Desinformação climática: algoritmo do YouTube promove vídeos de negacionistas

Foto: ArtHouse Studio | Pexels

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

20 Outubro 2023

Análise mostra como documentário de grupo negacionista de extrema-direita se aproveitou do algoritmo do YouTube para ganhar visualizações e espalhar desinformação sobre a crise climática.

A informação é publicada por ClimaInfo, 19-10-2023. 

Que as redes sociais são uma “terra de ninguém” da desinformação é uma obviedade que não surpreende mais ninguém. Mesmo assim, olhando os detalhes de como algumas plataformas funcionam e impulsionam conteúdos distorcidos ou mentirosos, ainda há margem para mais surpresas negativas. 

Um estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou como o documentário “Cortina de Fumaça”, produzido pela produtora de extrema-direita Brasil Paralelo, aproveitou ao máximo das ferramentas do YouTube não apenas para ganhar visualizações e seguidores, mas também para repercutir outros vídeos e conteúdos negacionistas com seu público.

“A análise confirmou a inserção do debate ambiental em uma rede ideológica que envolve questões de extremismo, gênero, arte, cultura, educação, história, entre outros. Isso significa que um dos efeitos do consumo de vídeos no YouTube seria o aumento da polarização política”, destacou o estudo, publicado no final de setembro na revista acadêmica Social Media + Society.

Parte da estratégia dos produtores do documentário é um investimento pesado em impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, na casa dos milhões de reais. Com isso, três meses após seu lançamento, em junho de 2021, a produção negacionista já contabilizava 1,8 milhão de visualizações. 

Mas o impulsionamento é apenas um pedaço do problema. Como a Agência Pública bem destacou, a análise dos pesquisadores da UFRJ mostrou que o próprio algoritmo do YouTube conduz o público a outros vídeos negacionistas, o que amplia o esforço de desinformação e favorece outros conteúdos mentirosos, que abordam desde teses negacionistas sobre a crise climática até peças que negam os crimes da ditadura militar e atacam adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Leia mais