01 Dezembro 2020
A gestão de Dias, que insistia em evangelizar os indígenas, foi contestada diversas vezes.
A reportagem é de Igor Carvalho, publicada por Brasil de Fato, 27-11-2020.
O Ministério da Justiça publicou no Diário Oficial, na manhã desta sexta-feira (27), a exoneração do pastor Ricardo Lopes Dias da Coordenação de Índios Isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai). O missionário ficou no cargo apenas nove meses.
Dias era uma aposta de evangélicos do governo federal, entre eles, Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, para aprofundar o contato de missionários com indígenas, com o intuito de evangelizar os indígenas.
A exoneração de Dias foi celebrada internamente, pelos servidores da Funai. Em contato com a reportagem, um dos trabalhadores afirmou.
“O missionário sai como incompetente e irresponsável. Agora, eles colocam um servidor de carreira. Vão montar uma equipe com servidores técnicos e vão negociar tudo por dentro. É um avanço, tira a turma da Damares de dentro da Funai.”
A gestão de Dias foi contestada diversas vezes pelos próprios indígenas. Durante o período da pandemia, o missionário tentou nomear evangelizadores para a área de índios isolados. A medida foi denunciada no Ministério Público por lideranças dos povos originários.
Em seu lugar, foi nomeado Marcelo Fernando Batista Torres, servidor de carreira da Funai alocado no Acre, onde trabalhava como chefe da Frente de Proteção Etnoambiental Envira.
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Pastor aliado de Damares é exonerado da Funai: “Incompetente e irresponsável” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU