12 Abril 2023
Judeus são a minoria religiosa mais perseguida nos Estados Unidos segundo percepção da Anti-Defamation League (ADL), que produziu a Auditoria de Incidentes Antissemitas 2022. O levantamento tabulou 3.697 incidentes no país, um aumento de 36% em relação a 2021, quando foram registrados 2.717 casos. Foi o maior registro desde que a ADL começou a rastrear perseguições de toda ordem, em 1979.
A reportagem é de Edelberto Brehs, jornalista, 12-04-2023.
“Surtos significativos em incidentes incluem aumentos de volume na atividade de propaganda supremacista branca”, arrola a ADL. Judeus ortodoxos são os mais ameaçados, que, no ano passado, passaram por 59 incidentes, um aumento de 69% em relação ao ano anterior. Instituições judaicas registraram 91 incidentes em 2022; sepulturas ou cemitérios judaicos foram profanadas em quatro oportunidades no período, atividade que tem por propósito “aterrorizar e ofender judeus”, observa o texto da Auditoria.
Nem o ambiente universitário esteve isento de ataques antissemitas. Em 2022, a Auditoria levantou 219 incidentes em mais de 130 campi espalhados pelo país, o que representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior. Dos 219 incidentes, 127 foram casos de assédios, 90 casos de vandalismo e duas agressões; 33% desses incidentes trouxeram a marca da suástica. Até mesmo os mezuzot – pequenos itens rituais que judeus fixam no batente da porta de suas casas – foram alvo de destruição.
A Auditoria da ADL aponta supremacistas brancos como os principais instigadores contra judeus. Organizações como a Liga de Defesa Goyim (GDL), a NatSoc Florida, o Folkkish Resistance Movement (FRM) e a White Lives Matter (WLM) são redes de supremacistas que compartilham propaganda antissemita na internet e panfletos impressos. A GDL culpa os judeus por vários motivos sociais, entre eles a imigração, a pornografia e o aborto. O objetivo geral da GDL, denuncia a ADL, é expulsar os judeus da América.
Ataques a judeus e suas instituições ocorreram, segundo a Auditoria, nos 50 Estados em solo norte-americano. Nova York encabeça essa lista, com 580 casos, seguidos pela Califórnia (518), Nova Jersey (408), Flórida (269) e Texas (211). Juntos, esses cinco Estados respondem por 54% do total de incidentes.
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Cresce número de ataques a judeus nos Estados Unidos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU