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Bissexualidade. Diário de uma metamorfose. Artigo de Giannino Piana

Foto: Pixabay

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02 Julho 2019

"A descoberta de um desdobramento, que aos poucos toma forma e voz, é sentida com espanto, com uma mistura de expectativa e medo."

O artigo é do teólogo italiano Giannino Piana, ex-professor das universidades de Urbino e de Turim, e ex-presidente da Associação Italiana dos Teólogos Moralistas, publicado por Rocca, n. 14, 15-06-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O enredo que se desenvolve nas páginas do belo livro de Giovanna Cristina Vivinetto (Dolore mínimo, [Mínima Dor], Interlinea, Novara 2018), é uma história singular. É uma autobiografia em forma de poema em verso ou, mais propriamente, - como Alessandro Fo escreve no Posfácio - o "diário de uma metamorfose", a narração de um percurso de vida incomum, marcado pela passagem de uma identidade para outra: de ser homem para ser mulher. Um percurso que levou à conquista da própria verdadeira identidade, aquela que estava escondida por trás das aparências de um pertencimento biológico, que não coincidia com a percepção de que se tinha a si mesmo no plano psicológico e espiritual.

Assim, nessas páginas, emerge o viés de uma condição, a transexual, marcada por pesados conflitos - a duplicidade só pode provocar profundas lacerações internas - mas também atravessada pela tensão de se descobrir, em busca do verdadeiro significado de um destino, que parece, em muitos aspectos, enigmático e obscuro. As etapas em que a história se desenrola repercorrem as diferentes fases do desenvolvimento da vida pessoal - da infância à adolescência e à juventude - em que gradualmente abre caminho a consciência da própria condição. A descoberta de um desdobramento, que aos poucos toma forma e voz, é sentida com espanto, com uma mistura de expectativa e medo.

O trânsito do primeiro nascimento que "era todo casualidade, biologia, incerteza" para o outro que "foi escolha, foi espera, foi penitência" (p. 35) não é indolor. "Seu contínuo ser e não ser aquele corpo, ver gradualmente que está se tornando outra pessoa, a alegria, a surpresa e até a sensação de vazio daquele novo nascimento" - como Dacia Maraini observa com sensibilidade na Apresentação (p. 6). - são os sentimentos (inclusive contraditórios) que se agitam nas profundezas da alma. O diálogo entre si e o outro de si, um si mesmo que não existe mais, que se foi sem a possibilidade de retorno, tem acentos dolorosos. A possibilidade de colmatar a distância entre os dois mundos que convivem, transformando-a "em espaço vital" (p. 34), está ligada à capacidade de enfrentar dilemas "aninhados muito além da carne", escavando dentro das "falhas da mente" no esforço de "determinar exatamente as ideias que regulam a identidade" e, assim, remontar às fontes do "amor que nos mantém de pé" (p. 75). E é justamente essa experiência, por outro lado, que supera as resistências da diversidade, fazendo ruir todas as barreiras, porque quando o amor se manifesta, quando o corpo transexual "se encaixa em outro corpo / não é mais transexual. Quando / se liga a uma carne que acolhe / talvez nem mais seja um corpo" (p. 72).

Uma pista de obstáculos, portanto, dificultada pela cansativa exposição ao mundo exterior, em que está difundido o preconceito que faz da própria palavra transexual “uma palavra terrível” (p. 67) ou que conduz a definir tal condição “contra a natureza”, levando aqueles que a experimentam à “autonegação” (p. 89). A denúncia desta situação é forte e sincera, como se pode ver nestes versos carregados de sofrimento: "Nós tão jovens, fomos obrigados - escreve ela - a reabilitar os nossos corpos, obrigados a olhar na cara a nossa / natureza e a suprimi-la com outra. / Para nos dizer que poderíamos ser / quem não queríamos, quem não éramos" (p. 89).

O apoio do ambiente familiar, neste caso, no entanto, não faltou. A tomada de consciência chocante da situação da filha se transforma para os pais (e não apenas) em uma ocasião da solidariedade - são muito belas as páginas da entrevista da e sobre a mãe -, e a "dor mínima" (o título da coletânea, aparentemente enigmático, é inteiramente apropriado) revela a ambivalência de uma situação que está totalmente dentro da condição humana, mesmo apresentando aspectos incomuns e de particular dramaticidade. Uma coletânea, portanto, essa de Giovanna Cristina Vivinetto que surge do desejo de tornar partícipes de uma experiência que merece ser conhecida de dentro para captar a densidade dos significados existenciais. A grande dignidade com a qual se torna transparente (não sem um profundo senso de pudor de quem não busca consolo e muito menos compaixão) o turbilhão de sentimentos, nem sempre coerentes, que se alternam no espírito, é a clara manifestação de uma grande maturidade humana. E o lirismo severo e composto, que dá intensidade e eficácia à narração, testemunha uma decisiva (e promissora) vocação poética.

Alguns poemas

O outro nascimento trouxe consigo a distância das árvores - a solidão verde dos troncos. A nós pareceu - por tanto tempo – que nunca nos tocaríamos, que nunca nos alcançaríamos - por mais que nos esticássemos um entre os ramos da outra - nunca poderíamos sentir dor com folhas somente nossas - e que a tempestade não tornasse indistinguíveis.

Levou dezenove anos para se preparar para o renascimento, para transformar a distância entre nós em espaço vital, o vazio em plenitude, a dor em melancolia - que nada mais é que um amor imperfeito. Aguardamos os nossos corpos como se espera a primavera encerrados na ansiedade da casca. Assim, entendemos que, se o primeiro nascimento era todo casualidade, biologia, incerteza - o outro, este, foi escolha, foi espera, foi penitência: foi se expor ao mundo para aboli-lo, pacientemente reabilitá-lo (p. 34-35)

Não tenho feridas que apareçam. Os meus dilemas estão aninhados muito além da carne.

E aqueles que me indicam o corpo como a única dimensão possível. Como se a culpa fosse toda entre as pernas ou no tom da voz, em um cromossomo destinado a permanecer tal e qual.

Resulta mais difícil encontrar as falhas da mente, determinar com exatidão as ideias que regulam a identidade, o humor, o amor que nos mantém em pé.

Mas o corpo não mente: não nega sua terrosa concretude, não alude, não distorce, existe e se expõe, materializa.

O corpo está só, portanto é exato, circunstancial, portanto corruptível.

E esta é a sua fraqueza e o seu poder cortical. Assediada, dobrada, aviltada e a única forma saudável que me sobra (p. 75).

Nós estávamos entre aqueles chamados contra a natureza. O nosso existir revirava e distorcia as leis da criação. Mas como poderíamos nós, exuberantes de nossos corpos adolescentes, ser um descarte, o defeito de uma natureza não se sustenta? Eles nos convenceram, nos persuadiram à autonegação.

Nós, tão jovens, fomos forçados a reabilitar os nossos corpos, forçados a olhar na cara a nossa natureza e suprimi-la com outra.

Para nos dizer que poderíamos ser quem não queríamos, quem não éramos.

Nós os únicos seres inocentes. Os últimos seres vivos, nós, transplantados para o mundo dos mortos para sobreviver (p. 89).

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