• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Mulheres e ciências. “Biologia sim, feminismo também”

Mais Lidos

  • Segundo a ministra-presidente do Supremo Tribunal Militar, o país necessita de vigilância constante

    “O Brasil tem uma tradição autoritária, com surtos de liberalidade”. Entrevista especial com Maria Elizabeth Rocha

    LER MAIS
  • Carta aberta ao Papa Leão XIV: “Chegou a hora de derrubar muros”

    LER MAIS
  • A herança crioula do Papa Leão XIV destaca a complexa história do racismo e da Igreja nos Estados Unidos

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

13 Dezembro 2017

A historiadora Londa Schiebinger é uma mulher com uma missão. Dedicou todos os anos de sua carreira acadêmica e sua ambição informativa em vincular o feminismo com a ciência. Diante de tal projeto, imagino o rosto desalinhado dos líderes da oposição ao movimento das mulheres, a boca retorcida de seus seguidores que pregam a consigna “Biologia sim, ideologia de gênero não” em cada marcha, mas também o desconcerto de muitas pessoas que ainda acreditam que o feminismo não é mais que um movimento social, um grito subjetivo e identitário. Portanto, contrário à tarefa objetiva das ciências.

A reportagem é de Sandra Barba, publicada por Letras Libres, 07-12-2017. A tradução é do Cepat.

Que necessidade tão pós-moderna, interdisciplinar e politicamente correta motiva Schiebinger a relacionar o gênero com as ciências duras?, pensarão alguns. Apesar de que se repetiu – sim, até o cansaço – que não existe uma postura completamente objetiva, parece-me que somos incapazes de entender completamente tudo o que esta advertência significa, até que a evidência se acumula e os exemplos nos abismam. Essa foi a estratégia de Schiebinger durante sua participação no XXIV Colóquio Internacional de Estudos de Gênero, no México, dedicado à ciência e a tecnologia, realizado em fins de outubro

A conferência Gender innovations in science, health and medicine, and technology deixou claro que Schiebinger desconfia das fórmulas rápidas para mudar o mundo. Em nossos dias, cada vez restam menos dúvidas sobre a obrigação das universidades e dos centros de pesquisa em incorporar mulheres profissionais. Assim como não basta oferecer um espaço às mulheres na lista dos grandes cientistas da história. É necessário mais: “os progressistas se contentam em receber mulheres, pensando que elas devem assimilar a ciência, quando o certo é que a própria ciência falhou por culpa dos estereótipos de gênero”.

Desde seus primeiros livros, Schiebinger se dedicou a expor os preconceitos sexistas e racistas na pesquisa científica. Em Nature’s body. Gender in the making of modern science (1993) investiu contra a Ilustração, o período ao qual recorremos para entender a modernidade. Nesse momento, os naturalistas, afirma Schiebinger, se empenharam em demonstrar as diferenças anatômicas entre homens e mulheres. Enquanto comparavam os crânios de africanos e europeus, os cientistas na França e Inglaterra se dedicaram também a medir a pelve feminina. Quando se decretou que todos os homens eram iguais perante a lei, só as diferenças biológicas podiam justificar as desigualdades sociais. A tese de Schiebinger é provocadora: o século XVIII utilizou a ciência para negar direitos, excluir a maioria da esfera pública e submeter as mulheres ao cuidado das crianças e o lar.

Basta folhear Has feminism changed science? (1999) para advertir que houve poucos avanços na intersecção entre ciência e gênero. “As aspirinas não foram testadas em mulheres. Tampouco os medicamentos contra a hipertensão, nem sequer o Valium. Os pesquisadores supuseram que o corpo dos homens era o modelo para o restante”. Sem voluntárias nos laboratórios, os médicos se limitaram a extrapolar os resultados.

Schiebinger lista as consequências: as mulheres padecem duas vezes mais os efeitos secundários dos medicamentos. A menstruação faz com que o corpo descarte a substância ativa dos antidepressivos em algumas etapas do ciclo, e em outras absorve mais que a dose necessária, e as pílulas contra a hipertensão costumavam aumentar o risco de morte nas mulheres. “Os vieses de gênero nos laboratórios provocaram o sofrimento desnecessário e a morte de muitas mulheres”, conclui Schiebinger. Não o superamos: muitos pesquisadores omitem o sexo e o gênero em seus experimentos.

