18 Mai 2023
"Urge romper com míopes estereótipos que deformam substancialmente nossa história e que hoje se colocam como impeditivos no processo de aprimoramento e emancipação dos povos barriga-verde".
O artigo é de Armando de Melo Lisboa, doutor em Sociologia Econômica pela Universidade Técnica de Lisboa (2004) e professor da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
“A essência de uma nação consiste em que todos os indivíduos tenham muitas coisas em comum, e também que todos tenham esquecido muitas coisas” (Ernest Renan, 1882).
“A vida cujos instantes bons a gente, involuntária ou maldosamente, esbate na memória, para reter e avivar, tão somente, momentos de amargura” (Antonieta de Barros, 1932).
“A história é algo que deve ser mais criado do que aprendido” (George Orwell, 1950).
“Cada um, de acordo com a ideia que tem de si mesmo, escolhe um passado” (Raimond Aron, 1938).
De forma exemplar, Benedict Anderson, em “Comunidades imaginadas” (1983), demonstra que “qualquer comunidade maior que a aldeia primordial do contato face a face é imaginada”. Como é sabido, Anderson nesta obra enfocará o grande epifenômeno da “nação”, o qual conceitua, classicamente, como “comunidade política imaginada” [2].
Seu ponto de partida é a máxima de Ernest Renan exposta acima: “oublié bien des choses”. Ou seja, diante da densidade das “muitas coisas em comum” – a “poeira dos acontecimentos” (Braudel) [3] – o poder imaginativo seleciona e oblitera.
Como a reconstituição integral do passado é impossível – se existisse, seria pavoroso, mostrou Borges em “Funes, el memorioso” [4] – a “memória é forçosamente uma seleção”, explicita Todorov [5]. A operação de triagem dos fatos, conservando alguns e descartando outros, é característica da condição humana e distingue nossa memória do registro completo e absoluto de informações da inteligência artificial.
Sendo impossível lembrar-se, ou esquecer, de tudo, “amnésias típicas” constituem tanto as memórias pessoais quanto “a biografia da nação” [6]. A “política de memória, codinome para uma prática de seleção arbitrária”, se dissemina a partir de Edward Carr, indica Bauman [7]:
“O historiador é necessariamente seletivo. (...) Os fatos só falam quando os historiadores os invocam: é [o historiador] quem escolhe a que fatos dar a palavra e em que ordem de contexto” (E. H. Carr, “Que é história?”, 1961) [8].
Isto não significa que qualquer narrativa é válida, o que nos jogaria nas inescrupulosas mãos do “Ministério da Verdade” (Orwell). Se não existe uma “verdade de interpretação”, toda interpretação se subordina “à verdade de adequação” aos fatos históricos, adverte Todorov, não se descola de se ancorar na realidade. Do contrário estaríamos entregues “aos jogos dos diletantes e aos preconceitos dos fanáticos” [9].
“A nação é um plebiscito diário”, consagrou ainda Renan em 1882. Considerando que esta fórmula vale também para as identidades subnacionais – “a região como um plebiscito diário” – vejamos então, à luz da mesma, como a “identidade catarina” vem sendo construída nos anos recentes.
Diante da contundente vitória de J. Bolsonaro em Santa Catarina nas últimas duas eleições presidenciais, diariamente se difunde a tese, especialmente nos meios da esquerda, deste estado ser histórica e constitutivamente um bastião do conservadorismo – e até do nazismo. Ora, sabe-se que, pela “profecia autorrealizadora”, uma imagem intensamente repetida reverbera com força psicológica e acaba interiorizada no imaginário popular...
Para demonstrar, força-se uma continuidade inexistente entre algumas expressões nazifascistas atuais com inexpressivos casos de “células nazistas” aqui presentes durante a Segunda Guerra Mundial. Faz-se uma generalização aberrante – ao associar a migração alemã ao nazifascismo – e ofensiva, por não corresponder ao pensamento político da grande maioria daquela população. Pinça-se, a dedo, a foto aérea duma piscina, entre dezenas de milhares, com suástica no seu fundo. Salienta-se os vínculos do pai da última vice-governadora com uma pequena editora negacionista do holocausto judeu perpetrado pelo nazismo.
