Petroleira distribui adesivos agressivos sobre Greta Thunberg

Greta Thunberg discursa na na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020 (Foto: Fotos Públicas/Manuel Lopez)

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03 Março 2020

Greta Thunberg está novamente na mira, mas desta vez dos gigantes dos combustíveis fósseis. Em alguns adesivos com o logotipo da petroleira canadense X-Site, a ativista ambiental de 17 anos aparece nua enquanto sofre violência sexual de um homem que a segura pelas tranças.

A reportagem é de Enrico Franceschini, publicada em La Repubblica, 02-03-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A imagem assustadora apareceu na web e, depois da denúncia de Michelle Narang, que trabalha no campo petrolífero, Greta respondeu com um tuíte: “Eles fazem isso apenas por desespero: é a demonstração de que estamos vencendo”.

Em uma entrevista para a edição canadense do HuffPost, Narang, que mora em Rocky Mountain House, na província de Alberta, disse que tentou pedir explicações do ocorrido ao diretor-geral da X-Site, Doug Sparrow, perguntando se haviam se dado conta de que uma imagem dessas é uma incitação ao estupro.

Em resposta, aparentemente, disseram-lhe: “Greta não é mais uma menina: ela tem 17 anos”.

De acordo com um funcionário da X-Site ouvido pelo HuffPost, os adesivos – definidos como “nojentos e totalmente errados” – seriam parte de uma campanha promocional proposta à empresa para serem aplicados nos capacetes dos funcionários.

Apesar das inúmeras denúncias nas redes sociais, a Polícia Montada Real do Canadá não vê nenhum crime: ela estabeleceu que os adesivos não podem ser considerados pornografia infantil.

“O silêncio não produz mudanças”, afirma o movimento Sextas-Feiras pelo Futuro canadense. Com um abaixo-assinado, o grupo pede à X-Site, além das desculpas a Greta, que retire imediatamente de circulação os adesivos, acusados de transmitir “misoginia, pedofilia e violência usadas como armas”.

Não é a primeira vez que Greta é usada como alvo com insultos e zombaria. E não só desde que conquistou o centro das atenções pelo seu protesto contra as mudanças climáticas, que ela lidera desde 2018.

No seu livro “A nossa casa está em chamas”, a jovem ambientalista, que sofre da síndrome de Asperger, conta que já viveu momentos difíceis na escola, onde sofria fortes bullyings devido ao seu mutismo.

Com apenas 17 anos, Greta já se tornou o símbolo de uma militância abraçada por milhares de jovens que lutam contra o uso de combustíveis fósseis, pedindo que os governos ponham um limite nas emissões de gases do efeito estufa.

Na Itália, em outubro passado, havia aparecido um boneco pendurado em um viaduto em Roma, com a frase: “Greta é o seu deus”, que a prefeita Virginia Raggi havia definido como “vergonhoso”. Nos últimos meses, diante de repetidos ataques nas redes sociais, Greta respondeu várias vezes com tuítes que reafirmavam a força das suas convicções, compartilhadas pelo movimento Sextas-Feiras pelo Futuro, a fim de levar em frente a luta contra as mudanças climáticas.

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