07 Janeiro 2022
A nova presidente é doutora em Saúde Pública pela Universidade do Chile, integrante do diretório da Sociedade Chilena de Epidemiologia.
A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 05-01-2022.
A Assembleia Constituinte do Chile elegeu nesta quarta-feira (5) a pesquisadora de saúde pública María Elisa Quinteros como a nova presidente do órgão, substituindo a acadêmica mapuche Elisa Loncón Antileo.
Quinteros, 39 anos, membro do Movimento Sociais Constituintes, recebeu 78 votos dos 155 deputados eleitos para redigir a nova Carta Magna chilena após 18 horas de debates e de oito sessões fracassadas, isso porque nenhum dos candidatos conseguia atingir maioria.
A nova presidente é doutora em Saúde Pública pela Universidade do Chile, integrante do diretório da Sociedade Chilena de Epidemiologia, atuando como pesquisadora do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Talca.
Já como presidente eleita, Quinteros agradeceu os votos, defendeu a união de “todos os setores” para formar um “novo acordo social para os povos do Chile”. “Quero agradecer de todo coração. Esperemos que saibamos conduzir esse processo com sabedoria, compreensão, força e que possamos unir todos os setores em prol do que precisamos para o país”, disse a presidente eleita.
Ela substituirá a professora universitária e indígena mapuche Elisa Loncón, que deixa o cargo após o mandato de seis meses da Mesa Diretora expirar, conforme estipulado. A acadêmica elogiou o que foi feito neste primeiro semestre pelo órgão constitucional e o que significa sua criação para a qualidade democrática do Chile.
“Uma mulher mapuche pode governar uma instituição que marca o destino deste país, este é um evento cultural e político sem precedentes na história ”, disse Loncón.
A Convenção Constitucional também está renovando sete vice-presidências, sendo que dois destes cargos são reservados a povos originários. A primeira Mesa Diretora da Constituinte estabeleceu o regulamento interno de funcionamento do organismo, criou comissões temáticas e determinou o cronograma de funcionamento do órgão.
O novo texto irá substituir a atual Constituição que ainda vigora desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), e será entregue no segundo semestre de 2022 ao presidente eleito Gabriel Boric, com data a definir.
Isso por que, inicialmente, a Assembleia chilena tem nove meses para redigir a nova Constituição. Esse prazo pode ser estendido por mais três meses caso os constituintes decidam ser necessário mais tempo, mas não poderá ultrapassar esse limite. Um mês após finalizado esse trabalho, deverá haver um novo plebiscito, para que a população decida se aprova ou não essa nova Carta Magna.
Pelo Twitter, o presidente eleito Boric parabenizou Quinteros pela eleição, afirmando que está “100%” disposto a “colaborar com o processo constituinte”. “Parabéns a Maria Elisa Quinteros pela eleição como presidente da Convenção. Há ocasiões em que de situações difíceis emergem boas e esperançosas notícias, e creio que este é o caso. Conte comigo, presidenta, para colaborar 100% com o processo constituinte”, disse.
A Assembleia surgiu a partir dos protestos sociais iniciados no país em outubro de 2019, e foi instalada em julho de 2021 sob a liderança da dirigente mapuche e do advogado Jaime Bassa, vice-presidente da constituinte.
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Chile: Assembleia Constituinte elege pesquisadora como nova presidente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU