Demora na divulgação do resultado das eleições no Equador abala os ânimos dos eleitores do país e indica um cenário que já é comum na América Latina

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22 Fevereiro 2017

"Ao que tudo indica só saberemos o resultado na quarta-feira dia 22, segundo os votos contados até agora temos Lenín Moreno com 39,1% necessitando de 40% e uma diferença de 10% do segundo candidato Guilherme Lasso para o não haja um segundo turno", escreve Elaine Santos, socióloga, doutoranda em Sociologia no Centro de Estudos Sociais pela Universidade de Coimbra.

Eis o artigo.

Desde domingo dia 19 de fevereiro aguardamos com ansiedade o resultado das Eleições no Equador, fato importantíssimo já que pode significar o fim dos ciclos de esquerda na América Latina, tendo em vista que o segundo candidato mais votado tem como plano de trabalho medidas declaradamente liberais e possui uma origem empresarial como ex-presidente do Banco de Guayaquil.

Ao que tudo indica só saberemos o resultado na quarta-feira dia 22, segundo os votos contados até agora temos Lenín Moreno com 39,1% necessitando de 40% e uma diferença de 10% do segundo candidato Guilherme Lasso para o não haja um segundo turno.

A demora cria um acirramento bipolar no país, nos últimos dias o candidato Guilherme Lasso passou o dia a escrever no Twitter que a população se mantenha vigilante que ocupe as ruas na da democracia acusando o CNE (Comissão Nacional das Eleições) de fraude.

Tais circunstâncias já indicam como o governo de Correa se desgastou nos últimos devido a desaceleração econômica e baixa dos preços das commodities, caso o resultado divulgado indique a existência de um segundo turno, a disputa será ainda mais aperta e até comprometedora para Lenín Moreno, seus opositores defensores do neoliberalismo a sério já unificam suas forças mobilizadores e todos os aparatos possíveis perspectivando o segundo turno e uma guinada à direita.

Os projetos chamados progressistas vivem momentos críticos, perderam suas bases de apoio e a capacidade econômica de manter suas reformas que, são importantes, mas pouco estratégicas para sua continuidade. Vivenciamos um momento confuso entre as contradições que o capitalismo causa e aquelas que nos permite superá-lo. Amanhã deveremos saber qual cenário se manterá, todavia, independente do eleito sabemos que não devemos nos deixar hipnotizar pelo acontecimento imediato como criador de mudanças. Tudo é um constitutivo histórico e global a depender da crise no mundo a tarefa do novo presidente do Equador será árdua e deverá resvalar, como sempre, nos mais explorados.

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