A Conferência Eclesial Amazônica virá à luz em 29 de junho

Abertura do Sínodo da Amazônia, 07-10-2019. Foto: Guilherme Cavalli | CIMI

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23 Junho 2020

O projeto ainda deve vencer algumas importantes resistências na Cúria vaticana e nos grupos mais recalcitrantes a quaisquer mudanças.

“A Conferência Eclesial Amazônica - CEA é uma oferenda ao Papa e à Amazônia”, disse o cardeal Pedro Barreto. “É a evangelização da Igreja com um método de descentralização que o Papa está promovendo. Estamos muito acompanhados por ele neste momento”.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 22-06-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Nove meses depois do fim do Sínodo da Amazônia, virá à luz um de seus primeiros frutos: o surgimento da “Conferência Eclesial Amazônica”, um pedido histórico das comunidades eclesiais do pulmão do planeta.

Um trabalho que está sendo conduzido com sigilo, mas que, conforme confirmou ao Religión Digital o teólogo Rafael Luciani, será realidade na próxima segunda-feira, 29 de junho. “Em 29 de junho será pública a criação da nova Conferência Eclesial Amazônica, como pediu o Sínodo para a Amazônia e a Exortação Apostólica Querida Amazônia, de Francisco”, constata Luciani.

Assim, cumprir-se-á o solicitado no número 115 do Documento Final, no qual se propôs “criar um organismo episcopal que promova a sinodalidade entre as igrejas da região, que ajuda a delinear o rosto amazônico desta Igreja e que continua a tarefa de encontrar novas caminhos para a missão evangelizadora, em especial incorporando a proposta da ecologia integral, afiançando assim a fisionomia da Igreja amazônica”.

Uma proposta que também foi confirmada, em entrevista a Alfa y Omega, pelo cardeal Pedro Barreto, “número dois” da Repam, que estaria terminando os detalhes em Roma junto ao secretário-geral do organismo, Maurício López, e o presidente da Repam, o cardeal Cláudio Hummes. E que ainda deve vencer algumas importantes resistências na Cúria vaticana e nos grupos mais recalcitrantes a qualquer mudança.

Sem nacionalismos, descentralizada

Na entrevista, Barreto considera que a CEA “é uma oferenda ao Papa e à Amazônia”. “Estamos na parte final do estatuto, em sua declaração constitucional, que tem como eixo ajudar a Igreja em sua reforma e, sobretudo, no aspecto organizativo, para a aplicação de nossa doutrina social na Amazônia”, assume.

Uma conferência amazônica da qual farão parte nove países, mas “aqui não há nacionalismos, nem divisões por nações, é a Igreja de uma região que busca a proteção de um bem muito importante”, destaca Barreto, que acrescenta que “estaremos dentro do Celam, ainda que com autonomia (...) Não somos um organismo a mais. Tem todo o respaldo dos indígenas, dos leigos, religiosos e bispos, portanto terá uma força muito grande. É a evangelização desde a Igreja com um método de descentralização que o Papa está promovendo. Estamos muito acompanhados por ele neste momento”.

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