11 Novembro 2016
"Agora mais do que nunca, é preciso mergulhar nos valores da cultura popular dos renegados do "novo mundo", nas matrizes africanas, latino-americanas, indo-americanas, de quem vive do trabalho e dos ícones do passado".
O comentário é de Bruno Lima Rocha, professor de ciência política e de relações internacionais
Eis o artigo.
A coisa está feia mesmo. O neoliberalismo e a democracia liberal são formas de maximizar a elite financeira e debilitar o direito político da maioria. Agora o ovo da serpente está chocando.
Hillary Rodham Clinton e Donald Trump fazem parte dos 1% mais ricos da sociedade mais opulenta do planeta. O primeiro como homem de negócios inescrupuloso. A segunda como uma arrivista através da política profissional e relações familiares. Nada disso empolga o eleitorado “progressista”. Viram porque Trump foi eleito? Viram porque negros e latinos não se motivaram para votar? Deu para constatar que não adianta chamar o adversário de grotesco e aparecer antes confraternizando com o inimigo?!
Outro fato contundente é que o fascismo nunca é "engraçado" e não podemos ter nenhuma tolerância com os intolerantes. Toda pregação racista, homofóbica, xenófoba ou misógina deve ser severamente combatida. O inverso também é verdadeiro. Agora mais do que nunca, é preciso mergulhar nos valores da cultura popular dos renegados do "novo mundo", nas matrizes africanas, latino-americanas, indo-americanas, de quem vive do trabalho e dos ícones do passado. Lendo as notícias e acompanhando a cobertura bastante assustada – justificadamente assustada – da CNN eu só imagino como está o ambiente no Bronx (NYC) agora. Um bairro lindo, lindo, cheio de porto-riquenhos, dominicanos, hondurenhos, mexicanos, equatorianos, colombianos e nicaraguenses.
Também imagino como estão os ânimos na fronteira do sudoeste (Texas, Arizona e Novo México) e também a fronteira da Califórnia, na antiga Aztlán (o território que os imperialistas roubaram dos hermanos mexicanos em 1848).
Em termos mundiais, um EUA unilateral e agressivo, ainda mais, e querendo estabelecer duas zonas autárquicas para si. Uma delas é o eixo anglo-saxão (EUA, Canadá, Grã Bretanha, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia); outra zona “exclusiva ou de condomínio dominante” é a América Latina . É necessário estar atento e fortalecido.
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O ovo da serpente está chocando e os ânimos bastante acirrados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU