Hondurenhos em luta

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29 Junho 2019

Desde a quinta-feira (20) os hondurenhos estão realizando uma série de protestos contra o governo de Juan Hernández, bloqueando estradas e promovendo marchas. A palavra de ordem é "Fora Hernández" e o governo respondeu com muita repressão, colocando o exército nas ruas.

A reportagem é de Elaine Tavares, publicada por Correio da Cidadania, 28-06-2019.

A população respondeu com mais paralisações e repudiando as forças da repressão.

As manifestações de rua tiveram início ainda em abril quando foram aprovadas, no Congresso Nacional, reformas na educação e na saúde, abrindo caminho para a privatização. Como a maioria da população era contrária às reformas, as manifestações se sucederam, com marchas e greves gerais até desembocar na construção de uma Plataforma para a Defesa da Saúde e da Educação Pública. As mobilizações tiveram êxito e o governo acabou vetando as medidas, na tentativa de aplacar a luta popular.

Em seguida o presidente chamou as organizações para uma mesa de diálogo, que foi rechaçada pelas organizações populares em luta pela saúde e educação. Diante disso, outros setores de luta foram se somando aos protestos, estudantes, camponeses, mulheres, trabalhadores do transporte, cada um com suas pautas específicas, unificados na pauta comum do "Fora Hernández".

No dia 20, quando o governo decidiu colocar o exército nas ruas, estradas de todo o país estavam paradas, com o abastecimento de combustível totalmente comprometido, porque também os caminhoneiros se juntaram à manifestação. Uma parte da Polícia Nacional de Honduras também se declarou em paralisação, inclusive o seleto grupo Cobra, exigindo melhorias salariais e aderindo a pauta dos trabalhadores da saúde e da educação.

Desde ontem vários conflitos tem sido registrados em Honduras, com a ocorrência de saques, barricadas nas estradas e enfrentamento entre a Polícia Militar e os manifestantes que já cobraram dois mortos e mais de 20 feridos.

Desde 2009 quando o país foi sacudido pelo golpe que tirou da presidência Manuel Zelaya, a mobilização popular tem sido sistemática, na denúncia e na luta por transformações. Nas urnas isso não foi possível, por conta das incontáveis fraudes. Mas a luta nas ruas pode fazer a mudança acontecer.

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