixá Marcello D’Ogún, do Ilê de Oxalá Jobokum e Ogún Oniré, pelos atos de intolerância religiosa acontecidos em frente ao seu espaço de cultuação religiosa, na noite de 24 de dezembro, segundo o seu relato.
Repudiamos com veemência essas manifestações de intolerância religiosa, que infelizmente se multiplicam impunemente em nossa realidade. São manifestações que envergonham a todos nós que professamos com seriedade as nossas confissões religiosas e as partilhamos em convívio fraterno. Em termos religiosos, temos consciência que qualquer tipo de intolerância é a negação da própria religião!
Felizmente não somos mais aquele país no qual por longo tempo a diversidade religiosa e a liberdade de expressões religiosas eram perseguidas e, até criminalizadas. Hoje podemos manifestar com alegria, que a Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa, garante o respeito e o reconhecimento da diversidade de manifestações religiosas e condena a intolerância religiosa como crime.
Cabe a nós fazermos a nossa parte, como pessoas religiosas, independente do seguimento religioso ao qual pertencemos, dando a nossa contribuição fraterna para que sejamos efetivamente uma sociedade na qual as RELIGIÕES, em todas as suas colorações, possam ser presença vigorosa e fecunda para a regeneração do HUMANO na sociedade.
Repudiamos com veemência todo e qualquer ato de intolerância religiosa! Alertamos quem comete esses atos, que tenha consciência de que intolerância religiosa é crime. E somos unânimes em solicitar aos órgãos públicos competentes que exerçam o seu papel legal de proteção à liberdade religiosa e à diversidade tratando no rigor da lei a quem incorre neste tipo de crime.
O nosso Grupo Inter-religioso de Diálogo - GIRD é constituído por treze líderes religiosos, definidos em diferentes identidades religiosas, entre as quais, encontramos seguimentos de tradições cristãs, de matrizes africanas, orientais, espíritas e religiões tipicamente originárias em solo brasileiro. Os nossos corações se enchem de tristeza frente aos atos de intolerância religiosa, mas queremos que esta nossa tristeza nos alerte para sermos sempre mais fiéis ao compromisso com a fraternidade, a paz e a harmonia em nossa sociedade.
Grupo Inter-religioso de Diálogo - GIRD/GDIREC, 10/01/2024.
