04 Outubro 2021
“Depois desta experiência, não podemos mais voltar atrás, ao modo como era antes”: é o que afirma Birgit Mock, delegada da Federação das Mulheres Católicas Alemãs para a assembleia sinodal da Igreja Católica alemã, que se concluiu nesse sábado, 2, em Frankfurt.
A reportagem é do Servizio Informazione Religiosa (SIR), 02-10-2021. A tradução é de Anne Ledur Machado.
Mock se refere à proposta feita pelo grupo de trabalho sobre “poder e divisão dos poderes” de tornar o Caminho Sinodal uma modalidade permanente de viver a sinodalidade com um “conselho sinodal”, que poderia nascer ao término dessa experiência.
O debate sobre as possíveis formas foi animado. A reflexão continuará nos próximos meses sobre esse assunto, assim como sobre todos os temas apresentados pelos quatro fóruns sobre o papel das mulheres na Igreja, poder e divisão dos poderes, moral sexual e a vida do sacerdote.
“São todos temas que já haviam surgido e haviam sido discutidos no Sínodo de Würzburg (1971-1975)”, disse o jesuíta Stephan Kessler ao SIR, mas as decisões que haviam vindo à tona foram sufocadas. Este é o momento de um “novo e importante debate e diálogo em pé de igualdade”, leigos e bispos juntos, e que poderá ajudar os bispos a se “reconectarem” com a base.
O que fez a diferença em Würzburg foi o escândalo dos abusos sexuais, que deu início ao Caminho Sinodal e se fez presente por meio das vozes de duas vítimas que mais uma vez perguntaram: “Que Igreja é essa que deveria ser um espaço de cura, mas foi ou ainda é para muitos um espaço de desastres? Que tipo de Igreja é essa que fala de pecado estrutural, mas não quer ver nem mudar as suas próprias estruturas pecaminosas?”.
Porém, a filósofa Hanna-Barbara Gerl-Falkowitz também contesta: “A assembleia plenária discute abertamente, e as diversas posições podem ser expressadas, mas, depois, nos textos, as vozes dissidentes não são consideradas”. A assembleia vota, e a maioria decide.
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Alemanha: Caminho Sinodal se aproxima de sua conclusão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU