Missão Escuta e Denuncia das Pastorais Sociais no Maranhão relata situação dramática

(Foto: Divulgação)

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28 Junho 2022

 

Um posicionamento após um tempo de escuta, querendo denunciar uma realidade marcada pela violência. Esse foi o propósito da denúncia realizada pela 6ª Semana Social Brasileira após a missão realizada no Estado do Maranhão de 20 a 25 de junho de 2022, algo que foi recolhido em um escrito dado a conhecer na última segunda-feira, 27-06-2022.

 

Seminário realizado pela 6ª Semana Social Brasileira. (Foto: Reprodução | 6ª Semana Social Brasileira)

 

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

 

Durante a missão foram visitadas as famílias de vítimas, realizadas rodas de conversas com as comunidades, uma audiência pública e um Seminário com Pastorais Sociais e Movimentos Populares. Foi uma oportunidade para “a escuta das violações sofridas em aproximadamente 35 comunidades em diferentes territórios do Estado do Maranhão”, constatando com isso “a dramática situação em que se encontram os povos e comunidades tradicionais do Maranhão, bem como as populações empobrecidas do campo”.

 

(Foto: Divulgação | 6ª Semana Social Brasileira)

 

O texto relata algumas dessas situações: descumprimento na execução de políticas públicas; fomento do projeto MATOPIBA impulsando o agronegócio, a mineração e outros grandes projetos de desenvolvimento econômico; assassinato de 14 lideranças, defensores da natureza e de seus territórios, entre 2020 e 2022 no Estado; 77 pessoas ameaçadas de morte; pressão contra as comunidades, que estão em permanente medo e pânico; aniquilação de fontes de alimentos; licenciamento ambiental ao serviço do agronegócio.

 

Diante disso são formuladas algumas exigências com urgência: efetivação da regularização fundiária por parte do INCRA; atuação do Ministério Público Federal diante dos conflitos agrários e ameaças de morte; aprovação e implementação da lei que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o estado; revogação das licenças ambientais emitidas de maneira arbitrária; tratamento de saúde às pessoas vítimas dos agrotóxicos; assistência psicossocial às famílias das vítimas assassinadas; proteção de crianças e adolescentes impactadas pelas violências sofridas; políticas públicas que garantam condições de vida com dignidade nas comunidades rurais.

 

 

Mas também existem sinais de esperança, segundo o texto, que mostram que as comunidades estão organizadas e resistem com esperança e fé, como pessoas corajosas, criativas e solidárias, apoiadas pelas Pastorais Sociais e os Movimentos Populares.

 

Por isso, a Missão-Escuta, Missão-Denúncia, diz se comprometer em finalizar o relatório detalhado do processo vivenciado, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos humanos destas populações e o cuidado com a Casa Comum. Os participantes da Missão dizem seguir “com a fé e a coragem necessária para enfrentar qualquer sinal de violação da dignidade destas pessoas que são guardiães da natureza”. Algo que nasce de seu desejo de, com o Papa Francisco, globalizar “a esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres”.

 

 

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