Ora, nos anos 1930-40 adesões à Hitler pulularam por todos os lados, inclusive em lugares onde inexistiam vínculos culturais com a Alemanha, como na Amazônia. Do mesmo modo, o fenômeno do bolsonarismo, para além de corresponder à inúmeras contingências eleitorais, é parte duma contemporânea macrodinâmica global de ascensão da extrema-direita, com a qual estabelece muitas conexões. É neste âmbito que o culto à Hitler emerge, literalmente incubado nas sombras das redes digitais, nos mais imprevistos locais de todos países...
Subtrai-se daquela “explicação” os correlatos e inúmeros episódios de hostilidade e perseguição que a população de origem alemã sofreu em Santa Catarina durante a última grande guerra, especialmente sua comunidade luterana. Centenas de catarinenses, apenas por terem ancestralidade alemã, foram aqui detidos até o final da guerra [10]. Na ocasião proibiu-se o ensino bilíngue português-alemão, que era relativamente comum nas colônias alemãs. Se encobrem também suas humildes origens, onde muitos eram alemães sem-terra que imigraram e muito lutaram para prosperar. Este apagão facilita a atração de seus descendentes por discursos de ódio ao MST que poluem as redes sociais.
Opta-se por ignorar que nos anos 1930 Santa Catarina elegeu a primeira deputada negra brasileira, Antonieta de Barros (1901-52), também primeira deputada catarinense (assumiu um segundo mandato em 1948). Na sua meticulosa biografia, Jeruse Romão constata que o mandato de Antonieta foi “prestigiado pela imprensa” [11], e, apesar da sua modesta origem social e sua condição de “mulher de cor”, sempre foi por ela enaltecida. A exaustiva investigação de Romão encontrou apenas um indício de Antonieta ter sofrido racismo, quando de um comício em Blumenau (então território da oligarquia rival à dos Ramos [12]). Mesmo com a prolixidade de Antonieta como escritora (possuía coluna em periódicos, com os quais colaborava intensamente), e da ampla cobertura que recebia nos jornais, a única referência – en passant – deste episódio adveio de um repórter que a entrevistou. Romão ainda traz ilações sobre outras hostilidades que teria sofrido, mas confessa que “não foi possível confirmar estas informações” [13].
Vale cotejar com a trajetória do primeiro deputado federal negro, o pernambucano Manoel da Motta Monteiro Lopes Filho, eleito em 1909 pelo Distrito Federal. As elites da época, lideradas por Barão do Rio Branco e pelo Presidente Affonso Pena, tentaram impedir a posse do parlamentar. Monteiro Lopes então sofreu ácidas troças na imprensa e até em marchinha carnavalesca, informa Muniz Sodré [14]. A diferença de tratamento para com Antonieta é absoluta e iluminadora!
Apaga-se também que escassos votos impediram em 1982 a eleição Jaison Barreto (na época a maior expressão da esquerda catarinense) como governador. Como teria sido a história recente caso Espiridião Amin tivesse sido derrotado? Ignora-se ainda que SC foi o estado onde Lula, por diversas eleições, obteve seu melhor resultado (percentuais) na disputa presidencial (isto até eleger-se pela primeira vez). Aqui, das dez maiores cidades [15], nove [16] já foram comandadas pela esquerda, seja o PT, ou outras expressões dela, como são o caso de Lages (onde Dirceu Carneiro fez uma épica e consagrada gestão), da capital (já governada duas vezes pela ala progressista do PMDB, inclusive por um prefeito advindo do partidão) e Balneário [17].
Voltemos a Antonieta. Sua trajetória política sempre esteve associada à família Ramos. Este frutífero e exemplar amálgama brota nas suas origens familiares (na Coxilha Rica, território dos Ramos em Lages) e se mantém em todo o percurso político-partidário de Antonieta, do PLC (Partido Liberal Catarinense) – presidido por Nereu Ramos – ao PSD (Partido Social Democrático). Seu grupo político se contrapunha em Santa Catarina ao dos Konder-Bornhausen, organizados dentro da UDN (União Democrática Nacional), a aliança rival e muito mais conservadora.
Como é sabido, o PSD é uma das faces do getulismo, aquela que dialoga-envolve setores empresariais e oligárquicos mais “progressistas e democráticos”. A outra, e mais expressiva, é o PTB, com vínculo direto com as massas urbanas e proletárias. Assim, dividindo a direita, e evitando que a mesma, eventualmente liderada por alguém da extrema direita, ascendesse ao poder federal, Getúlio constituiu um amálgama que governou o Brasil com força e legitimidade, possibilitando incluir amplas parcelas marginalizadas da população. Quando este pacto estava prestes a romper, seu suicídio fez o mesmo prorrogar-se até ser interrompido com o golpe de 1964.
O relativo sucesso desta coalizão histórica é mais que relevante, e não apenas para a compreensão das tensões e dinâmicas profundas e seculares que perfazem o metabolismo societário nacional. O experimento getulista diz muito para o atual momento político brasileiro – e para além dele – onde o pior está à espreita. Hoje urge construir e consolidar uma “aliança progressista com a direita democrática para enfrentar a extrema direita”, nos termos de Marcos Nobre, o qual apresenta “o pacto antiautoritário” como um “imperativo categórico” para impedir a “regressão fascista” [18]. Ao não recolher a experiência do arranjo semelhante construído por Vargas, Nobre não mergulhou na larga temporalidade da nossa história, desperdiçando um paralelo mais que convincente e descortinador ...
Sem desconsiderar que a situação é muito mais complexa com a ascensão da lógica digital e suas novas sociabilidades reticulares, compartilho a compreensão de que num mundo com dinâmicas cada vez mais transnacionais a ancoragem desta fórmula se alicerça em que “parte relevante da elite do capitalismo global entendeu que será impossível fazer com que o próprio capitalismo sobreviva com os níveis de desigualdade produzidos pelo neoliberalismo triunfante doa anos 1990 e 2000” [19].
O “caso de Antonieta” não é o único experimento deste tipo de arranjo em Santa Catarina. Em Ituporanga (Alto Vale do Itajaí), “capital da cebola”, transcorre uma consolidada parceria entre a minoritária população negra daquela municipalidade com “famílias reis da cebola” e de origem alemã que tem permitido, por décadas, a inclusão da mesma naquela sociedade, inclusive uma continuada presença de vereadores negros na câmara ituporangana [20]. Sendo um pequeno município no seio da colonização teutônica catarina, Ituporanga situa-se no “coração da fera”. Este exemplo, portanto, contradiz o suposto conservadorismo nazificante da população daquela região.
Toda essencialização da condição humana é ilusória. Ela sempre comporta jogos e ambiguidades, amores e ódios, medos e ambições, potências e inércias. “O humano não é algo imanente ao ser individual, e sim uma virtualidade inscrita no conjunto das relações sociais” [21]. Ao invés de serem metafísico e ontologicamente definidos, alinhamentos e realinhamentos políticos estão nas mãos dos atores sociais, constroem-se e se desfazem conforme contingências, acasos, estratégias, espelhamentos, afetos e habilidades postas, e não nas mãos cegas do destino inexorável determinado pelas asfixiantes e imutáveis leis da história. Sem dúvida que “o céu não é o limite”, pois fazemos nossa própria história segundo o lastro das condições dadas e não meramente conforme impulsos e vontades delirantes, como esclareceu Marx [22]. Mas, entre o céu e o inferno há um imenso espaço para criar e construir. Estamos desafiados a sair da desastrosa paralisia e a gestar este tipo de orientação município a município, onde for possível é claro, de modo a alçar-se hegemonicamente em todo estado.
Sobre este potencial, vale trazer um outro caso envolvendo a população de origem alemã em SC: Egon Schaden (1913-91), um dos pioneiros da antropologia brasileira. Natural de S. Bonifácio (SC), onde iniciou sua escolarização tendo o pai, Francisco, imigrante alemão, como professor. Seu pai, poliglota (alemão, francês, latim, esperanto, ido, volupük e línguas indígenas), escreveu “uma gramática e um dicionário Tupi, um dicionário Xokleng e documentou a língua Kaingang” [23]. Ainda criança, Egon acompanhou o pai na intermediação de conflitos entre bugreiros e nativos, tendo conhecido aldeias onde os índios tinham sido dizimados.
Egon foi aluno de Claude Lévi-Strauss na USP (onde graduou-se em 1937), e então já era fluente em esperanto, latim, alemão, inglês, francês, ido, volopük e guarani. Quando Lévi-Strauss publica “Tristes trópicos” (1955), uma reflexão sobre sua vivência brasileira e seu contato com os povos originários nos anos 1930, lembra da turma de Schaden como “um punhado de crianças superdotadas” [24]. Todavia, Lévi-Strauss era apenas cinco anos mais velho que Schaden... Uma hipótese não quer calar: Lévi-Strauss, impactado por Egon, com o qual aprendeu lições práticas de etnologia, retornará à França transformado em antropólogo ...
Sobre a importância de Egon, vale destacar o testemunho de Antonio Candido, que com ele conviveu a partir de 1937:
“como sou crítico literário, devo uma coisa muito importante a Schaden: a iniciação na obra de Joseph Conrad, que eu conhecia vagamente. Em nossos almoços, ele falava sobre Conrad, e eu me entusiasmei tanto que acabei sendo um leitor, estudioso; cheguei a escrever um estudo sobre a obra de Joseph Conrad. Devo a ele essa iniciação na literatura” [25].
Ao invés de ser um cidadão emblemático e reverenciado, Egon Schaden, todavia, é praticamente desconhecido no seu estado natal, inclusive no meio acadêmico, onde é confundido com mais um dos alemães que se tornaram nossos antropólogos pioneiros (Herbert Baldus, Curt Nimuendajú e Emilio Willems). Mesmo em S. Bonifácio sua memória estava praticamente perdida, não fosse o esforço abnegado de Tânia Welter e Pedro Martins, iniciado quando da aproximação do centenário de nascimento em 2013. Ainda assim, muitas resistências dificultam enormemente a preservação dos registros de sua trajetória bem como o reconhecimento e a celebração do seu valor.
Numa unidade da Federação que sempre se inferiorizou e depreciou – sinal da nossa baixa autoestima é a zoada impiedosa de que, no Sul do país, imprensados entre Paraná e Rio Grande do Sul, “somos o zero da BR 101” – resgatar a importância de um catarinense que possivelmente gerou o maior antropólogo do século XX tem extrema relevância para superarmos nosso “complexo de vira-latas” [26]. Será que é este complexo que impede nossa intelectualidade de imprimir dimensões universais e gestar uma identidade catarina libertária e potente, assim como Jorge Amado instituiu o “ser baiano” [27]?
Contemporaneamente, com filmes, documentários, reportagens e entrevistas que se repetem ad nauseum, inventou-se estigmatizar a população de ancestralidade germânica em SC e no Sul do Brasil, cindindo-a do resto do país. Uma construção imagética mais que maléfica.
Ressoando forte especialmente na esquerda catarinense, meio cultural de onde em grande parte advém, aquela “invenção” serve de biombo para a mesma eximir-se da autocrítica. Esta age como se não tivesse nenhuma responsabilidade nos desdobramentos do jogo político e tivesse tido capacidade de oferecer respostas e caminhos alternativos para a população catarinense – apesar de estar à léguas distante do que Vargas fez para o Brasil. Exatamente o espelho com Vargas faz transparecer que o campo progressista catarina não está imune a falhas, pelo contrário.
A ausência de reavaliação crítica bloqueia o imprescindível reposicionamento estratégico diante de um mundo em contínua metamorfose. Humanos, em geral, mudam com as contingências, e elas se alteram a cada giro que o planeta dá em torno dos eixos que gravita. Sem reposicionamentos, a realidade acaba por surpreender. Pior. Com um imenso déficit de imaginação emancipatória, ao difundir a narrativa de um nazifascismo congênito em Santa Catarina, esta esquerda resigna-se a dar vida e alavancar distopias frankestenianas, alimentando um ciclo vicioso e interditando um futuro renovado.
O contraste com o Rio Grande do Sul pode iluminar. Em tese, estes estados se assemelham quanto à formação da sua população. Por lá o pêndulo político estadual de fato andou bastante pela esquerda. Mas, apesar de em Santa Catarina este pêndulo, por diversas vezes, ter gravitado à esquerda, como já vimos, ela efetivamente nunca governou o estado. Até que ponto isto decorre da diferença de qualidade entre os dirigentes partidários da esquerda destes estados?
Se nossa tarefa é passar a história a “contrapelo” [28], se memória “é sempre um campo de lutas”, esclarece Remy Fontana [29], urge romper com míopes estereótipos que deformam substancialmente nossa história e que hoje se colocam como impeditivos no processo de aprimoramento e emancipação dos povos barriga-verde. Relevantes exemplos prenhes de ensinamentos não nos faltam para a invenção de uma outra identidade catarina, superadora da maniqueísta e virulenta fórmula “nós ou eles”. Nosso ponto de partida são as inúmeras situações que, reconhecendo o “eles em nós”, são primorosas no trato com o outro, com a intrínseca diversidade destas terras. Ou superamos nosso déficit de imaginação, ou a realidade distópica continuará a nos engolir.
Mapa do Estado de SC | InfoEscola
[1] Ensaio a ser apresentado no XVI Encontro de Economia Catarinense, promovido pela APEC (Associação dos Pesquisadores em Economia Catarinense), a realizar-se na FURB nos próximos dias 11-12 de maio de 2023.
[2] Anderson, p. 33, 32.
[3] “Os acontecimentos são poeira; eles atravessam a história como breves lampejos, mal nascem e já retornam à noite e amiúde ao esquecimento” (Fernand Braudel).
[4] Cf. Todorov, “Memória do mal, tentação do bem”, p. 149.
[5] Ibid.
[6] Anderson, p. 278-280.
[7] ”Retrotopia”, p. 16.
[8] Ibid., p. 15.
[9] Todorov, “A verdade das interpretações”, p. 164.
[10] Um amplo resgate e discussão destes episódios encontramos em Fáveri (2005),
[11] “Antonieta de Barros: professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”, p. 246.
[12] Palco de fortes tensionamentos, em Blumenau Nereu Ramos expunha atitudes desafiadoras das que lá eram hegemônicas.
[13] Ibid., p. 218, 291.
[14] “O fascismo da cor”, p. 98
[15] Inúmeras cidades de porte-médio também já foram dirigidas pela esquerda. Destaco apenas S. Miguel do Oeste, recentemente governada por Nelson Foss da Silva, liderança do MST. S. Miguel ficou nacionalmente famosa quando um grupo foi flagrado fazendo a saudação nazista.
[16] A exceção é o município de S. José.
[17] Destaque-se o assassinato (dentro da Escola de Aprendizes Marinheiro, Florianópolis) em 1969 de Higino Pio, primeiro Prefeito de Balneário Camboriú, detido no exercício do mandato.
[18] “Limites da democracia”, p. 35, 233.
[19] ibid.
[20] Devo a João Carlos Nogueira, histórico dirigente do PT e do movimento negro catarinense, nascido em Ituporanga, o relatado esta dinâmica local, a quem agradeço.
[21] Sodré, p. 79.
[22] Reporto-me a clássica afirmação em “O 18 Brumário” de que os “homens fazem sua própria história, mas não a fazem segundo sua vontade, em condições de sua escolha, mas sob condições imediatamente dadas, presentes e herdadas”.
[23] Martins; Welter, p. 25.
[24] Ibid., p. 49.
[25] Martins, p. 23.
[26] Uma primeira aproximação sobre o tema identitário em Santa Catarina encontra-se em Lisboa 1997 e 2004. Em 1993 também analisei o movimento “O Sul é meu país”, que então eclodia.
[27] Cf. Albuquerque Jr., p. 246.
[28] Cf. a clássica formulação de Walter Benjamin: “ele considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”.
[29] “Da esplêndida amargura à esperança militante”, p. 136.
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_____ (1997) “Construindo uma identidade insular num mundo que se globaliza. O jeito manezinho de ser”. In: Diegues, A. (org.). Ilhas e
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____ (2002). Memória do mal, tentação do bem. São Paulo: Arx.
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Santa Catarina, invenção e miopia. Artigo de Armando de Melo Lisboa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU