25 Setembro 2020
Comunidades religiosas de nações africanas valorizaram o Dia Internacional da Paz, celebrado na segunda-feira, 21 de setembro, quando apelaram a governantes e líderes oposicionistas para que promovam a harmonia nos seus países.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Na República de Camarões, a Igreja Presbiteriana realizou culto no Estádio da cidade de Molyko, definido pelo jornal The Star como “uma cruzada pela paz”. Na homilia, o moderador da igreja, reverendo Fonki Samuel Forba, destacou que “a dor da agonia nos dominou. O grito de impotência está ficando mais alto a cada dia”.
Ainda assim, entre cânticos e orações ele lançou palavras de otimismo: “Não acredito que neste país tenhamos problemas que estão acima de nós para os resolvermos pacificamente”. Ele desafiou todos os camaroneses a “trabalhar pela paz a partir de hoje e a reconquistar a posição de prestígio na África Subsaariana”.
Apelo por um cessar-fogo imediato foi emitido por um grupo ecumênico de mulheres, publicado no dia 21. Elas se dizem “alarmadas com os abusos significativos dos direitos humanos cometidos por forças de segurança e grupos armados separatistas em Camarões”.
O país foi colonizado pelos alemães até o fim da I Guerra Mundial. Em 1922, a República de Camarões foi dividida em dois mandatos: Camarões Franceses e Camarões Britânicos e este, por sua vez, subdividido em Camarões do Norte e Camarões do Sul. Esse são os atores em conflito.
Para se inteirar da situação conflituosa que Camarões enfrenta acesse aqui.
Organismos cristãos e integrantes da Rede Ecumênica do Sudão do Sul chamaram a atenção, no dia 21, para a necessidade de paz no país. Líderes das igrejas querem que os signatários do acordo de paz, assinado pelo governo e partidos de oposição em 12 de setembro de 2018, em Cartum, capital do Sudão, acelerem a sua implementação.
O Conselho de Igrejas do Sudão do Sul “compromete-se novamente, como parceiros para a paz, de amplificar as vozes dos sudaneses do sul sem voz através de seu processo principal do Plano de Ação para a Paz, que visa mudar a narrativa da violência para a da paz”, assinala a palavra dos líderes.
Eles mencionam avanços importantes verificados até aqui na implantação do acordo, incluindo a formação do Governo de Transição Revitalizado de Unidade Nacional, a nomeação de governadores de estado e os passos em direção a um exército unificado.
Ao mesmo tempo, manifestam preocupação com violações de cessar-fogo, com ataques violentos de vingança entre comunidades e pilhagem de gado, atos que continuam desestabilizando o Sudão do Sul.
As organizações ecumênicas Pão para o Mundo, Christian Aid, Visão Mundial, Tearfund, entre outras, expressaram preocupação quanto à “continuação da violência em várias áreas do país e a disponibilidade de armas que continuam a alimentar a violência”. As entidades exortam as partes a deixar de lado questões conflitantes e priorizar os itens restantes do acordo de paz.
De acordo com as organizações ecumênicas, o conflito deixa um saldo de 7,5 milhões de pessoas necessitadas de assistência humanitária, mais de 2,26 milhões de refugiados e 1,6 milhão deixou o seu local de origem para se abrigar em outras áreas do país.
Mais sobre a situação conflituosa no Sudão do Sul, veja aqui.
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Sudaneses e camaroneses enfatizam o apelo por paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU