Mulheres pedem que o papa se lembre delas

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24 Outubro 2018

A Igreja Católica continua insistindo em certezas consolidadas, mas, nos últimos tempos, a questão do lugar das mulheres em seu interior torna-se mais insistente.

A reportagem é de Cécile Chambraud, publicada em Le Monde, 20-10-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Às vezes, a Providência dá uma piscadela. Os quatro prelados franceses que participam do Sínodo da Igreja Católica sobre os jovens, que ocorre em Roma de 3 a 27 de outubro, expressaram isso nesta semana. Trazendo uma cesta repleta de cartas de jovens católicos franceses dirigidas ao papa, eles se aproximaram dele para oferecê-las a Francisco, na terça-feira, 16 de outubro, antes de iniciar a sessão do dia na sala do Sínodo.

Dom Laurent Percerou, bispo de Moulins, extraiu uma delas e a leu em voz alta diante do pontífice. A autora era uma jovem mulher.

Monsieur le pape – escreve ela – durante uma peregrinação, aprendemos que, para Deus, Jesus e Maria, o homem e a mulher são iguais. E, nesse mesmo período, pude constatar uma diferença considerável entre os sexos. Eu, jovem mulher, gostaria de ter os mesmos direitos dos homens, por exemplo, poder assumir responsabilidades na Igreja.”

Os homens reunidos em volta da cesta esboçaram um sorriso contido.

“Eu extraí uma por acaso”, especificou o bispo.

A Igreja Católica continua insistindo em certezas estabelecidas, mas, nos últimos tempos, a questão do lugar das mulheres em seu interior torna-se mais insistente, em particular no contexto dos escândalos dos abusos sexuais. Ela é posta dia após dia, desde o início do Sínodo, que reúne em Roma, durante quatro semanas, cerca de 250 bispos para refletir sobre a mensagem dirigida aos jovens.

O Sínodo, reunião periódica da qual o papa escolhe o tema, é um instrumento privilegiado por Francisco para promover a renovação da Igreja Católica. Problema: esse órgão representativo da diversidade do mundo católico é quase exclusivamente masculino, já que os participantes são essencialmente bispos.

Francisco tentou introduzir diversidade nele, nomeando jovens de ambos os sexos e mulheres entre os observadores e os especialistas. Assim, sete religiosas participam cotidianamente dos trabalhos. Mas sem ter o direito de votar no texto que sairá no fim do percurso e nas suas emendas.

Esse direito é reservado, exceto algumas raras exceções, aos bispos.

Há alguns dias, ficou evidente um certo desconforto quando pareceu que os dez representantes das ordens religiosas masculinas também terão o direito de voto no Sínodo, incluindo dois que não são ordenados.

Um abaixo-assinado online apoiado por grupos progressistas que pedia o direito de voto para as superioras religiosas havia coletado 6.000 adesões até esta terça-feira. Ele foi até mencionado no L’Osservatore Romano, o jornal oficial do Vaticano.

Um dia antes, uma das religiosas auditoras no Sínodo, Ir. Sally Hodgdon, superiora geral da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, disse esperar que, no futuro, as mulheres possam votar nos documentos finais dos próximos sínodos. Os jovens admitidos a essa reunião também defenderam a necessidade de mais espaço para as mulheres na Igreja.

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