30 Março 2017
A ordem executiva do presidente Donald J. Trump para revogar políticas importantes destinadas a conter o aquecimento global é uma contradição direta ao ensino social católico sobre o cuidado do meio ambiente.
O comentário é de Wyatt Massey e Zac Davis, publicado na revista jesuíta America, 28-03-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A ordem, assinada na Agência de Proteção Ambiental nesta terça-feira, reverte as políticas estabelecidas pelo governo Obama e opõe-se a ensinamentos nucleares do Papa Francisco quanto à proteção do meio ambiente. A decisão estende a postura de uma “América em primeiro lugar”, de Trump, para tornar o país independente em energia e diminui a visão dos Estados Unidos, promovida por Obama, como um defensor mundial da energia limpa.
Proteger as vagas de empregos dos americanos é mais importante do que proteger o meio ambiente, disse um alto funcionário do governo durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira, 27 de março. “O presidente foi bastante claro ao dizer que não irá manter políticas climáticas ou ambientais que ponham em risco a economia dos Estados Unidos”, disse ele.
As ações executivas de Trump incluem medidas que farão os EUA incapazes de alcançar os padrões estabelecidos no Acordo Climático de Paris, assinado em 2015, que visa conter as emissões de gases de efeito estufa, documento ratificado por 141 países e apoiado pelo Papa Francisco.
Uma moratória contra a mineração de carvão em terras federais foi também suspensa. Todas as regras ou regulamentos vistos como “impedimentos” ou “fardos” à produção energética americana serão revistos. Tais políticas “simplesmente não refletem as prioridades do presidente”, declarou a autoridade pública na entrevista, acrescentando que o presidente irá lidar, a seu próprio modo, com a questão da mudança climática.
Em entrevista concedida em 2015 a Hugh Hewitt, Trump afirmou: “Não acredito no aquecimento global. E não acredito no aquecimento global como resultado da atividade humana”.
A importante encíclica do Papa Francisco, “Laudato Si’”, delineou o caso moral no cuidado do meio ambiente. O seu texto convidou não só os católicos como também todas as pessoas de boa vontade a entrar no diálogo sobre a nossa casa comum.
Nesta encíclica, Francisco repreende aquilo que chama de “respostas fracas” aos maus tratos e à degradação da terra. Escreve: “Preocupa a fraqueza da reação política internacional. (…) Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos” (n. 54).
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O “cuidado” de Trump ao meio ambiente é o oposto do ensino social católico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU