21 Outubro 2022
"Essa é a primeira leitura que no último domingo foi proclamada em todas as igrejas antes Evangelho. Transmite a imagem de um Deus mágico, pagão e genocida. O que os Bispos estão esperando para retirá-la do ritual da Missa daquele dia?", escreve Raniero La Valle, jornalista e ex-senador italiano, em artigo publicado em Chiesa di tutti Chiesa dei poveri, 19-10-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Caríssimos,
"Do livro de Êxodo (17, 8-13).
Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim.
Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.
E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro.
E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia.
Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs.
E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada. Palavra de Deus".
Essa é a primeira leitura que no último domingo foi proclamada em todas as igrejas antes Evangelho. Transmite a imagem de um Deus mágico, pagão e genocida. O que os Bispos estão esperando para retirá-la do ritual da Missa daquele dia?
Tudo bem que a unidade dos dois Testamentos deva ser afirmada, tudo bem que sobre essa e outras passagens semelhantes a Comissão Teológica Internacional escreveu no documento "O monoteísmo cristão contra a violência" (2014) que são "páginas que permanecem também para nós crentes muito impressionantes e muito difíceis de decifrar”, é verdade que se pode recorrer à interpretação alegórica e tipológica, mas também é verdade que se diz o que se diz, e o que é proclamado é proclamado.
E é de textos como esse que depois nasce a reação do que passa sob o nome de "pós-teísmo". Problema teológico ou pastoral? O próprio Jesus, lendo a profecia de Isaías na Sinagoga de Nazaré, ficou em silêncio antes de mencionar o "dia da vingança do nosso Deus".
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Leituras. Artigo de Raniero La Valle - Instituto Humanitas Unisinos - IHU