15 Novembro 2019
O jesuíta espanhol Juan Antonio Guerrero será o novo “superministro” das Finanças do Vaticano, substituindo o polêmico cardeal George Pell, condenado na Austrália a seis anos de prisão por abuso infantil e que, há um ano, abandonou sua função na Cúria Romana, sem que o Papa tivesse designado um sucessor.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 14-11-2019. A tradução é do Cepat.
A nomeação de Guerrero, publicada por Bolletino, significa que Roma quer enfrentar decididamente, e sem pesos mortos, a reforma da Cúria vaticana. E Pell, sem dúvida, era um peso. O novo responsável das finanças vaticanas causou certa surpresa, positiva, nos ambientes vaticanos.
Juan Antonio Guerrero, delegado para as Casas e Obras Interprovinciais de Roma, dirigiu este ano os Exercícios Espirituais da Conferência Episcopal. Nascido em 1959, em Mérida, formou-se em um colégio dos salesianos e, posteriormente, com os jesuítas. Após estudar Ciências Econômicas em Madri, ingressou na Companhia de Jesus.
Juan Antonio Guerrero também é licenciado em Filosofia (Universidade Pontifícia Comillas e Universidade Autônoma de Madri, 1993), em Teologia (1994) e Filosofia Política (1998-1999, em Boston, Estados Unidos).
Além disso, foi moderador das Comunidades de Voluntariado Jesuíta, professor de Filosofia Social e Política na Universidade Pontifícia Comillas (1994-2003) e superior de duas residências jesuítas. Em 2003, foi nomeado reitor e mestre de noviços dos jesuítas na Espanha e também foi consultor da Província de Castela, de 2004 a 2014.
Em outubro de 2017, o Padre Geral dos Jesuítas, Arturo Sosa, nomeou-o Delegado para as Casas e Obras Interprovinciais de Roma.
A decisão - que já foi tomada há tempo – se tornou pública um dia após a informação de que a Suprema Corte aceitou estudar, nos próximos meses, uma última apelação da defesa do cardeal Pell.
Nesse sentido, conforme informado por Vatican News, Mark Coleridge, presidente da Conferência Episcopal Católica Australiana, afirma que “todos os australianos têm o direito de apelar contra uma decisão da Alta Corte” e “o cardeal George Pell exerceu esse direito”. A Alta Corte - observa o prelado - estabeleceu que sua condenação merece ser reexaminada. Esta decisão “prolongará o que foi um processo longo e difícil, mas - conclui Coleridge - só podemos esperar que a apelação se desenvolva o mais rápido possível” e que a decisão da Suprema Corte traga “clareza” a todos.
A Santa Sé – afirmou o diretor da Assessoria de Imprensa, Matteo Bruni – “confirmando sua confiança na justiça australiana”, toma conhecimento da decisão da Suprema Corte australiana, consciente de que o cardeal sempre afirmou sua inocência”. “Nesta ocasião - conclui Bruni -, a Santa Sé reitera, mais uma vez, sua proximidade com todos os que sofreram por causa de abusos cometidos por membros do clero”.
Entre as novas tarefas de Guerrero, estão a de concluir o processo de reforma das estruturas financeiras, diante da aprovação da reforma da Cúria, prevista para março do próximo ano, e continuar passando a imagem da transparência nas instituições econômicas da Santa Sé, em um momento no qual Roma foi atingida pelo escândalo dos supostos investimentos irregulares de imóveis de luxo, em vários países, com o dinheiro do Óbolo de São Pedro.
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Juan Antonio Guerrero, jesuíta espanhol, substituirá o cardeal Pell como “superministro” das Finanças do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU