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17 Mai 2017

"Ao contrário do que está implícito na terminologia acadêmica, na qual o estudante é um grau mais baixo em relação ao pesquisador – o estudo é um paradigma cognoscitivo hierarquicamente superior à pesquisa, no sentido que esta não pode atingir seu objetivo se não é animada por um desejo e, uma vez que o atinge, só pode conviver estudiosamente com este, transformar-se em estudo", escreve Giorgio Agamben, filósofo, em artigo publicado por Quodlibet, maio 2017, e reproduzido pelo blog Flanagens. A tradução é de Vinícius N. Honesko.

"Em face a tais considerações - destaca Agamben - é possível objetar que enquanto a pesquisa sempre tem em mira uma utilidade concreta, não se pode dizer o mesmo para o estudo, que, enquanto representa uma condição permanente e quase uma forma de vida, dificilmente pode reivindicar uma utilidade imediata".

Eis o artigo.

Cem anos se passaram desde que Benjamin, num ensaio memorável, denunciava a miséria espiritual da vida dos estudantes berlinenses, e exatamente meio século desde que um libelo anônimo, difundido na universidade de Estrasburgo, enunciava seu tema no título Da miséria no ambiente estudantil considerada em seus aspectos econômicos, políticos, psicológicos, sexuais e, em particular, intelectuais. Desde então, o diagnóstico impiedoso não apenas não perdeu sua atualidade, mas é possível dizer, sem medo de exagerar, que a miséria – ao mesmo tempo econômica e espiritual – da condição estudantil cresceu numa medida incontrolável. E essa degradação é, para um observador atento, ainda mais evidente uma vez que se procura escondê-la por meio da elaboração de um vocabulário ad hoc que está entre a gíria das empresas e a nomenclatura do laboratório científico.

Um dado dessa impostura terminológica é a substituição, em todo âmbito, da palavra “estudo”, que se mostra evidentemente menos prestigiosa, pela palavra “pesquisa”. E a substituição é tão integral que é possível perguntar se a palavra, praticamente desaparecida dos documentos acadêmicos, acabará por ser apagada também da fórmula, que já soa como um naufrágio histórico, “Universidade dos estudos”. Procuraremos, ao contrário, mostrar que não apenas o estudo é um paradigma cognoscitivo sob todos os aspectos superior à pesquisa, mas que, no âmbito das ciências humanas, o estatuto epistemológico que lhe compete é muito menos contraditório do que o da didática e o da pesquisa. Para o termo “pesquisa”, em específico, tornam-se particularmente evidentes os inconvenientes que derivam da incauta transferência de um conceito da esfera das ciências da natureza à das ciências humanas. O próprio termo remete, com efeito, nos dois âmbitos, a perspectivas, estruturas e metodologias de todo diversas. A pesquisa nas ciências naturais implica, acima de tudo, o uso de equipamentos tão complicados e custosos que nem mesmo é pensável que um pesquisador individual possa realizar suas pesquisas sozinho; além disso, implica direções, diretivas e programas de inquirições que resultam da conjuntura de necessidades objetivas – por exemplo, o aumento do número dos tumores, o desenvolvimento em curso de uma nova tecnologia ou as exigências militares – e de interesses correspondentes nas indústrias químicas, informáticas ou bélicas.

Nada de comparável acontece nas ciências humanas. Nestas o “pesquisador” – que de modo mais próprio poderia ser definido “estudioso” – tem necessidade apenas de bibliotecas e de arquivos, aos quais o acesso é geralmente fácil e gratuito (quando uma taxa de inscrição é exigida, ela é irrisória). Nesse sentido, os protestos correntes sobre a insuficiência dos fundos de pesquisa (efetivamente escassos) são destituídas de qualquer fundamento. De fato, os fundos em questão são utilizados não para a pesquisa em sentido próprio, mas para participação em congressos e colóquios que, por sua natureza, em nada compartilham com seus equivalentes nas ciências naturais: enquanto nestes se trata de comunicar as novidades mais urgentes não apenas na teoria, mas também e acima de tudo nas verificações experimentais, nada de similar pode acontecer no âmbito humanístico, no qual a interpretação de uma passagem de Plotino ou de Leopardi não é ligada a nenhuma urgência particular. Dessas diversidades estruturais decorre que, além disso, enquanto nas ciências da natureza as pesquisas mais avançadas em geral são conduzidas por grupos de cientistas que trabalham juntos, nas ciências humanas os resultados mais inovadores são com frequência obtidos por estudiosos solitários, que passam seu tempo nas bibliotecas e não gostam de participar de congressos.

Se já essa substancial heterogeneidade dos dois âmbitos aconselharia reservar o termo pesquisa às ciências naturais, também outros argumentos sugerem restituir as ciências humanas ao estudo que as caracterizou por séculos. A diferença do termo “pesquisa”, que remete a um girar em círculo sem ainda ter encontrado o próprio objeto (circare), o estudo, que significa etimologicamente o grau extremo de um desejo (studium), desde sempre já encontrou seu objeto. Nas ciências humanas, a pesquisa é apenas uma fase temporária do estudo, que cessa uma vez identificado seu objeto.

O estudo é, ao contrário, uma condição permanente. Aliás, pode-se definir o estudo como o ponto em que um desejo de conhecimento atinge sua máxima intensidade e se torna uma forma de vida: a vida do estudante – melhor, do estudioso. Por isso – ao contrário do que está implícito na terminologia acadêmica, na qual o estudante é um grau mais baixo em relação ao pesquisador – o estudo é um paradigma cognoscitivo hierarquicamente superior à pesquisa, no sentido que esta não pode atingir seu objetivo se não é animada por um desejo e, uma vez que o atinge, só pode conviver estudiosamente com este, transformar-se em estudo.

Em face a tais considerações é possível objetar que enquanto a pesquisa sempre tem em mira uma utilidade concreta, não se pode dizer o mesmo para o estudo, que, enquanto representa uma condição permanente e quase uma forma de vida, dificilmente pode reivindicar uma utilidade imediata. Aqui é preciso inverter o lugar comum segundo o qual todas as atividades humanas são definidas por sua utilidade. Por força desse princípio, as coisas evidentemente mais supérfluas são hoje inscritas num paradigma utilitário, recodificando como necessidades atividades humanas que sempre foram feitas apenas por puro prazer. Deveria ser claro, de fato, que numa sociedade dominada pela utilidade justamente as coisas inúteis se tornam um bem a salvaguardar. A essa categoria pertence o estudo.

Aliás, a condição estudantil é para muitos a única ocasião para fazer a experiência, hoje cada vez mais rara, de uma vida que se subtrai aos fins utilitários. Por isso, a transformação das faculdades de humanidades em escolas profissionais é, para os estudantes, ao mesmo tempo um engano e um massacre: um engano porque não existe nem pode existir uma profissão que corresponda ao estudo (e isso por certo não é a cada vez mais rarefeita e desacreditada didática); um massacre porque priva os estudantes daquilo que constituía o sentido mais próprio de sua condição, deixando que, ainda antes de serem capturados pelo mercado de trabalho, vida e pensamento, unidos pelo estudo, para eles se separem irrevogavelmente.

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