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As hereges na fogueira, mesmo depois da morte

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23 Agosto 2023

"O universo herético feminino parece ter chegado ao fim da linha justamente no século XIV, no momento em que, a par dos processos conciliares e inquisitoriais, começa uma verdadeira deslegitimação cultural". 

O artigo é de Amedeo Feniello, publicado por La Lettura, 20-08-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo. 

Milão, 18-07-1300. Entre o convento de Santo Eustórgio e a Igreja dos Frades Humilhados começa o interrogatório das testemunhas para o processo ordenado pelos juízes da Inquisição contra “o conventículo oculto e congregação de muitos indivíduos, homens e mulheres”, que, de forma “perigosa”, apesar de terem se retratado, continuavam a se reunir e a fazer “pregações”. A culpa deles? Ter feito parte do séquito da Irmã Guilhermina, falecida vinte anos antes e considerada, pelos seus discípulos – entre os quais se destacava uma mulher, Irmã Maifreda –, a encarnação do Espírito Santo. Mas a acusação não parava aqui: porque, no mesmo ano jubilar de 1300, Maifreda tinha celebrado, com vestimentas sagradas, a Santa Páscoa. Escândalo: ela, uma mulher, oficiando na presença de toda uma comunidade, não apenas de leigos. Dois atos, para as instituições eclesiais, inadmissíveis, a serem reprimidos com severa dureza. Com a fogueira de Maifreda e dos restos do corpo de Guilhermina.

É uma das tantas histórias vindas de um mundo feito em sua maioria de silêncios, mas hoje recuperadas no livro editado por Marina Benedetti Eretiche ed eretici medievali ("Homens e mulheres hereges medievais"; editora Carocci). Histórias de censuras e de esquecimentos, em que as mulheres aparecem desprovidas de palavras porque, como escreve Benedetti, a linguagem medieval é “masculina, o gênero dominante é masculino: e isso molda a realidade”. De uma Igreja que deixa pouco espaço para a mulher, já que ela, como relata o direito canônico, “embora instruída e santa, não pode supor ensinar aos homens em uma reunião”. Afirmação que tem origem em São Paulo (“permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em submissão, como diz a lei”, 1Coríntios 14,34); e do Pseudo-Paulo (I Timóteo, 2,11): “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”. A isso se somou a violência social, institucional e judicial que atuou sobre as mulheres, marginalizando-as, castigando-as e obrigando-as ao silêncio definitivo.

Reprodução da obra de Marina Benedetti, Eretiche ed eretici medievali. (Fonte: Divulgação)

Mas esse jogo nem sempre foi bem-sucedido. Muitos testemunharam sua espiritualidade ativa. Muitas pregaram. Alguma escreveu sobre Deus e seu amor, com tons inesperados. Especialmente no século entre o 13º e o 14º, quando ocorreram mudanças profundas, na vida real, na sociedade e no pensamento; e a situação começou a ficar diferente do que se havia imaginado.

As cidades se tornam o teatro de novas possibilidades e condições. As ordens menores, desde os primórdios do séc. XIII instaladas nas periferias da cidade, estimulam, com uma pastoral ad hoc, uma regenerada demanda religiosa feminina. Da Provença, às Flandres, ao centro-norte da Itália, especialmente os conventos franciscanos e dominicanos constituem “os polos de atração para a agregação religiosa das mulheres que, livres por sua condição social (solteiras ou viúvas) dos condicionamentos da família, escolheram as ‘pobres vestimentas’ cinzas para levar uma existência modesta e retraída em nome da piedade e da oração”, escreve Anna Benvenuti. As experiências de beguinas e ordens similares, caracterizadas por uma forte austeridade, tornam-se modelo de vida. Em um florescer de experiências portadoras de novos impulsos de natureza evangélica, pauperística, messiânica. E as comunidades femininas crescem com sucesso em espaços de vida mais adequados, com seus próprios prédios, hospitais, igrejas: âmbitos que expressam formas de conduta cristã até então inéditas em muitos aspectos.

A princípio, a atitude da Igreja foi de simpatia. Mas, pouco a pouco, surgiram perplexidades, julgamentos, suspeitas. O gene subversivo era muitas vezes evidente. A escolha dessas mulheres era secular, integralista, de fidelidade à vida evangélica. E a experiência das beguinas se transforma em uma específica fisionomia heterodoxa, no movimento do Livre Espírito: um movimento externo à Igreja, de natureza líquida, mutável em suas expressões espirituais, com uma progressiva radicalização alimentada pelas interpretações escatológicas das doutrinas do abade calabrês Joaquim de Fiore.

Assim chegou a resposta institucional, que foi de reorganização e repressão. Contra os seguidores do novo espírito se alinharam os principais teólogos. Algumas das principais figuras femininas foram acusadas e processadas, muitas vezes jogando no lábil limiar existente, em suas palavras, entre santidade e heresia. Guilhermina da Boêmia foi primeiro declarada santa e depois julgada herege e condenada. A nobre Margarida da Arco, uma pregadora itinerante como outras mulheres que seguiam Frei Dolcino, foi torturada e queimada. Marguerite Porete, uma das poucas cujos escritos chegaram até nós, a quem devemos uma estupenda definição de Deus condensada no oxímoro Longeperto, foi condenada à fogueira em 01-06-1310, culpada de ter continuado a difundir o conteúdo de seu Espelho das almas simples, embora a obra tenha sido julgada por uma assembleia de teólogos em conformidade com a doutrina eclesial. Finalmente, em Viena, em 1311, foi aberto um concílio que, além de abordar o problema dos Templários, colocou o tema de como redefinir a ortodoxia das experiências religiosas de homens e mulheres leigos.

O universo herético feminino parece ter chegado ao fim da linha justamente no século XIV, no momento em que, a par dos processos conciliares e inquisitoriais, começa uma verdadeira deslegitimação cultural. As comunidades de oração transformam-se, no imaginário, em grupos orgíacos, as seguidoras em amantes, as discípulas em concubinas, até ser citados sabás e ritos satânicos.

Com o perturbador e quase definitivo cancelamento de um extraordinário contexto de reflexão e oração.

Leia mais

  • As 54 moedas de Judas
  • A última fogueira das mulheres. A memória dos direitos civis
  • Depois e além das bruxas. Artigo de Ritanna Armeni
  • Hipátia - A primeira mulher vítima de um crime político
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