Apostas da Caritas Internationalis: assembleia para renovar sua cúpula após a intervenção papal

Caritas Internationalis passa à competência do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. (Foto: Reprodução | Vatican Media)

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

10 Mai 2023

A Caritas Internationalis (ou Caritas Internacional) iniciará na próxima quinta-feira, 11 de maio, a assembleia em que deve nomear uma nova administração: o presidente, o secretário-geral, o tesoureiro e outros cargos, depois que o Papa Francisco interveio em novembro passado e removeu todos os líderes por "deficiências nos procedimentos de gestão".

A informação foi publicada por Religión Digital, 09-05-2023. 

A Caritas Internationalis (CI), associação beneficente internacional da Igreja Católica, iniciará na próxima quinta-feira, 11 de maio, a assembleia em que deverá nomear uma nova administração: o presidente, o secretário-geral, o tesoureiro e demais cargos, depois que o Papa Francisco interveio em novembro passado e demitiu todos os líderes por "deficiências nos procedimentos de gestão".

“Durante o evento, os delegados também refletirão sobre como os organismos da Caritas podem trabalhar para servir os mais pobres e vulneráveis, em um mundo afetado por múltiplas crises: da guerra na Ucrânia à pandemia de covid-19, das consequências das mudanças climáticas à insegurança alimentar desenfreada", explica a associação em nota.

Audiência privada com o Papa

A assembleia, a ser aberta com uma audiência privada com o Papa Francisco, contará com cerca de 400 delegados que representam as 162 organizações da Caritas que operam em 200 países e territórios em todo o mundo.

Em novembro passado, de surpresa, o papa nomeou um controlador temporário depois que foram observadas "deficiências nos procedimentos de gestão" com consequências para sua equipe. O Departamento de Desenvolvimento Humano Integral, do qual depende esta organização, explicou que no início do ano "foi encomendada uma avaliação sobre o ambiente de trabalho na Secretaria Geral da CI em conformidade com os valores católicos da dignidade humana e do respeito para cada pessoa".

Deficiências de gestão

A avaliação foi realizada por um painel de especialistas independentes, que incluiu psicólogos e dos quais “não surgiram evidências de má gestão financeira ou comportamento inadequado de natureza sexual, mas foram reveladas outras questões importantes e áreas de atenção urgente”.

"Foram observadas deficiências nos procedimentos de gestão, o que também teve um efeito negativo no espírito de equipe e no moral dos funcionários", concluiu o relatório sem dar mais detalhes.

Num decreto publicado pelo Vaticano, explica-se que para melhorar o cumprimento da missão da Caritas junto dos mais pobres e necessitados, “é necessário rever o quadro jurídico vigente para que se adapte melhor às funções estatutárias da organização e prepará-la para as eleições a serem realizadas na próxima Assembleia Geral".

Por isso, Pier Francesco Pinelli foi nomeado delegado extraordinário (controlador) e todos os cargos foram destituídos, inclusive o de presidente, que era o cardeal filipino Luis Antonio Tagle. Da mesma forma, foram nomeados a espanhola María Amparo Alonso Escobar, que era diretora de advocacia do Caritas Internationalis, e o padre jesuíta Manuel Morujão "para o acompanhamento pessoal e espiritual da equipe".

Luta brutal pelo poder 

Na véspera da celebração desta importante assembleia, o diretor demitido repentinamente pelo Papa enviou uma carta à rede Caritas para dar sua versão dos acontecimentos que, em sua opinião, se devem a uma "brutal luta pelo poder" alimentada por uma atitude “colonialista”.

Aloysius John rejeita as razões apresentadas para a intervenção na Caritas Internationalis, reivindica o seu trabalho perante esta e garante que a decisão de demiti-lo foi "tomada de forma precipitada, com uma violência incrível e uma comunicação pública muito deficiente", afetando o descrédito da instituição de caridade.

Leia mais