22 Mai 2017
“O Papa Francisco e Trump têm uma visão diferente do papel da Europa. Francisco é europeísta. Donald Trump, um antieuropeísta. A sua ‘America first’ se encontra na retórica predominante junto ao catolicismo estadunidense conservador, que vê a Europa como o antimodelo do ponto de vista demográfico, militar, moral e ambiental.”
A reportagem é do Servizio Informazione Religiosa (SIR), 20-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A afirmação é de Massimo Faggioli, professor de História do Cristianismo na Villanova University (Filadélfia), durante a mesa-redonda intitulada “O Atlas do Papa Francisco”, que foi realizada na tarde desse sábado na sede da revista La Civiltà Cattolica, em Roma, falando sobre o encontro entre o papa e o presidente estadunidense, agendado para a próxima quarta-feira.
Faggioli indicou os atores que têm um papel no atlas de Trump: os militares, os diretores-executivos e o evangelicalismo branco estadunidense: “Há algumas ações do pontificado de Francisco que criaram problemas para o catolicismo estadunidense”, disse. “Acima de tudo, esse pontificado não pode ser enquadrado em um esquema étnico ou racial claro. Para os católicos ou para os evangélicos dos Estados Unidos, o Papa Francisco não é branco, nem aborda a questão racial de maneira identitária, o que faz parte de um código cultural na América do Norte. Isso vai ao coração do problema de uma Igreja estadunidense polarizada, não mais apenas em linhas ideológicas, mas também em linhas étnicas, raciais e geográficas”, acrescentou.
“O mundo do Francisco é uma cidade, e não uma fronteira a ser conquistada e guarnecida militarmente, que faz parte do imaginário estadunidense. A sua mentalidade não é a do colonizador que chega para ficar.”
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"O mundo de Francisco é uma cidade, e não uma fronteira a ser conquistada" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU