A traição dos pais

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18 Novembro 2021

 

“Uma das funções da paternidade consiste em moderar a rivalidade fraterna”, destaca o psicanalista Gérard Haddad, e “o declínio dos valores patriarcais tem como consequência o enfraquecimento desta temperança e a exacerbação das tensões fraternas". De 1968 em diante, a sociedade contestou, minou, corroeu os valores patriarcais, graças a Deus, mas não parece equipada para administrar as tensões fraternas que podem surgir. A Igreja compartilha uma provação semelhante.

 

O comentário é de Iacopo Scaramuzzi, publicado pela coluna Gazzetta Santa Marta, mensal Jesus, novembro de 2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

La trahison des pères

 

A jornalista Céline Hoyeau de La Croix dedicou à "traição dos pais" uma investigação aprofundada sobre as associações católicas fundadas na França por líderes carismáticos após o Concílio Vaticano II (Bayard, 2021). Esses mestres espirituais suscitaram uma forte atração porque pareciam a determinado número de católicos, desorientados pela novidade conciliar, como os garantidores da tradição, anteparo contra a secularização. Protegidos por esse halo, eles acumularam um poder do qual abusaram amplamente.

Ainda há muita verdade a ser descoberta, mas vários desses "pais" foram desmascarados. O Papa Francisco quer cristãos “responsáveis e adultos, que pensam, questionam a própria consciência e se deixam questionar”, como disse recentemente. Regulamentou, não sem despertar amplo descontentamento, os mecanismos de representação interna das associações laicais onde se insinuaram “abusos de vária natureza”, disse, “que sempre encontram raiz no abuso de poder”. A paternidade sufoca os filhos se for patronal. É diferente que nas comunidades, nas paróquias e nos episcopados os irmãos, finalmente livres, tratem-se com uma fraternidade... diferente daquela de Caim e Abel.

 

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