01 Dezembro 2020
"Em plena pandemia, dos extremismos, o aprofundamento das dicotomias de “Bem x Mal”, a desvalorização do caminho do meio, do pensamento como atitude ética, da ciência, da natureza e da potência da vida", escreve Marcio Tavares d'Amaral, Professor titular emérito da UFRJ/Escola de Comunicação (ECO) e Coordenador do Grupo de Pesquisa IDEA – Programa de Estudos Avançados.
A pandemia de Covid-19 deslocou a natureza do medo, do real e do virtual com os quais convivíamos “naturalmente” até ontem. O ofício de dar aulas na ECO-UFRJ e de pesquisar alternativas não reativas e não ressentidas ao “momento da história em que se diz que a história acabou” a partir dos paradigmas da cultura ocidental foi interrompido para lidar, de forma ainda mais intensa do que antes, com a carne viva da filosofia e do pensamento: nossas vidas comuns no contemporâneo. Essas questões se misturam e se refazem no tempo e no espaço alcançados pelo novo coronavírus.
Daí surgiram as bases para os Ensaios da quarentena, que abordam impasses éticos e premissas filosóficas para pensar a situação vigente, os diferentes impactos da doença entre os grupos sociais, a globalização, o capitalismo, as perspectivas de futuro e o antropoceno. O primeiro texto [1], lançado em agosto, apresentou o ponto de partida dessas reflexões apontando mudanças na natureza do medo, na percepção do tempo e do espaço e na nossa demanda de futuro, a partir da irrupção da Covid-19.
Este segundo artigo, intitulado As polarizações, a falta que o meio faz [2] (anexo), retoma proposições filosóficas de Sócrates, Aristóteles, Nietzsche, Foucault, entre outros autores, para analisar o avanço, em plena pandemia, dos extremismos, o aprofundamento das dicotomias de “Bem x Mal”, a desvalorização do caminho do meio, do pensamento como atitude ética, da ciência, da natureza e da potência da vida.
A proposta dos ensaios suscitou, em convergência com o Projeto de Pesquisa atual A ressurreição do sol: a filosofia e a vida comum no contexto cultural-comunicacional pós-moderno [3], a discussão de outras questões que foram desenvolvidas em mais quatro ensaios temáticos sobre os migrantes, a pobreza, o ódio e o Terror, a serem lançados em breve.
Essas dissertações são corroboradas ainda pela pesquisa anterior (2011-2018) sobre a formação e a identidade da cultura ocidental contemporânea, recuperando suas duas fontes originais: a cultura grega (pautada no Ser e na Razão) e a cultura judaica (baseada nos fundamentos da Fé e de Deus), e foram registradas na coletânea Os assassinos do sol: uma história dos paradigmas filosóficos [4], que está sendo publicada pela Editora UFRJ desde 2015.
*O quinto volume da série Assassinos do sol, dedicado a Kant [5], acabou de ser publicado. O evento de lançamento ocorrerá nesta terça-feira (1/12), às 17h, pelo Facebook da Editora UFRJ [6] e pelo Canal no Youtube do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade [7], com o debate entre o autor Marcio Tavares d´Amaral e outros dois professores da ECO/UFRJ e pesquisadores do IDEA: Paulo Vaz e Henrique Antoun (divulgação em anexo).
[1] Link para o primeiro ensaio (Sobre a pandemia). Disponível aqui.
[2] Link para o segundo ensaio (As polarizações: a falta que o meio faz). Disponível aqui.
[3] Link para o Projeto atual (A ressurreição do sol). Disponível aqui.
[4] Sobre a coletânea Os Assassinos do Sol. Disponível aqui.
[5] Sobre o volume do Assassinos do Sol dedicado a Kant, a ser lançado dia 01/02. Disponível aqui.
[6] Facebook da Editora. Disponível aqui.
[7] Youtube do FCC/UFRJ. Disponível aqui.
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Segundo ensaio da quarentena. As polarizações: a falta que o meio faz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU