22 Fevereiro 2021
A eleição de 2022 e os limites institucionais
O cenário eleitoral ideal de Bolsonaro é enfrentar um Lula cheio de ressentimento no segundo turno, para aumentar o custo de sua derrota, com suas milícias de clube de tiro, PM e generais de pijama do Clube Militar, difundindo o medo do golpe "em caso de fraude".
Mas é preciso que seja o Lula na cabeça da chapa; que o Lula esteja no "modo radical"; e que seja no segundo turno. Se algum desses pressupostos faltar, o esquema desmonta: se for Haddad ou Lula de vice do Ciro; se Lula estiver "paz-e-amor"; se Lula não for pro segundo turno.
Assim como Bolsonaro está fazendo o possível para que esse cenário aconteça, lembre que também tem muita gente fazendo o possível para que ele não aconteça nos Estados, no Congresso e no STF. De maneira que o cenário ainda está em aberto.
Essa situação revela que as instituições ainda estão longe de funcionar a contento, porque supõe mais uma vez que a exclusão de Lula seria necessária para diversos atores para evitar a arruaça de Bolsonaro. É um cálculo que infelizmente pesará no julgamento dos recursos no STF...
Em suma, a força de Bolsonaro não reside em sua capacidade de dar o golpe, mas de parecer que o poderá dar em caso de retorno de Lula. Ele intimida sempre pela ameaça de emprego da força, que só funciona se os outros acreditarem que ele a tem. Vai tentar fazer isso em 2022.
Mas a estratégia é muito arriscada, e a chance de fracassar é maior do que a de êxito. Lembrem que Bolsonaro é covarde, blefador e bufão; simula força sempre para intimidar; é sempre ambíguo em seu golpismo. Imitador de Trump, ele também é mais parasita do que algoz da democracia.
O rato que ruge
Bolsonaro está fraco: acossado pelo STF; enredado com Centrão; afundado na incompetência. Quanto mais fraco fica, mais sai se desculpando diante do gado desiludido por não ter ainda cumprido a promessa impossível de destruir o sistema.
Deixem de ver força onde só há fraqueza. Vocês acham que um governo cujos generais não conseguem organizar uma maioria parlamentar, nem mesmo uma campanha de vacinação, tem "logística" para orquestrar um golpe de Estado em escala nacional?
O "golpe militar" já aconteceu. Foi a eleição de 2018. A oportunidade de destituir o sistema foi ali entre setembro de 2018 e abril de 2019. Quando do golpismo de abril-junho de 2020, a chance já tinha passado. A eleição de 2020 já aponta o refluxo para o centro.
O sistema está se recompondo. Arthur Lira já fala como primeiro-ministro: a partir de agora quem vai organizar e conduzir a agenda do país será o Congresso; que o golpismo é coisa de imbecil; e dá a entender então que, se Bolsonaro fala nisso, nunca passa de demagogia barata.
Como Bolsonaro nunca teve projeto de governo, a cada seis meses está encalacrado com crises de governança e de impopularidade. Sempre tenta ganhar tempo apelando à lacração e entregando o governo a outros: militares; agora centrão. O populismo econômico é a nova tábua de salvação.
Este ano provavelmente será o ano do centrão e do STF se acertando de um lado e o do centrão e do executivo se acertando de outro. O radicalismo só voltará forte para fins eleitoreiros em 2022. A prova de fogo será lá, porque Bolsonaro estará fraco e vai tentar fazer arruaças como o Trump. Mas, nesse ano de 2021, o que vai provavelmente prevalecer é a virada pro populismo econômico.
Se Bolsonaro perder a eleição, não terá apoio do congresso, nem do judiciário, nem dos governadores para um golpe. O alto comando não vai se coçar. Haverá no máximo arruaça para simular fraude e fúria do "povo". Mais do que isso comprometerá o seu futuro político e o dos filhos.
Nada disso significa que devamos baixar a guarda. É preciso fazer a crítica e a denúncia inclemente do golpismo e marretar todos os dias os desmandos desse desgoverno. Mas sem histeria.
Bolsonaro: “Vamos meter o dedo na energia elétrica”.
Nós: “Boa! No 220, descalço e com o chão molhado”!
Advertência aos que elegeram o presidente, após cometerem golpes e golpes para chegar ao Planalto com ele: "Quem pariu Bolsonaro, que o embale". Não é mesmo Sr. Mercado, Sra. Leitão e outros e outros e outros....RR
Formando Milicanalhas
Via
Adauto Melo
Veja essa: cadetes da aeronáutica fazem cerimônia de adoração do Deus da Rachadinha no Palácio da Alvorada - tomara que não entreguem aviões e o controle do tráfego aéreo pra esses caras...
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Detalhe: eu sou acionista da petrobras e vou perder dinheiro com isso, pq o mercado não ajusta seu olhar para considerar a calamidade social que vivemos. Por isso msm, não dá pra deixar o que é essencial ao desenvolvimento do país (como a Petrobras e a Vale, por exemplo) nas mãos volúveis e impessoais do mercado.
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O Clube Militar, que se autodenomina “a casa da República”, perdeu uma excepcional oportunidade de ficar calado ao divulgar uma nota de apoio ao bombadão desvairado. O caso, restrito ao STF e ao Parlamento, não envolvia em nada as Forças Armadas. Mesmo assim, os patriotas não conseguiram conter a comichão.
Todos sabem que o Clube Militar, cuja direção reúne generais da reserva, se pronuncia quando tem apoio dos colegas da ativa, que não podem falar.
Então, ficamos assim: no Brasil atual, generais batem continência a soldados milicianos. E exigem respeito.
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Recebi isso no whatsapp, e é a pura verdade.
"A mente do neoliberal:
1) Tudo tem que prorar antes de melhorar: Não existe ajuste econômico sem sofrimento ou uma piora nas condições de vida dos pobres num primeiro momento, portanto:
2) Se está piorando é porque está dando certo: A austeridade está destruíndo atividades econômicas inúteis e modernizando a economia, que ressurgirá como uma planta mais forte depois da poda;
3) Tudo o que dá errado na minha gestão é culpa de quem veio antes mesmo que seja quarenta anos antes, como os desenvolvimentistas no Brasil;
4) Tudo o que dá certo na gestão dos outros é culpa do que fizeram os liberais no passado como o milagre foi o Campos quem fez, o governo Lula foi porque o FHC decuplicou a dívida e desnacionalizou o país "modernizando" a economia... e por fim:
5) Quando tudo der errado, é porque liberalizaram pouco. Não há melhora gradual se você muda na direção certa, precisa um nível mínimo mágico de liberalização para dar certo."
Parabéns aos envolvidos
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Esse é um protesto de um grupo de pais e mães da Zona Sul de BH, querendo a abertura das escolas, colocaram várias coroas de flores em frente as escolas: Loyola, Marista e Santo Agostinho, simbolizando a morte da educação, colocaram cartazes com escritos falando que “Professores são classes privilegiada”. Determinados grupos da nossa sociedade têm capital financeiro, mas não tem capital cultural pra fazerem julgamentos morais e éticos de forma sensata, o retrato de grande parte da sociedade brasileira, pautada no materialismo.
3 escolas de classe média alta de BH-MG... Ué... Falaram tanto que o ensino dos filhos tem que ser administrados e orientados pelos pais dentro de suas casas!? Quem começou com essa conversinha de projeto mirabolante foi o desgovernado desgoverno Bolsonaro.. Estamos numa pandemia, não temos vacina para todos, a estrutura do ministério da saúde foi tomada pela milicada sem noção. O governo sabotou todas as possibilidades de imunização em massa. Para bom entendedor um pingo é letra, estamos jogados à própria sorte.
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A gambiarra institucional em curso
Depois da terra arrasada institucional de 2013-2018, o presidente que viesse a ser eleito teria uma força tremenda. Ele reinjetaria legitimidade no sistema político e teria moral para resolver problemas do desenho institucional e de um modelo de governabilidade entre os poderes. Infelizmente a eleição de Bolsonaro jogou fora essa oportunidade. Sem projeto de país, sem compreensão das instituições, veio com o único propósito de instrumentalizar a administração para fidelizar, por um populismo autoritário e sectário, 1/3 permanente do eleitorado.
A reforma do sistema não foi nem cogitada porque o objetivo de Bolsonaro sempre foi viver de explorar o ódio público às suas insuficiências. A administração sempre foi vista somente como um meio de agradar apenas o tal terço e assegurar seu futuro político e o de sua família. O negacionismo estrutural, que passa pela ideologização maciça da gestão pública; pelo combate à ciência, à academia e à imprensa; e pelo namoro da ditadura como "verdadeira democracia", sequer servem para "restaurar a autoridade" do executivo, mas apenas ao projeto familiar.
Em outras palavras, o rearranjo das instituições, enquanto relações entre poderes, ficou em segundo plano, sem ter quem o organizasse - sem um Bernardo de Vasconcelos, um Campos Sales, um FHC, que as organizaram em modelos de governabilidade em outras quadras históricas. Tarefa fundamental passava assim por redefinir as relações entre os poderes, seja no padrão do presidencialismo de coalizão (Executivo e Legislativo), seja na incorporação do Judiciário a um modelo político de governabilidade , que sempre esteve de fora.
O arranjo está se operando depois de dois anos sob nossos olhos, a despeito de Bolsonaro. O pressuposto básico da reorganização passa por renunciar ao golpismo e aceitar a democracia. O retorno ao presidencialismo de coalizão com recurso ao centrão sinaliza essa necessidade. Para quem tinha dúvidas sobre se o centrão se fascistizaria ou se o governo seria capturado, tudo indica que continua a tendência de moderação da direita indicada nas eleições de 2020. O governo Bolsonaro será do centrão ou não existirá minimamente.
Ao mesmo tempo, as relações entre legislativo e judiciário parecem no episódio Daniel Silveira estar começando a se ajeitar, depois de seis anos de hostilidade entre corporativismo parlamentar e judiciarismo magistrocrático. Se daí saírem limites claros de atuação, será um ganho. Esse rearranjo entre executivo e legislativo de um lado, e legislativo e judiciário de outro, são fundamentais para limitar o golpismo dos radicais.
Ficará faltando acertar os limites entre executivo e judiciário, mas esses são os mais delicados para o governo, porque o projeto bolsonarista de fidelização de 30% do eleitorado exige preservar o populismo radical de direita, pelo menos como pão e circo para o gado.
A "agenda ideológica" passa por tentar passar medidas inconstitucionais e culpar o STF por brecá-las. O entretenimento da base exige dos Bolsonaros uma rotina de hostilidades ao STF para mantê-la acesa com a ilusão de um "combate ao sistema" representado por juízes corruptos e esquerdistas. Não se espere, portanto, que eles busquem apaziguamento efetivo com o STF.
Em suma, assistimos talvez a uma primeira gambiarra de acordo entre poderes, essencial para voltarmos a alguma normalidade. Mas, uma vez que esse acordo depende de um arranjo entre judiciário e executivo para ser completo, ele ficará capenga enquanto Bolsonaro estiver no poder.
A pergunta que não quer calar: em que país do mundo uma pessoa que foi presa mais de 90 vezes por seu próprio empregador, a PM, é mantida no emprego? E ainda por cima, consegue se candidatar a deputado federal? E pior que isso, é eleito?
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Virou zona: agora até Ratinho defende um golpe militar.
Bolsonarismo é ameaça à democracia
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Quando a Igreja nomeia algum bispo como metropolita (isto é, Arcebispo) é porque ela sabe (Igreja) e ele deve saber (Arcebispo) que passa a ser o responsável metropolitano (daí a palavra Arkhe) por articular a colegialidade e supervisionar (daí a palavra grega Episcopos) de forma fraterna aos irmãos bispos do colégio provincial a que pertence. Ele não está acima dos demais mas é um primum inter pares. Quando um arcebispo rasga com essa unidade para a qual foi incumbido (sinal do pálio sobre os seus ombros) e este metropolita quiser seguir sozinho, desunido, e arrogante não poderia usar esse pálio entretecido de comunhão, sinodalidade, colegialidade, fraternidade episcopal com o bispo de Roma e com os demais bispos de sua província e de sua conferencia Episcopal. Passaria a ser uma afronta ao Colégio. E sem colégio não há bispo. Cada dia entendo menos esses arroubos divisionistas pois se mostram joio no meio do trigal. São dois arcebispos atualmente (o do ordinariato militar e o de Juiz de Fora) e um bispo diocesano (de Formosa, GO) no Brasil agindo de forma divisionista. No passado houve alguns poucos outros bispos (Geraldo de Proença Sigaud, Castro Mayer e o bispo de Maura) que produziram uma dolorosa cisão. Onde esses atuais prelados fizeram sua teologia? Nunca leram a Encíclica Ecclesiam Suam? São sectários por palavras e obras? Para que querem rasgar a túnica do Cristo? Por que não assumem o pálio radicalmente? Se tornam pedras de escândalo para os seus diocesanos e província eclesiástica. Precisam sair desse pesadelo atroz.
Quem tiver ouvidos, ouça... (Dom João Justino, arcebispo de Montes Claros e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Educação e Cultura)
Dom Orlando Brandes - “A Campanha da Fraternidade é uma grandiosíssima graça da Igreja no Brasil!”
#EuApoioCFE2021
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Por Jamil Chade
Vacina levou planeta a fazer uma selfie. E a imagem é grotesca.
Para que eu sobreviva, meu inimigo precisa ser vacinado. Para que a rica cidade de Genebra esteja segura, Uagadugu precisa receber vacinas. Para que patroas durmam protegidas de uma eventual nova variante do vírus, aquelas senhoras que passam noites acordadas cuidado de seus filhos precisam estar vacinadas.
A realidade é que a vacina fez o planeta tirar uma selfie. Mas a imagem refletida é de uma sociedade disforme, injusta e egoísta.
Hoje, Charles Darwin está sendo sacudido. Não exatamente por criacionistas rejeitados até pelo Vaticano ou terraplanistas que despencaram do abismo intelectual. Mas por um imperativo moral de que o futuro de uma sociedade não pode ser deixada à sobrevivência do mais apto e nem às regras cruas e cruéis do mercado.
O vírus —e agora a vacina— revelam o que o membro da resistência francesa na II Guerra Mundial, Jean Bruller, já havia constatado. “A humanidade não é um estado a que se ascenda. É uma dignidade que se conquista.”
(Via Carlos Linhares)
Disponível aqui.
#ForaBolsonaroGenocida
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Semana de 22 queria gritar guerra às múmias numa São Paulo que já se via futurista / Entenda a agitação de artistas por trás do levante cultural que há 100 anos tentava reinventar a cidade
Marcos Augusto Gonçalves
No dia 9 de janeiro de 1921, um domingo, o “grand monde” político e cultural da cidade de São Paulo se reuniu no palacete do Trianon para uma celebração em torno do poeta e jornalista Menotti del Picchia, que lançaria uma edição de seu poema “Máscaras”.
Projetado por Ramos de Azevedo, o casarão em estilo europeu, localizado onde hoje se situa o Masp, contava com restaurante, confeitaria e salão de festas. Era um ponto elegante de eventos políticos, bailes e comemorações de gente da elite paulistana.
Del Picchia, poeta pouco inspirado, gozava de grande prestígio nessas esferas. Era figura de proa no Correio Paulistano, jornal do poderoso PRP, o Partido Republicano Paulista, cujos editoriais e notas políticas eram pautadas no Palácio dos Campos Elíseos. O homenageado também mantinha boas relações com jovens personagens da cidade que começavam a arregaçar as mangas para mudar o panorama artístico colonizado e provinciano então dominante.
Entre os nomes que aderiram ao banquete, entre financistas, políticos, artistas e escritores da velha guarda, figuravam Guilherme de Almeida, Victor Brecheret, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Este, após um revezamento de figurões na tribuna, tomou a palavra para fazer um discurso que fustigava os chamados passadistas e conclamava à renovação das letras e das artes. Fez soar ali, nas palavras de Mário de Andrade, “o clarim dos futuristas”.
O ano de 1921 foi aquele em que “meia dúzia de artistas moços”, como disse o orador, se reuniu em torno de um projeto de militância cultural que criaria, no ano seguinte, a Semana de Arte Moderna e se revelaria, ao longo da década de 1920, uma pujante referência para o modernismo brasileiro — hoje com crescente reconhecimento internacional.
Em 1921, as novidades modernas não eram segredo no Brasil. Da pintura à literatura, já se conheciam bem, ao menos em alguns círculos, as movimentações vanguardistas da Europa na década anterior — e já era quase que popular o termo “futurismo” para designar os que simpatizavam com a mudança dos cânones.
São Paulo era à época uma cidade um tanto provinciana, que tinha menos da metade da população e estava longe do cosmopolitismo e da densidade cultural do Rio de Janeiro. Mas crescia e se atualizava velozmente, sob o impacto do notável enriquecimento do estado, que explodiu com o café no final do século 19 e logo se transmitiu para outros ramos da atividade econômica, como as finanças e a indústria.
O que havia em São Paulo, que experimentava vertiginosa aceleração do tempo, era um sentimento de que o futuro lhe pertencia e que era hora de se projetar na disputa pela liderança cultural de um Brasil que já não cabia no molde do século 19.
Naqueles tempos, a cidade e o estado começavam a replicar as instituições federais de que a capital há muito dispunha.
Já se intensificava o intercâmbio com o exterior, mecenas traziam exposições, circulavam publicações europeias e até mesmo uma jovem artista, chamada Anita Malfatti, já havia promovido, em 1917, uma inédita e ruidosa exposição de pinturas modernistas, depois de estudos em Berlim e Nova York —evento que graças à reação furiosa de Monteiro Lobato deu lugar a uma polêmica histórica.
O próprio Del Picchia, melhor propagandista do que literato, lançou em 1921 um artigo em que esboçava uma plataforma para unir o grupo modernista. Dizia ele que o “stock de ideias, de doutrinas, de processos técnicos velhos e vistos entrava em liquidação”. A vida “multiforme e absorvente” do mundo das fábricas, máquinas e movimentos revolucionários impunha outra técnica artística e outra mentalidade — e São Paulo estaria pronta para a representar.
A ideia, como se sabe, era abandonar temáticas europeias e padrões estéticos sedimentados para valorizar as cores nacionais e o arrojo de uma nova arte —as “mercadorias espirituais, de criação fresca” que já se apresentavam “à avidez dos consumidores”.
Foi em 1921 que o grupo modernista, cada vez mais unido e atuante, organizou uma viagem ao Rio para encontrar com poetas residentes na capital. Nas palavras exageradas e caricatas de Helios, pseudônimo de Del Picchia no Correio Paulistano, aquela era uma “bandeira paulista” para desbravar a “formosíssima urbe máxima do país” onde — ao menos isso reconhecia — “brilhantes espíritos moços e renovadores” já haviam iniciado “sua guerra às múmias”.
O Rio já era palco de uma cena moderna e gestava sua renovação estética — como atestava, para ficar num único exemplo literário, o livro “Carnaval”, de Manuel Bandeira, no qual se lia o poema “Os Sapos”, lançado em 1919, dois anos antes de “Pauliceia Desvairada”, escrito em 1921.
Foi também naquele ano que o ativismo do grupo chegou à ideia de um grande evento modernista que acabou se realizando em 1922, com o apoio decisivo do intelectual e mecenas Paulo Prado, que acolhia os jovens modernistas para longas conversas em sua mansão de Higienópolis.
Há versões variadas sobre as origens da ideia da Semana, mas não resta dúvida de que o carioca Di Cavalcanti, que retornava a São Paulo em 1921, foi o grande mentor da proposta, ainda que houvesse uma inquietação no grupo para que alguma coisa pública e marcante fosse programada. Chegava o ano do centenário da Independência e o grito dos jovens modernistas estava preso na garganta.
O festival, que de início foi chamado de futurista, acabou se desenhando nos encontros de Higienópolis e, reza a lenda, contou também com uma sugestão de dona Marinette, mulher de Paulo Prado, que mencionou as semanas de moda de Dauville, na França. A Semana, hoje marco do modernismo brasileiro, começou a ser organizada em novembro de 1921 e foi inaugurada no dia 13 de fevereiro.
FSP 18.02.2021
Excepcionalmente, estou vendo a fala do bolsonarista bombadão durante a sessão em que o plenário da Câmara avalia a decisão do STF.
Arrepende-se, pede desculpas e quase chora. Diz que sua fala foi retirada do contexto. Faz juras à democracia. Pede desculpas. Reitera seu arrependimento. Apresenta-se como vítima. "Nunca defendi o AI-5".
Registro minha homenagem a todos os que, em plena vigência do AI-5, muitas vezes ainda bem machucados, reafirmavam suas críticas à ditadura, diante de juízes militares.
Nenhum de nós era bombado, fortão, marrento, arrogante. Mas tínhamos coragem e dignidade.
Perhaps the most-terrifying space photograph around.
Astronaut Bruce McCandless II floats untethered away from the safety of the space shuttle, with nothing but his Manned Maneuvering Unit keeping him alive. The first person in history to do so.
Credit: NASA
Foto: Reprodução Facebook
A notícia é comovente. Mas os comentários dos leitores, abaixo dela, é pura reiteração do nazismo. Agora caboclo. São de vomitar alguns "comentários" canalhas publicados pela Globo. Não existe moderador para censurar, digo bem censurar, propaganda nazista na Globo? Ah, entendi : a emissora do Big Brother precisa do apoio nazista e da sua quadrilha de idiotizados que exercem a "liberdade de expressão", sobretudo quando cometem crimes como a apologia da morte. RR
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Grupo católico usa outdoor em Londrina para atacar Campanha da Fraternidade
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Disponível aqui.
"O homem ornamental não é um soldado. Mais importante para ele é posar com a arma, tê-la como símbolo da projeção de sua masculinidade. Daí o tanto de fotos e vídeos de Bolsonaro e seus filhos nas redes sociais atirando. O curioso é que Bolsonaro foi expulso do Exército e nenhum de seus filhos foi aceito no serviço militar." Guilherme Amado
Foto: Reprodução Facebook
Disponível aqui.
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