04 Abril 2017
Depois de ajustar o último botão da camisa branca e acochar o nó da gravata ao pescoço, vestiu o terno preto e embarcou em seu Mustang modelo 1968. Chegou à região do Lorraine Motel, em Memphis, Estados Unidos, no final do dia. Exatamente um minuto depois das 18 horas, prendeu a respiração, esmagou lentamente o gatilho e uma fração de segundo separou o estampido seco do seu rifle ao destino final do projétil, distante cerca de 100 metros: a parte inferior direita do rosto de Martin Luther King Jr., destruindo seu maxilar e jogando-o contra a parede. O elegante homem branco de terno negro embarcou novamente no Mustang, deu partida e deixou discretamente a região.
Há exatos 49 anos essa cena tornou-se o pesadelo real dos negros dos Estados Unidos, que sonhavam com uma sociedade mais igualitária. A morte de Martin Luther King Jr., que fora levado a um hospital local, foi confirmada cerca de meia hora depois do atentado. Encerrava ali a vida de um dos maiores ativistas de todos tempos, que em 13 anos — entre 1955 e 1968 — havia feito uma verdadeira revolução nos direitos civis dos negros norte-americanos. Em pouco mais de uma década, seu êxito foi maior que os 350 anos precedentes.
O texto é de Rico Machado, publicado por Instituto Humanitas Unisinos — IHU, Medium, 04-04-2016.
A íntegra da reportagem com o vídeo I have a dream, imagens etc pode ser lida aqui.
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A utopia viva de Martin Luther King Jr. 49 anos depois - Instituto Humanitas Unisinos - IHU