Dom Matteo de Bolonha explica por que o ódio contagiou a Igreja

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11 Dezembro 2019

A Igreja misericordiosa de Francisco, não a do clericalismo antibergogliano, dedica-se há meses ao estudo e análise aprofundada desses tempos de raiva e ressentimento. Principalmente, sobre a questão que mais causa inquietação: por que o soberanismo que odeia se espalhou até entre os crentes? E é precisamente o ódio que o novo cardeal Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha, colocou no centro de uma obra escrita com o jornalista Lorenzo Fazzini. Desde o título que inverte o mandamento evangélico de Cristo: Odierai il prossimo tuo. Perché abbiamo dimenticato la fraternità. Riflessioni sulle paure del tempo presente (em tradução livre, Você odiará o seu próximo. Porque esquecemos a fraternidade. Reflexões sobre os medos do tempo presente, Piemme, 191 páginas, E 16.50).

Odierai il prossimo tuo.
Perché abbiamo dimenticato la fraternità.
Riflessioni sulle paure del tempo presente,
Piemme, 191 páginas, E 16.50

Sua Eminência Zuppi é conhecido como Dom Matteo dos bispos, não um protagonista da ficção, mas um padre de rua, que cresceu na comunidade de Santo Egídio, no coração de Trastevere, em Roma. O livro começa com uma reflexão que leva mais à esperança o que à resignação, apesar dos ventos de medo que sopram: "O ódio que se respira em nossa sociedade (...) poderia se revelar (...) uma preciosa oportunidade para redescobrir o grande valor da fraternidade com energia renovada". E não faltam as oportunidades, a partir do suposto Apocalipse orquestrado pela direita clerical-soberanista. Os migrantes, obviamente.

O comentário é de Fabrizio D'Esposito, publicado por Il Fatto Quotidiano, 09-12-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Atenção: Dom Matteo Zuppi expõe suas reflexões com tranquila graça e as suas palavras não cedem jamais à invectiva. O seu é um diálogo extremo. E com linearidade desarmante, o arcebispo de Bolonha explica que a Igreja de Francisco não é uma ONG de carolas, como é ridicularizada pelos tradicionalistas. A raiz de tudo é o evangelho e o amor pregado por Jesus. Um dos males que leva ao fechamento é o individualismo. E o amor somente por si mesmos é o verdadeiro inferno.

Então o capítulo sobre a Igreja que odeia. Aqui, a centralidade do verdadeiro núcleo da fé é descrita: "Deus te ama", com respeito ao farisaísmo veritativo que enfatiza apenas a opção moral pregada pela direita clerical: "Deus quer que você se comporte dessa maneira". A diferença entre as duas maneiras de acreditar é a misericórdia. Por um lado, Francisco, por outro, os fariseus que o odeiam.

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