Ataques maciços ao cardeal Ravasi que twita o Evangelho

Manifestações a favor dos imigrantes na Itália | Foto: Reprodução do Twitter de Luca Aprea

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13 Junho 2018

Nunca em sua vida o cardeal Gianfranco Ravasi, 75 anos, um estudioso bíblico e presidente do Conselho do Vaticano para a Cultura, tinha se encontrado em mar aberto e no meio de uma tempestade de críticas, como aconteceu com ele ontem por causa de um tweet que mais bíblico não poderia ser: "Fui estrangeiro e vocês não me acolheram” (Mt 25,43) #Aquarius."

A informação é de Luigi Accattoli, publicada por Corriere della Sera, 12-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Aquela palavra de Jesus trazida pelo Evangelho de Mateus provocou a aprovação de alguns, mas também a ira de muitos. "Quantos migrantes o Vaticano acolheu?" é uma das respostas polêmicas à frase escrita na web pelo cardeal. Outra: "Vocês poderiam acolhê-los em suas paróquias e coberturas e contar com a caridade e providência divina, o povo italiano já deu o que podia e precisa pensar nas suas vítimas do terremoto, desempregados e indigentes." Há quem arriscou versos: "Fui italiano e vocês me massacraram com os impostos obrigando-me a demitir os meus funcionários". Com a variante: “Fui italiano e vocês me arruinaram com as deslocalizações das empresas”.

No imenso redemoinho da web os poucos que defendem Ravasi polemizam com o católico Matteo Salvini postando a foto que o retrata diante do Duomo, acenando com o terço, ou convidando a ler o Evangelho do evangelista seu homônimo que reproduz a frase de Jesus twittada pelo cardeal. Ontem, também se manifestou outro cardeal italiano, Francesco Montenegro, que tem mais competência sobre o assunto: é arcebispo de Agrigento (a ilha de Lampedusa pertence à sua diocese) e presidente da Cáritas italiana. Montenegro definiu de "uma derrota da política" a decisão do ministro Salvini de fechar os portos italianos: "A Europa deve dar-se conta de que ninguém pode parar esses fluxos, que são epocais, e não será fechando portos e empurrando responsabilidades que vai ser encontrada uma solução. Devemos nos preparar para um mundo multiétnico e não fechar portas e janelas".

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