João Bosco Burnier e Rodolfo Lunkenbein. Memórias

João Bosco Burnier e Rodolfo Lunkenbein (Foto: CNBB e Missão Salesiana de Mato Grosso)

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13 Outubro 2022

 

12-10-1976: Há 36 anos, pelas 17h, na Paróquia dos Padres Claretianos, em Goiânia, o Pe. Ivo Poletto, D. Tomás Balduino, D. Pedro Casaldáliga e eu, colocamos o ponto-final na nota-denúncia sobre a agressão de morte sofrida pelo Pe. João Bosco Burnier, SJ, coordenador do CIMI-Mato Grosso, na noite anterior por parte da Polícia de Mato Grosso. No mesmo momento, tocou o telefone. Era do Hospital, anunciando a morte do padre.

 

A recordação é de Egydio Schwade, 12-10-2022.

 

Pouco menos de três meses antes, no dia 15 de julho à noite, eu batia na porta da mesma casa paroquial, vindo das missões salesianas de Mato Grosso, onde havia visitado as aldeias Bororo e Xavante em companhia do Pe. Rodolfo Lunkenbein. Me despedi do padre e dos índios Bororo pelas 7 h da manhã.

 

Rodolfo Lunkenbein (Foto: Reprodução redes sociais)

 

Da porta da casa paroquial, ouvi a última toada do Jornal Nacional. O vigário abriu a porta e, com cara assustada, me perguntou: “Egydio, você vem de Meruri? Como está o Pe. Rodolfo?”

 

“Está bem!”, respondi.

 

“O Jornal Nacional acaba de noticiar que ele foi morto por fazendeiros, junto com um índio bororo!”, respondeu o padre.

 

João Bosco Burnier (Foto: Agência Pública)

 

Na noite do mesmo dia 12 de outubro de 1976, D. Fernando, arcebispo de Goiânia, celebrou a missa de corpo presente do Pe. Burnier e iniciou a sua homilia com este grito: “BASTA! ESTAMOS CANSADOS DESTA DITADURA DA MENTIRA!” Estávamos no duodécimo ano da ditadura militar.

 

Ninguém podia imaginar que esta ditadura da mentira voltaria. Entretanto, cá estamos no 6º ano deste regime e já muito cansados desta DITADURA DA MENTIRA...

 

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