16 Dezembro 2019
O National Catholic Reporter está compartilhando as reflexões sobre o Advento inspiradas em Laudato Si’ – Sobre o Cuidado da Casa Comum, do seu ex-editor Arthur Jones. Estas reflexões foram originalmente publicadas em 2015 pela Comunidade Paroquial St. Vincent de Paul, em Baltimore, no estado americano de Maryland. Jones deseja reconhecer a inspiração das invocações celtas da obra Carmina Gadelica, de Alexander Carmichael.
A reflexão do dia 16 de dezembro é publicada por National Catholic Reporter, 15-12-2019. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Francisco pede que nos posicionemos e confrontemos esse estado de coisas. Se ele é Davi vestido de branco, contra os Golias em ternos de U$ 2 mil, contra as prioridades globais definidas por grupos e governos poderosos, ele nos pede que sejamos Davi em grupos e em coalizões, ministérios e comunidades, contra os mesmos adversários, mas – e o que não é fácil – talvez contra o vizinho de porta, talvez contra aquele que mora no outro cômodo. A esta altura, quase podemos ouvir Jesus a falar dos problemas que colocaram irmão contra irmão, filhos contra filhos. Consequentemente, se formos falar com firmeza, devemos falar de forma gentil, ao modo mais cristão possível.
Eis o tom e a base para os “diálogos” antecipados de Francisco, como em “O diálogo sobre o meio ambiente na política internacional”, “O diálogo para novas políticas nacionais e locais”, “Diálogo e transparência nos processos decisórios”, “Política e economia em diálogo para a plenitude humana”, e “As religiões no diálogo com as ciências”. Estes diálogos levam de volta ao que ele pensa sobre a “Educação e espiritualidade ecológicas”.
Para nos educar, e nos encorajar na nossa busca espiritual, estas coisas dão ao papa motivos para nos cobrar com mais intensidade.
Ele diz: “Para enfrentar os problemas de fundo, que não se podem resolver com ações de países isolados, torna-se indispensável um consenso mundial (…) Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser, progressivamente e sem demora, substituída”.
O papa diz que a humanidade, neste período atual, “talvez fique recordada como uma das mais irresponsáveis da história”.
Francisco não mede as palavras que usa. Ele adverte que os benefícios da proteção da biodiversidade são, lamentavelmente, poucos a ponto de os países colocarem os interesses nacionais acima do bem comum global.
Em seguida, escreve: “A redução de gases com efeito de estufa requer honestidade, coragem e responsabilidade” e, embora os países poderosos tenham de ser os mais generosos, as pessoas comuns não podem abrir mão de se envolverem nesta mudança.
Ó Deus, parece não haver fim para aquilo que deve ser feito. Mas sei que o Papa Francisco sabe que esta lógica opositora que se põe no caminho do confronto dos problemas ecológicos é a mesma lógica que também “não permite cumprir o objetivo de erradicar a pobreza”. Permita-me ter a coragem e, calmamente, ver o que posso fazer – sabendo que não consigo fazer tudo.
Ó Deus, permita que eu cultive as virtudes ecológicas.
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Terceira Semana do Advento – Meditações diárias com a Laudato Si’. Segunda-feira, 16 de dezembro: Novos Davis e Golias - Instituto Humanitas Unisinos - IHU