28 Julho 2023
Ao visitar o Muro das Lamentações na companhia da ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Bettina Stark Watzinger, no dia 19 de julho, o abade da Abadia da Cidade Velha, Nikodemus Schnabel, foi barrado por uma recepcionista ao solicitar que ele deveria colocar a cruz que o identificava como religioso dentro da roupa.
A reportagem é de Edelberto Behs.
A recepcionista argumentou que a cruz era “muito grande e inadequada para este lugar”. “Isso é muito duro. Você não está respeitando a minha religião”, disse o abade à recepcionista. “Isso não é uma provocação, sou um abade. Este é o meu vestido. É assim que estou vestido”. “Eu não disse para você fazer algo com o seu vestido. Eu disse para você fazer algo com sua cruz”, retrucou a recepcionista.
“A cruz faz parte do meu código de vestimenta. Sou um abade católico romano. É assim que me visto”.
O abade postou no Twitter: “Infelizmente, não foi um final tão bom de um passeio pela cidade velha de Jerusalém. É doloroso ver como o clima nesta cidade maravilhosa está mudando cada vez mais para pior sob o novo governo. Jerusalém é grande suficiente para todos!” À agência árabe i24 o abade disse que ficou “muito surpreso” com o pedido da recepcionista.
Das leider nicht ganz so schöne Ende einer schönen Altstadt-Tour durch das morgendliche #Jerusalem.
— Abt Nikodemus Schnabel (@PaterNikodemus) July 19, 2023
Es ist schmerzhaft zu erleben, wie das Klima in dieser wundervollen Stadt sich unter der neuen Regierung immer mehr zum Unguten verändert. Jerusalem ist doch groß genug für alle! https://t.co/N9XcaIUMx3
“Eu não estava tentando provocar ninguém, este foi o fim de uma longa turnê pela Cidade Velha”, disse. “Acredito que Jerusalém é uma cidade aberta para qualquer pessoa e, para mim, o futuro de Jerusalém são as pessoas das religiões judaica, muçulmana e cristã que vêm rezar nesta cidade sagrada. Para mim, não é compreensível que as pessoas não aceitem que eu esteja aqui”.
Depois que a postagem viralizou, o embaixador de Israel no Vaticano afirmou, também pelo Twitter, que estava “chocado” com o incidente. “Devemos prevenir esses atos indescritíveis e devemos garantir que eles não se repitam. A liberdade de religião e culto é garantida em Israel e, portanto, deve continuar”.