Como se fosse pouco, os estereótipos de gênero se intrometem nos conceitos e nas metáforas com as quais explicamos os fenômenos biológicos. A ideia de que as mulheres são dóceis e submissas e os homens assertivos e competitivos fez com que os cientistas pensassem, durante séculos, que o espermatozoide é o elemento ativo na reprodução, ao passo que o óvulo só aguarda – como modesta donzela – o gameto vitorioso. O mesmo preconceito se reproduziu na pesquisa celular: o masculino núcleo é responsável por todos os processos e o feminino citoplasma se submete a sua direção. No entanto, nos últimos anos foi demonstrado que os óvulos e os citoplasmas têm um papel ativo.

A ideia do obstinado recato das mulheres se estendeu ao estudo dos babuínos. As primeiras equipes de pesquisa, formadas por homens, se concentraram na agressão e rivalidade dos machos. Apressaram-se em concluir que a seleção natural por meio da reprodução era a chave da organização social dos primatas. Quando as mulheres se somaram a esta disciplina, descobriram que as fêmeas são tão competitivas e ferozes como os machos: “Elas decidem a rota diária para buscar comida, brigam pelos alimentos e buscam os machos quando têm necessidades reprodutivas. Nem sequer é certo o mito do macho alfa: só um terço dos potros Mustang são filhos do semental mais forte”. Dois casos são uma coincidência, mas uma centena de exemplos revelam uma tendência. O sexismo, os estereótipos de gênero e a exclusão das mulheres como pesquisadoras e sujeitos de estudo empobreceram a atividade científica.

“Não digo que os homens tenham manipulado maliciosamente os resultados, nem que tenham contrariado a evidência do laboratório. Ao contrário, o gênero influenciou em que tipos de perguntas fazemos e repercutiu nas palavras e metáforas que usamos para descrever processos”, advertiu Schiebinger. Ninguém está isento da cultura. Os cientistas não estão vacinados contra a influência da sociedade e seus vaivéns. Ao contrário: a discriminação também é sigilosa, tanto que condiciona as próprias possibilidades do pensamento.

Não resta outro remédio a não ser “reformar os planos de estudo das ciências duras e as engenharias, treinar os cientistas para que considerem e mitiguem os vieses de sexo e gênero em suas pesquisas”. Pouco depois, Schiebinger lançou um olhar ao público e perguntou: “Onde estão os homens?” “Não podemos continuar pensando que o feminismo é coisa das mulheres. Os estudos de gênero não são uma matéria extracurricular, nem um departamento acadêmico isolado. As pesquisas científicas que não levam em conta estas observações cobram a saúde e a vida de milhares de mulheres”. É preciso aumentar o número de mulheres nas ciências, sim, mas é necessária uma revolução epistemológica que defenda “biologia sim, feminismo também”.

Leia mais

  • Gênero e violência - Um debate sobre a vulnerabilidade de mulheres e LGBTs. Revista IHU On-Line, Nº. 507
  • Ciência e Medicina: o viés machista
  • "Retaliar o feminismo é vital para quem ocupa hoje o poder"
  • Feminismo camponês e popular
  • Os teólogos falam do ecofeminismo, ligando a exploração das mulheres à da Terra
  • Feminismo é necessário e urgente. Entrevista especial com Lola Aronovich
  • "Não ao feminismo de elite. Muito glamour e pouco compromisso"
  • Mulheres Munduruku reafirmam protagonismo na luta contra violações dos direitos indígenas
  • As mulheres, futuro da Igreja? A pergunta de duas revistas jesuítas francesas pela voz de uma mulher
  • Ciência e questões de gênero
  • Simone de Beauvoir, mãe do feminismo
  • Machismo alimenta desigualdade social e traz prejuízo à economia
  • ‘Se não eliminarmos o machismo, não iremos eliminar as outras discriminações’

Notícias relacionadas

  • Discurso do Papa Francisco sobre gênero nas escolas é considerado ambíguo, desatualizado

    O discurso do Papa Francisco de que as escolas estão ensinando as crianças que elas podem escolher o seu sexo – o que seria um[...]

    LER MAIS
  • Vice-presidente Joe Biden, católico, oficializa casamento homoafetivo

    O vice-presidente Joe Biden, católico, oficializou o casamento homoafetivo esta semana, no mesmo momento em que os debates na pol[...]

    LER MAIS
  • 2 de março: Dia Mundial de Oração das Mulheres

    A dimensão feminina na oração ecumênica: nesta sexta-feira, 2 de março, celebra-se em todo o mundo a jornada de meditação q[...]

    LER MAIS
  • Trans: anticonformistas para não se sentirem mais prisioneiros

    Reivindicando a possibilidade de mudar de passar ao outro sexo (transexuais) ou o direito de não escolher a qual sexo pertencer ([...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados