13 Janeiro 2018
Biografias, memórias e obras de especialistas como John Lukacs oferecem uma visão multifacetada do político.
O leitor interessado em Winston Churchill tem uma oceânica bibliografia à sua disposição. A começar pelas palavras do próprio personagem em sua monumental Memórias da Segunda Guerra Mundial. Seis volumes, no original, que valeram o Prêmio Nobel de Literatura ao estadista. No Brasil, saiu na íntegra nos anos 1950, em 10 volumes, pela Editora Nacional. Hoje, há disponível uma edição reduzida, em dois volumes, da Nova Fronteira. O estilo de Churchill é marcante, leve e incisivo ao mesmo tempo. Ficamos nos perguntando como um político podia escrever tão bem, mas é que nos baseamos nos parâmetros de hoje. Houve tempo em que homens públicos eram também intelectuais, por incrível que isso possa parecer.
A reportagem é de Luiz Zanin Oricchio, publicada por O Estado de S. Paulo, 11-01-2018.
Das biografias, a mais reputada é a de Martin Gilbert, Churchill - Uma Vida, também em dois volumes (Casa da Palavra). Churchill, de Roy Jenkins (Nova Fronteira), também é respeitadíssima. São extensas, bem pesquisadas, bem escritas. Vão da infância à participação do personagem na Segunda Guerra Mundial e, em especial, na Segunda, quando teve seu grande momento.
Churchill tem sido estudado, em vagas sucessivas, pelo historiador britânico John Lukacs, que a ele dedicou inúmeras obras. Vários de seus livros já foram lançados no Brasil, como O Duelo Churchill x Hitler e Churchill - Visionário, Estadista, Historiador. Mas é em Cinco Dias em Londres que Lukacs se concentra sobre esse curto período de tempo, decisivo não apenas para o povo britânico, mas para a Europa e toda a humanidade.
O próprio historiador conta que, ao longo das suas pesquisas, foi dando importância crescente a alguns dias de maio de 1940, até considerá-los como fundamentais para o desfecho da 2.ª Guerra Mundial. Neles, Churchill teve de enfrentar uma acirrada batalha de bastidores contra os que preferiam um acordo com Hitler ao enfrentamento. Churchill era, em princípio, contra qualquer tipo de negociação.
No entanto, mesmo Churchill chegou a pensar em capitular e aceitar um arranjo com a Alemanha. Entregaria a Europa para salvar a sua ilha? “O mundo não imagina o quanto Hitler esteve perto de ganhar a guerra”, escreve Lukács.
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Há um mar de livros sobre o estadista britânico Winston Churchill - Instituto Humanitas Unisinos - IHU