Missionário brasileiro diz que países estão jogando migrantes em matadouros

Migrante hondurenho com criança de três anos na rota migratória para os EUA. | Foto: Christina Simons/Médicos Sem Fronteiras (MSF)

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18 Fevereiro 2020

Desde o início da crise humanitária que levou o êxodo centro-americano para os EUA, organização administrada por Mauro Verzeletti na capital guatemalteca tem prestado atenção abrangente a mais de 30 mil migrantes na região.

O padre brasileiro Mauro Verzeletti, missionário de São Carlos Scalabrinianos e diretor da Casa de Migrantes da Guatemala, advertiu nesta segunda-feira, 17, que os Estados Unidos, México e o norte da América Central estão jogando pessoas "no matadouro" com os acordos de imigração assinados no ano passado.

A reportagem é publicada por O Estado de S. Paulo, 17-02-2020.

Pe. Mauro. (Foto: Prensa Libre: Hemeroteca)

A política de imigração adotada pelo governo do presidente americano, Donald Trump, seguida em maior ou menor grau pelo México, Honduras, El Salvador e Guatemala - que concordaram em se tornar um "terceiro país seguro" - foi uma "demonstração muito clara de ignorância", disse, em entrevista à agência EFE.

Desde o início da crise humanitária que levou o êxodo centro-americano para os Estados Unidos com as chamadas caravanas de migrantes, a organização administrada por Verzeletti na capital guatemalteca tem prestado atenção abrangente a mais de 30 mil migrantes na região.

Verzeletti tem testemunhado há 22 anos, quando fundou a Casa de Migrantes, na Guatemala, de como a migração irregular tem variado. Mas ele não tinha visto nada parecido com o que está acontecendo agora: "Uma ignorância que viola o sistema de asilo e a proteção internacional aos migrantes".

As pessoas deixam países onde há "condições extremamente violentas", afirma o religioso, mas, com os planos do governo dos EUA e replicados pelos presidentes dos países envolvidos, os migrantes "são devolvidos para a mesma região, com uma carta de entendimento na qual estamos jogando pessoas para o matadouro e não estamos resolvendo o drama humano".

Um drama histórico cuja dinâmica mudou em 2014, quando menores desacompanhados deram lugar a um cenário anteriormente protagonizado por homens e jovens que, em sua maioria, viajavam de mãos dadas com coiotes e redes de tráfico de pessoas, sob a cumplicidade de governos no poder.

Em 2018, essa mesma dinâmica foi completamente modificada e foram estabelecidas caravanas maciças, convocadas pelos próprios migrantes que, em famílias inteiras, se reuniram em vista de todo o mundo para deixar os abismos de seus próprios países em busca do suposto sonho americano.

A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.

 

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